terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Susto

     Depois da notícia da gravidez, minha rotina começou a mudar. Voltei a fazer yoga, passei a comer religiosamente de três em três horas, mudei meus livros de cabeceira (O Guia do Bebê, Nana Nenê, Minha mãe é fabulosa...) e segui todas as orientações que as mamães mais experientes  e o Dr. Juarez me passaram. Adoro cerveja, vinho etc, mas parei de beber. Antes de descobrir que estava grávida, bebi muito vinho e cerveja durante as férias. Só brindei a vinda do bebê com nossos compadres Ado e Dica com uma taça de champagne dois dias depois que fiz o exame de sangue e nada mais. Bebidas alcoólicas com muita parcimônia e de preferência depois das 12ª semana (cheguei a tomar um suco de vinho pra dar uma enganada na vontade). Para evitar os enjôos matinais, mantive durante um bom tempo um pacote de bolacha salgada no criado mudo do quarto e comia algumas bolachinhas logo ao acordar. Nunca enjoei. Ótimo! Com menos uma coisa para me preocupar, levei as bolachas pro consultório.

     Eis que um belo dia tive um sangramento quando estava me preparando para trabalhar. Um baita susto! Fui correndo para o médico e comecei a tomar progesterona, já que este hormônio estava em uma dosagem baixa no meu organismo. O sangramento logo passou, mesmo assim tive que ficar de repouso por algns dias. A Márcia, minha cunhada, ficou comigo durante o primeiro dia, já que o Bruno ainda estava em função com a reforma da Tao. Ela foi testemunha dos efeitos colaterais do remedinho. Noooooooossa!!!!!! A sensação que eu tinha é que estava bêbada. Ria a toa, me sentia livre, leve e solta e falava pelos cotovelos! Quando comecei a variar, ela logo leu a bula do remédio.
"Pode causar sonolência e alucinações". Pode mesmo!!!! Depois da viagem, caí num sono muito bom. Achei por bem tomar o remedinho de noite. O Bruno achava muito engraçado me ver naquele estado, esperava ansiosamente pelas minhas gaitadas e comentários diversos sobre o que estava passando na televisão. Era hilário!!!

     Esse efeito durou uns 15, 20 dias. Depois comecei a me desgostar de tudo e de todos. Já tinhamos marcado de viajarmos à Buenos Aires para assistir ao show do U2 em março e eu já tinha confirmado uma viagem com a minha mãe e tias à Porto de Galinhas em abril. Achei tudo muito sem graça e queria mais era ficar quieta, dormindo. Não tinha vontade de ver ninguém nem de trabalhar. Um saco. Fui ao médico fazer o pré natal e descobri a causa. A progesterona parou de me dar barato e me deixou com depressão, porque ela diminui os níveis de serotonina no cérebro e tal. Era o que faltava... Tomei a tal progesterona até completar as 12 semanas depois não precisei mais. Aí tomei um anti depressivo por 20 dias e tudo voltou ao normal. Nesse meio tempo, quase perdi o marido. Já no final da gestação, ouvi dele que a maior prova de que se ama a esposa é quando ela engravida e tem que tomar essas boletas que alteram o humor. Acredito, porque não foi fácil. E que pena que o barato do remedinho durou tão pouco tempo se comparado com a chatice da depressão.

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