segunda-feira, 27 de abril de 2015

Barulho, o coelho de chocolate e o Xixa.

     Desde março estou fazendo aulas de dança flamenca. E pensa numa aluna empolgada! Comprei sapato específico, já tenho uma super saia rodada e sempre que posso visto meus apetrechos e danço em casa. Na quinta, cheguei em casa e comecei a bailar na sala, como das outras vezes, a diferença dessa vez é que estou batendo mais os pés no chão, pois estamos aprendendo novos passos e tal.

     Estava sendo observada pelo Bruno e pela Laura quando ela me aplaudiu e disse:
- Só não faz muito barulho com os pés que a Dona Terezinha tá dormindo ali embaixo!

     Sempre que ela começa a correr e a empurrar o seu carrinho de bonecas, nós chamamos a atenção dela, pois temos uma vizinha que mora no andar debaixo e não queremos incomodá-la. Agora foi a vez da Laura me chamar a atenção. Isso mostra que ela está aprendendo as lições de boa convivência com os vizinhos.





     Recebimento do coelhinho de chocolate da Páscoa da Dinda Moni com um certo atraso, mas muito bem vindo. o ser indagada pela vó Lulu se ela deixaria o coelhinho (já com as orelhas comidas) ali na casa da Vó, ela disse:
- Imagina se eu vou deixar meu coelho aqui! Vou levar ele pra casa, pra comer mais um pedacinho depois do almoço!

     Hoje o coelho já está com a parte traseira e a totalidade das orelhas comidas (mas é degustado sempre após as refeições, e em pequenas quantidades).




     Passamos o final de semana em Santo Ângelo, e a Laura se encantou com um cachorrinho de pelúcia que eu ganhei quando tinha 6 anos (Prêmio de Garota Simpatia da Escola Bem Me Quer, lá em 1985...). Ele lembra bastante a Bella pela quantidade de pêlos. A crespa não desgrudou do bicho, dormiu com ele, passeou com ele, lhe deu comidinha e um nome um tanto estranho: Xixa. 

      Por sugestão do vô G, o nome total cachorrinho ficou Xixa Geromel Turra Sala, e veio conosco pra Santa Rosa. Segundo a Laura, ele tinha um baita motivo pra viajar conosco:
- Ele me disse que quer conhecer a nossa casa!

LisBella e Xixa Geromel, a dupla de peludos aqui de casa.

domingo, 19 de abril de 2015

O acidente

     Sábado à tarde, um dia lindo de outono. O programa eleito foi passar a tarde no Parque de Exposições da cidade. Estávamos na casa da minha sogra, voltamos pra nossa casa a fim de arrumarmos a sacola com a toalha, os comes e bebes do piquenique e pegarmos a motoca da Laura e a Bella. Antes de irmos definitivamente ao Parque, voltamos até a casa da sogra pra confirmar quantas pessoas iriam ao total.  O Bruno estacionou o carro em frente a garagem da casa, entrou por ali mesmo na casa e a Bella foi atrás. Eu fiquei no carro com a Laura, que estava sentada no cadeirão com o cinto de segurança engatado.

     A casa da D. Lurdinha fica próxima a uma esquina numa avenida bem movimentada. Quem mora naquela volta, está acostumado com a velocidade dos carros. O ideal era instalar um quebra molas, uma lombada eletrônica ou até mesmo uma sinaleira naquele ponto. Mas o negócio aqui na cidade são rótulas.  Quem conhece Santa Rosa sabe a quantidade de rótulas que existe aqui. Em vários cruzamentos, há rótulas: grandes com canteiros e obras de arte, pequenas e até mínimas, sem a menor sinalização. É o caso da mínima rótula que foi instalada na esquina em questão. A avenida obviamente era preferencial, e os carros que andavam pela rua perpendicular, deveriam parar. Repetindo: não há sinalização nenhuma sobre a rótula que colocaram ali.

     Eu estava conversando com a Laura, virada pra trás, quando escutei um barulho forte de pneu cantando, e logo em seguida uma batida mais forte ainda, quando me dei conta, um carro estava vindo  na nossa direção. Ele rodopiou na avenida e bateu num terceiro carro que estava estacionado do outro lado da rua. Isso durou cerca de cinco segundos, mas deu tempo de eu pensar: "Foi na rótula... esse carro vem pra cima de nós!! Tenho que proteger a Laura!!"

     No instante que o carro parou, me dei conta que eu estava tremendo e vi o Bruno correndo na nossa direção. Olhei pra Laura e vi que ela estava com os olhos arregalados.
- O que foi isso, mãe?
- Um acidente filha. Mas tá tudo bem.

     Daí em diante foi uma correria. Fomos em direção aos feridos a fim de ajudá-los enquanto um vizinho ligava pra polícia e pro Samu. Eu seguia tremendo. Começou a juntar gente no local, muitos curiosos, mas alguns querendo ajudar. Todos concordaram que o acidente aconteceu pela falta de sinalização do local. Os comentários se resumiram em: "Quem sabe depois do quinto ou sexto acidente, eles coloquem placas sinalizando que há uma rótula aqui e que a avenida nesse ponto deixou de ser preferencial...". Quando constatamos que as pessoas envolvidas estavam machucadas, mas sem correr nenhum risco, fomos dar atenção á Laura. 

     Ela estava impressionada com o ocorrido, Explicamos o que estava acontecendo e principalmente porque sempre devemos andar de carro com o cinto de segurança afivelado. Chegando no Parque, ela contou a história pros amigos, mas com o passar do tempo, foi esquecendo de tudo.O Bruno, que "reconstituiu" o acidente depois, disse que o carro só não veio pra cima do nosso porque o eixo dele foi quebrado com a pancada, aí ele fez um desvio pro outro lado.

     Antes de dormir, ela me perguntou da moça que tinha se machucado (uma adolescente que não estava usando cinto e bateu a boca no painel do carro, cortando os lábios devido ao aparelhos dos dentes). Tranquilizei a crespa, dizendo que a moça estava bem. Novamente reforcei a importância do cinto.
- Que horror, né mãe?

     Antes de eu dormir, agradeci por estarmos bem e por não termos sido atingidas por aquela baita pancada. E percebi, mas uma vez, que a insistência pelo uso do cinto de segurança com a Laura vale á pena. Acho que depois de presenciar o acidente, ela entendeu a importância do uso do cinto.






sexta-feira, 17 de abril de 2015

A Páscoa

     A páscoa com 1 ano da Laura, pra ela, foi como um dia normal. Me esmerei com a Márcia pra fazer as patinhas do coelho, mas a neninha era muito pequena pra entender o que o coelhinho havia deixado pra ela.

     A Páscoa com 2 anos, foi passada aqui em Santa Rosa e em Tuparendi, na companhia dos primos Isabelli, Vicente e da ídola da Laura, a Martina. Rolou caça ao ninho, chocolates... mas ela estava mais afim de brincar mesmo, tanto que nem escrevi a respeito da Páscoa no ano passado (ressalva pra historinha de páscoa, lá de Torres).

     Esse ano a história foi completamente diferente. Há dias que ela vinha falando do coelhinho (devido ao trabalho da escola...). Eu, influenciada pela Laura (namorada do dindo Dani), resolvi fazer os ovos de Páscoa em casa. Disse pra crespa que precisávamos ajudar o coelhinho a fazer os ovos, e que perto da Páscoa ele viria buscá-los pra esconder pela casa.

     Na noite de sábado, o Bruno foi trabalhar e nós duas ficamos em casa. 

- Ok, Laura. Agora vamos dormir que o coelhinho deve estar vindo pra cá.
- Ah tá! Vou lá no banheiro fazer xixi e escovar os dentes!

     Depois de supervisionar as tarefas acima, fomos ambas pro quarto dela. Estava lendo uma história quando a Laura escutou o barulho de um carro na rua. Sussurrando ela disse:

- Escuta mãe. É o coelhinho!!
- Mas ele vem de carro?
- Sim! Sabe que ele não tem só aquelas patinhas fofas pra pular, ele sabe dirigir também, assim ó (imitando o gesto de pegar o volante e girá-lo)!

     Contive o riso e fiz uma cara de surpresa:
- Que fantástico! Eu não sabia que ele sabia dirigir! Mas quem te contou isso?
Ainda em sussurros:
- A Dinda Camila que me contou. Mas é segredo!

     Fomos dormir, O dia amanheceu, o Bruno chegou e antes de dormir, me ajudou a fazer as pegadas do coelho pela casa com Hipoglós, partindo do quarto dela, passando pelo corredor em direção á sala. Tomei a dianteira  e comecei a deixar as pegadas pelo chão.  Fiz uma atrás da outra, pois não tenho coordenação suficiente pra imitar as pegadas originais de um coelho.  Logo fui indagada pelo meu ajudante (que nessas alturas já estava vesgo de tanto sono, poreto...).

- Mas esse coelho é perneta?
- É... o coelho aqui de casa anda de skate. Lembra?
- Ah, é. Boa desculpa. Hehehe!!!
Coelho "perneta".



     Pouco depois, matutei em como deixar os ovinhos (iguais os da Tia Neida, do ano passado, em Torres) espalhados pela casa sem que a Bella nem as formigas devorassem tudo antes que a Laura pudesse achá-los. Solução encontrada: dividi os pacotes dos ovinhos em vasilhames de aperitivo e espalhei dela trilha do coelhinho perneta. O ninho com o ovo (feito por mim) e o vestido que a mãe comprou pra ela de presente, escondi ao lado da cristaleira.

Pouco depois das 10 da manhã, escutei barulhos no quarto da Laura e instantaneamente ela me chamou, eufórica:
- Mãe!! Vem ver uma coisa!!!

Com a maior cara de surpresa e alegria, ela apontou pras pegadas e exclamou, realizada:
- O coelhinho passou aqui!!



     Consegui registrar o momento em vídeo. A filmagem não ficou lá muito profissional, pois o mais legar ela ver a reação dela com os meus olhos, por isso não prestei muita atenção em como filmei. 

Após a euforia das pegadas, a realização em encontrar os muitos ovinhos e a grande dúvida:
- Mãe, onde o coelhinho andou que deixou as pegadas brancas?
- Ah... não sei, filha!! Sei que ás vezes ele pisa sem querer no pote de farinha.
- Mas isso não é farinha! É melequento!
- Pois é... o que será isso?


      Depois de perceber que a dúvida quanto a substância oriunda das pegadas do coelhinho não seria solucionada, ela propôs que limpássemos as pegadas dele. Ok. Eu e ela nos munimos de esponja e pano úmido e deixamos o chão brilhando.

     Acredito que até ela descobrir que o coelhinho da Páscoa é uma lenda, ainda vamos nos divertir muito com as reações da crespa com a caça aos ovinhos.



PS: Protelei ao máximo a publicação desse post pois tentei de todas as formas publicar o vídeo junto, mas como meu celular não vai muito com a minha cara e nem eu ando muito feliz com ele... deixei pra lá (assim como o vídeo, que se perdeu).

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Dentista menina, dentista menino.


     No final de semana passado, fizemos uma janta pros nossos sempre vizinhos Paulo e Vania (mais e senhorita bochechas Valentina) e pra um casal que a gente gosta bastante, e que estávamos devendo uma bóia há horas: a Karini e o Tiago (mais o Henrique, amigão da Laura e dono do topete mais lindo da região). Ambos dentistas.  O Henrique e a Laura brincaram muito e se deram tri bem. Ainda naquele dia, a Laura começou a se queixar de dor de dente. Estranhei... mas não dei muita bola. No domingo, mais queixas, aí disse que iria levar ela até o consultório pra que eu pudesse examinar os dentinhos. Recebi uma negativa como resposta. Aí disse que levaria ela em outro dentista. E me lembrei de comentar que os pais do Henrique são meus colegas de profissão.

- Laura, lembra da tia Karini? A mamãe do Henrique que jantou lá em casa?\
- Ahã.
- Ela é dentista!
- Que legal!
- E o pai do Henrique também é dentista! Legal, né?
- Mas ele é menino!
- E daí?
- E daí que só menina pode ser dentista.
- Menino também pode, filha!
- Não pode nada, mãe! Aí ele é... é... dentisto. Eu disse que não pode!

      Nunca tinha me dado por conta, mas a Laura só conhece dentistas mulheres. Eu, a Camila (minha irmã e dinda dela) e a Daia (minha parceira de consultório em Santa Rosa). E que o nome dentista, na cabeça dela, pela terminação, se refere a uma profissão exercida por meninAS. 

     Nessas horas a gente aprende a controlar o riso e a das as devidas explicações aos pequenos. Depois de esclarecidos os pontos sobre os dentistas e as dentistas, fiquei me lembrando do nosso diálogo e rindo (agora sim, sozinha).

     Ah! O que doía era uma afta, que já cicatrizou mas que continua rendendo assunto em casa.