sábado, 5 de setembro de 2020

A cor do Esmalte e as divagações da vida.



     O esmalte das minhas unhas é rosa ou vermelho? Segundo a embalagem dele (e a minha percepção visual) ele é cor de rosa. Gostei demais dessa cor, e quando o Bruno chegou do trabalho, durante a conversa de fim do dia,mostrei pra ele.                                                                                
- Olha que lindo esse rosa!
- Rosa? Isso é vermelho!
- Não! É rosa!
-Vermelho.
- Rosa! Laura, vem cá! Esse esmalte é vermelho ou rosa?
- É um rosa forte.

     Não me lembro como e se o assunto se encerrou, o fato é que ontem, durante o jantar, conversávamos sobre algum assunto discordante, e a cor do esmalte veio á tona novamente, e antes que o cor de rosa ou vermelho se estendesse o Bruno concordou:
- Ok. O esmalte é cor de rosa.

Ri com  a atitude dele e aproveitei a oportunidade pra ensinar algo pra Laura:
- Laura, tu percebestes o que o pai fez? Ele concordou que a cor do esmalte é rosa, mesmo ele achando que é vermelho. Significa que muitas vezes é preferível ter paz do que razão.

     Vi que o Bruno concordou com cabeça, emboçando um sorriso. Mas a resposta da Laura foi a melhor, apoiando a cabeça com as mãos, ela sorriu pra mim e respondeu, meigamente:

- Mas e tão bom ter razão...

     Depois dessa concluí que temos um longo caminho pela frente.



 

terça-feira, 14 de julho de 2020

Os seios da família.

     O desenvolvimento físico da Laura é nítido, mesmo pra nós, que convivemos com ela diariamente. Toda semana eu me pego pensando: "Como ela cresceu...". A cada dia ela fica mais comprida, com menos cara de criancinha. Esses dias no banho (quando por vezes ela me chama pra sentar no vaso e bater papo enquanto ela se lava), ela me disse:
- Mãe, acho que os meus peitos estão crescendo.
- Capaz, Laura! - Respondi, incrédula.
- Olha aqui então!

     E fui conferir. Verdade seja dita: os seios estão apontado, muitíssimo pequenos ainda, mas estão se desenvolvendo. Pergunto pras mulheres que estão lendo esse post: Vocês se lembram de quando perceberam que os seus seios estavam crescendo?  Eu não me lembrava. Até ver que isso está acontecendo com a Laura.

     Pergunto agora aos pais de meninas que estão ou já passaram por essa fase: como está sendo ou foi? Sei que o Bruno não acompanhou de perto essa fase da Luiza e até o momento relatado á seguir, não estava por dentro do ocorrido com a Laura.


     As noites de sábado desse isolamento social são as nossas noites em família. Todos participam do preparo da janta, e durante essa refeição, conversamos bastante. Numa dessas noites, estávamos conversado sobre as responsabilidades que a gente vai adquirindo ao longo da vida, de como é crescer, se tornar adolescente, depois adulto... Aí a conversa chegou no ponto que eu quero registrar aqui:
- Pai, sabia que meus peitos estão crescendo?

A reação do Bruno foi inesperada e muito, muito engraçada.

     Ele engoliu a comida que estava na boca, super sério, começou a desabotoar a camisa. Ali eu já comecei a rir, sem imaginar o que estava passando na sua cabeça. Enquanto desabotoava a camisa nos olhava com um jeito fechado, parecendo ameaçador; e eu e a Laura de olhos arregalados. De repente, ele pegou nos peitos dele e disse:
- Ó pra ti! Eu também tenho peito! Quero ver se os teus vão ficar desse tamanho!

     A nossa reação foi uma alta e divertida gargalhada familiar.

     Isso aconteceu há mais ou menos um mês e pouco, e de lá pra cá venho percebendo que vou ter que comprar o primeiro sutiã da crespa em breve.



terça-feira, 30 de junho de 2020

O último dia da metade do ano mais louco das nossas vidas (até agora).

     30/06/20 Situação atual: a vizinha que mora no apartamento abaixo do nosso, positivou pro Covid-19. Por conta disso, eu e a Laura estamos mais reclusas do que nunca, o único que sai de casa é o Bruno, e com os cuidados redobrados.

     A Bella fez sua primeira raspagem odontológica com anestesia (antes eu fazia o serviço, com algumas curetas periodontais antigas). O bafão estava insuportável, e mesmo sabendo dos riscos por ser uma senhora canina, arriscamos. Voltou pra casa meio tonta, mas se recuperando bem,

     O tempo em SC deu uma virada desde o final de semana e hoje fomos agraciados com um tornado. Era umas 16:30 da tarde, a Laura estava brincando depois de assistir a aula online e fazer as tarefas, eu, terminando de assistir um curso. Olho pra janela da área de serviço e chamei a crespa correndo, pra ver a tempestade que se aproximava. As janelas de dois dos quartos não venceu o volume d´água com o vento (muito forte) e tivemos que correr com panos pra estancar as cachoeiras que vertiam nas paredes abaixo das janelas.  Correria, medo, consegui puxar o que estava na sacada pra dentro do apartamento, pra que não voasse nada pra fora e machucasse alguém. Vimos o telhado do pavilhão aqui ao lado perder o zinco, telhas das casas vizinhas voarem, o barulho do vento muito alto nas nossas janelas e portas. Os dois portões ds garagens aqui do prédio se desmancharam e voaram longe.Um estouro forte nos deixou sem energia elétrica.

     Vi que a Laura ficou assustada. Disse que estava tudo bem, agradeci a ajuda dela na hora de secar os quartos e, depois de tudo em ordem, como ainda tinha luz natural, fomos jogar dominó. Algumas partidas depois, ela foi lanchar, eu me deitei no sofá e cochilei. Quando acordei, já estava escuro, e a Laura sem saber o que fazer. Ela pegou uma lanterna de quando era bebê (que ainda funciona) e brincou por um tempo. Quando percebi que estávamos nos encaminhando pro breu total, me obriguei a descer pra comprar algumas velas no mercadinho.

     De volta, acendemos as velas (consegui 3 velas de 7 dias), a Laura jantou e se sentou comigo no sofá, junto com o Clóvis e a Bella (que está dormindo mais do que o normal por causa da anestesia de hoje). Ficamos olhando a chama das velas, conversando e esperando o Bruno ar notícias. 

     Passada uma meia hora, ela me lerguntou:
- Tem água na descarga do banheiro?
- Sim! Não tem luz, mas água tem, filha.
- Ah, que bom, porque eu tô "me cagando".

     Tive que rir... 

     Ela pegou uma das velas e foi em direção ao banheiro. Como tem pouca (ou nenhuma) experiência com vela, começou a pingar cera quente nos dedos dela.
- Ai, ai, ai!!!!!

     Colocou a vela de volta na mesa, e eu dando risada.

- Como é que eu faço?
Dei toda uma explicação de como segurar a vela e cuidar pra cera não cair nas mãos. 
Nova tentativa. Caiu mais cera ainda.
- Ai, ai!!!! Mas que coisa!

     Ela largou a vela e começou a rir, junto comigo. Sabes quanto tu não tens força de se levantar de tanto que ri? Pois eu estava assim. Quando recuperei as forças e nós paramos de rir (um pouco), levei a vela até o banheiro pra ela.

     O Bruno voltou pra casa quase 20:00, ficou ajudando a colocar tapumes na Imobiliária, pois vários vidros de lá quebraram com o temporal. Ficamos sem luz mais um tempo, Graças a Deus vamos terminando o dia de hoje em casa, protegidos.


     Segundo a previsão do tempo, vem mais mais temporal nessa madrugada. E pensar que estamos na metade desse ano. 



Como será o segundo semestre?

Sem mais.
As velas e o término das tarefas escolares.

sábado, 13 de junho de 2020

Relatos de um jantar em família

     Nosso jantar do dia dos namorados, independente de estarmos em isolamento social, seria em casa de qualquer jeito. Isso por estarmos em um lugar novo, sem a rede de apoio de avós, tias, etc pra deixar a Laura e curtir um jantar a dois. 

     Então, o Bruno se encarregou do cardápio e lá fomos nós três em direção á mesa. A Laura achou que comeria algo diferente, mas ele explicou  o porquê da escolha desse prato:
- Foi com essa massa que eu conquistei a tua mãe, filha. E esse queijo é o nosso preferido...

     O queijo em questão é um grana padano, uma coisa de louco de tão bom. E, entre uma garfada e outra, contamos pra ela um pouco da nossa história envolvendo a massa e o queijo.  Aí me lembrei de um fato e contei pra crespa:
- Dizem que mulher grávida tem desejos, né?
- É...
E percebi que ela ficou com um ar pensativo.

- Sabia que quando eu estava grávida, eu tive desejo de comer essa massa com esse queijo aí? Só que, naquela época não tinha ele pra vender em Santa Rosa. Quando fomos pra Porto Alegre, compramos o queijo e o pai fez essa massa pra mim. Nossa... comi feliz da vida!

- Sabem... eu li uma história que tinha essa coisa de desejo de grávida. Espera aí que eu vou buscar o livro.

     E lá se foi ela pro quarto. Voltou correndo com um livro da Rapunzel, de uma coleção da Turma da Mônica, que ela ganhou do vô Bruno quando ainda era um bebê.

- Tá aqui!
 E leu o trecho do livro em que a mulher grávida espiava a plantação de rabanetes da bruxa, e ficou com desejo de comer uma salada de rabanetes...

     Nessa hora, sorri pro Bruno, e ele sorriu de volta. Pensei comigo: "Todas as noites que eu li pra ela quando era bem pequenininha, todas as vezes que ajudei nas palavras novas... valeram á pena."

     A noite transcorreu cheia de carinho, histórias e conversas. Foi muito bom ver a Laura interessada nos livros, o Bruno empenhado em fazer a "nossa massa", os bichos nos nossos pés...

Contentamento. Foi o sentimento desse 12/06.
 
12/06/20 


quarta-feira, 10 de junho de 2020

Diversão "mode on" nos quase 90 dias de isolamento social

     A rotina do isolamento social sofreu algumas alterações nas últimas semanas. Sem motivo aparente, nos último mês a Laura está acordando junto conosco (por volta das 6:30, 7:00). Pela ganho de tempo, decidimos não seguir á risca as aulas online, e sim adiantarmos as matérias e somente tirarmos as dúvidas (caso hajam) durante as aulas.  Com isso, conseguimos qualidade nas brincadeiras e afazeres diários.

     Quando ela acorda após às 8:30, parece que o dia já está acabando:
- Ah, não!! Já são 9:00!! Não vai dar tempo nem de tomar café, porque daqui há pouco já é hora do almoço!!


     Mesmo passando por essa fase nova pra todos, há coisas que seguem o seu curso inerente á nossa vontade: as crianças crescem e com isso, as roupas "encurtam". Fiquei dias procurando calças pra crespa, pois as que ela tem estão pelas canelas, e mesmo que a gente pense: "Mas estamos só em casa... não tem problema ficar com as calças curtas.", quando todas elas apertam nos fundilhos, é sinal de que o guarda roupas precisa de algumas peças novas.

     Procurei nas lojas locais (aqui em Porto Belo) e sem achar nada, fui subindo em direção á Itapema. Nada. Me obriguei á ir até Balneário Camboriú nas lojas Renner, pois sei que lá encontraria exatamente o que precisava pra Laura. Almoçamos por lá e voltamos pra casa em tempo de passar a matéria do dia e brincar.

     Vi que ela pegou a tesoura e levou a sacola com as calças e moletons pro quarto. Fui atrás. Ela estava cortando as etiquetas, dobrando tudo em um montinho pra guardar depois. Com uma cara de "importante", ela me disse:
- Sou uma filha fantástica mesmo...
- É?
- Claro! Olha só o que eu tô fazendo: cortando as etiquetas, dobrando tudo... isso era trabalho pra ti, mas eu faço! Eu arrumo o meu quarto, faço minhas tarefas, dou comida pro peixe, junto os cocôs do Clóvis, lavo a louça... 
Aí ela ficou pensativa e completou:
- ... ás vezes, bem ás vezes eu lavo a louça.

     Mas segue sendo uma filha fantástica, com certeza.



     Os treinos de patinação voltaram ao normal no final de abril. Como o pessoal ficou 2 meses parados, pra recuperar essas aulas, todos os dias a Laura tem treino. Tudo com muita responsabilidade por parte da professora, que dividiu as turmas a fim de evitar aglomerações, os patinadores mantêm distância entre eles|, se higienizam a cada pouco com álcool gel...   Então após o horário norma de aula (em casa), levo ela até a escola para os treinos.

     Teve um dia que os estudos renderam muito, a Laura estava concentrada e a matéria foi vencida e adiantada em umas 2 aulas. Esquecemos de lanchar, de tanto que nos envolvemos com matemática, geografia... Quando olhei no relógio, já estava na hora da aula de patinação. E lá fomos nós. 

     Ao final do treino, encontramos uma amiga nossa, a Rúbia. Obviamente a Laura estava faminta e pediu comida. a Rúbia perguntou, brincando:
- Mas a tua mãe não te deu comida hoje?
Sarcasticamente ela responde pra Rúbia, me fuzilando com os olhos:
- Pouca comida. Hoje eu comi letras, números...

     O jantar naquela noite foi caprichado, pois a estudante mereceu.



sexta-feira, 24 de abril de 2020

Registros e perspectivas

     Separando alguns registros de fotos desse primeiro mês de isolamento social, não pude deixar de pensar em algo que aprendi durante esse período: Perspectiva. 
No dicionário, a tradução está como "técnica de representação tridimensional que possibilita a ilusão de espessura e profundidade das figuras."

     Na atual circunstância, se aplica na possibilidade, mesmo que ilusória, de analisar a profundidade  alguma situação desagradável pra ti, sob a ótica de pessoas que se encontram em uma situação diferente. 

     Não vou citar todas as situações que coloquei em prática esse ensinamento, mas a proposta desse post é fazer com que as pessoas que estão lendo exercitem isso.

Vamos á alguns exemplos:

Início da quarentena: 
"Vou estocar comida pra um mês. Tenho que garantir que não vá faltar nada. E vou avisar todo mundo pra fazer o mesmo."

Da perspectiva de quem não tem condições de fazer um rancho e chega aos supermercados pra fazer as compras básicas do dia ou semana e encontra as gôndolas vazias, quem fez estoque de comida definitivamente não pensou nos demais.

-

Redes Sociais e WhatsApp:  milhares e milhares de notícias e estatísticas de fontes "confiáveis" (o tio da amiga da sobrinha da minha vizinha que é médico... e por aí vai...) enchem os nossos celulares.
"Ah! Vou compartilhar  a informação em todos os meus grupos que comer 5 dentes de alho 3 x ao dia e dar 3 pulinhos com o pé direito mata o vírus! Aí não preciso ficar em casa trancafiada. Vou pra rua!"

Da perspectiva dos profissionais que estão trabalhando incessantemente tanto na busca de tratamentos cada vez mais eficazes quanto no tratamento dos contaminados do Covid-19 e dos demais acamados do mundo (sim, porque as pessoas seguem doentes de todas as outras enfermidades antes da pandemia), tal simpatia do alho e dos pulinhos e tantas outras deveriam ter sua fonte investigada, a fim de não passar notícias falsas (no bom e velho português) adiante. 

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"Isso tudo é exagero. Onde já se viu andar de máscara na rua, pra cima e pra baixo?"

Da perspectiva de pessoas que tiveram familiares contaminados pelo Covid-19, quem pensa assim está dando muito mole, pois pra eles, o uso de máscaras é uma medida importante no combate ao contágio.

-

Pensem aí e me digam as perspectivas das reclamações de vocês. Eu fiz das minhas, e aprendi muito.
Só tenho que agradecer por ter uma casa, comida na mesa e saúde nesse período.

Segue algumas fotos desse mês que passou. Em casa.

Álbuns de fotografia saíram do armário.

Álbuns de fotografia II.



Banho de sol de tardinha com uma ótima trilha sonora.

Almoçando "fora".

Pedicure.

Pedicure II.

Sofá disputado.

Aula de Educação Física.

Barraca armada na sacada.

Forca.

Forca II.

Banho de sol na sacada com chimarrão.

Vareta.

Yoga com acompanhantes.

Estudos.

Banho de sol e mexe mexe.

Longos cochilos.

Penteados.

quarta-feira, 22 de abril de 2020

2020 de Janeiro á Abril

     Não sei qual foi a última vez que escrevi aqui no blog. Passei o olho e vi que só fiz quatro postagens em 2019. Foi um baita ano, em vários aspectos. Aconteceram mudanças internas e físicas. Evoluímos como família e mudamos de Estado. O Bruno veio pra Porto Belo em outubro, eu em dezembro e a Laura em fevereiro.

     Como diz o ditado: Ano novo, vida Nova! 
Aí, chegou o Covid-19, de mansinho. Ouvíamos sobre ele na China, lá pelo início de fevereiro. Nos primeiros dias de março, notícias do fechamento da Disney, Museu do Louvre... e na outra semana, não estávamos autorizados a sair de casa. Conversamos com amigos que moram na Europa, já em isolamento social antes de nós: A situação realmente era delicada.  A Luiza veio ao Brasil e não podemos nos encontrar com ela. 

     As aulas da Laura foram suspensas inicialmente até 30 de abril. Prorrogadas até 30 de maio passados alguns dias. Conteúdo em casa, passado pelo aplicativo da Escola. Eu e o Bruno nos olhávamos e não sabíamos o que dizer um pro outro, a não ser um "que loucura" vez ou outra.

     Nos reinventamos, montamos uma rotina que foi bem legal nos primeiros 15 dias. Depois disso, o Bruno voltou a trabalhar e as férias de inverno da Laura foram adiantadas. O número de casos do vírus em SC fez com que as autoridades restringissem ao máximo a circulação das pessoas nas cidades vizinhas (que aqui onde moramos, é uma ao lado da outra, ligadas por praias, morros..., mas tudo muito próximo). Novamente adaptação na rotina.

     Já completamos 1 mês em isolamento social, saindo o mínimo possível, com os devidos cuidados. Lá pelas tantas, num dos dias lindos de sol que fizeram durante esse tempo (choveu 1 dia só), o Bruno me olhou e perguntou:
-  Algum dia na vida, tu pensou que iria viver uma coisa assim?
- Nunca. 
Respondi.

     Numa sexta á noite, estávamos os 3 na mesa, após o jantar, conversando. A Laura disse que não quer ser fluente em Inglês, então veio á pauta a importância disso, em como é bom viajar e poder se comunicar, pois na grande maioria dos lugares alguém fala Inglês. Veio História no meio da conversa. Contamos sobre a nossa experiência na Alemanha, alguns meses atrás, de como foi forte conhecer o muro de Berlin, que a gente tinha estudado na Escola e como foi impactante estar ali. Explicamos sobre a Guerra Fria e da divisão do país, entre outras coisas. 
Como sempre, quando nos referimos há tempos remotos, a Laura pergunta se naquela época o mundo era preto e branco. Explicamos que não, mas que ainda  há pessoas vivas que passaram pelos campos de concentração.

     Nessa hora o Bruno disse uma coisa que me tocou bastante:
- A gente tá fazendo parte da História agora, Laura. Já pensou quando tu estiveres conversando com os teus netos e eles perguntarem o que foi o Covid-19? Tu vais responder: "Eu vivi naquela época! Fiquei sem poder brincar com meus amigos, ninguém ia pra escola, estudávamos em casa, todo mundo tinha que andar de máscaras se precisasse sair..."
 Aí ela completou:
- Mas teve momentos bem legais! A gente brincou bastante com a Bella e com o Clóvis, entre a gente também! Tomamos chimarrão, dormimos na barraca (na sacada), fizemos bolo, suco...


     E é isso. Já tem um infinidade de textos lindos á respeito desse período histórico que estamos vivendo. Só espero que, como humanidade, consigamos passar por tudo isso saindo mais unidos, independente de ideologia partidária, credo, cor e interesse de qualquer natureza.

     Seguimos, evoluindo.