terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Breve balanço

Seu 2013

     Venho por meio desta lhe agradecer pelos 365 dias que o senhor me proporcionou. Aprendi um monte de coisas durante esse tempo. Uma delas foi que os momentos difíceis existem por alguma razão. Foram eles que me mostraram caminhos que eu devo seguir e outros que, definitivamente, não fazem parte da minha caminhada. 

     Saio deste ciclo fortalecida, me conhecendo um pouco melhor e tentando me colocar no lugar dos outros antes de julgar qualquer atitude. 

     Tenho que agradecer, além do senhor, seu 2013, algumas pessoas que contribuíram com a minha caminhada: 

A Dra. Rosa, que me mostra sempre como descomplicar as coisas.
A Cirene, por me ajudar na busca do autoconhecimento.
Ao Bruno, meu querido. Pelo privilégio em conviver com alguém tão bom.

     Não vou dizer pro senhor picar a mula de uma vez e dar logo o lugar pro ano novo, seu 2013, pois gostei demais do senhor.   Sou muito grata por tudo o que o senhor me mostrou, me ensinou e me fez entender. 

     Se esse guri novo que acaba de chegar e atende pelo nome de 2014 for tão bom quanto o senhor, já fico feliz.  

     Novamente agradeço por tudo e desculpe qualquer coisa. 

Reveillon diferente

O mês de dezembro chega e com ele toda aquela alegria pela chegada do Natal, expectativas quanto ao próximo ano que esta chegando, troca de presentes, pinheiros cheio de penduricalhos, aquele papai noel cheio de roupa, gorro, casaca com gola quentinha... pra quem gosta, ótimo. Já pra quem não é muito chegada a esses cultos assim como eu, o negócio é estampar um sorriso no rosto e esperar que dezembro passe logo.

Me sinto completamente deslocada do mundo alegre e contente que o Natal proporciona assim que os primeiros enfeites vermelhos e dourados são pendurados. Em 2012, fiz um intensivo de terapia pra tirar do meu pensamento a ojeriza dessa data. Esse ano, fiz um retiro, uma vivência de fim de ano que foi muito legal, e onde até dancei em alto e bom som "Então é Natal, e o que você fez?". Pensei cá com meus botões que estava melhorando consideravelmente. Ledo engano. Lá pelo dia 20, comecei a murchar igual a uva passa e minha vontade de sumir aumentava a cada dia. 

Posso ficar aqui escrevendo que acho um desperdício gastar dinheiro com presentes (que geralmente são coisas que não precisamos), da encheção de saco das mensagens de muito amor, das família que se reúnem a fim de se abraçarem e que no outro dia retornam às brigas e às picuinhas de costume...  mas não.

Já que o tempo requer reflexão sobre o ano que passou e planos pra esse que daqui há algumas horas irá chegar, novinho em folha, vamos lá. 2013 foi intenso pra mim. Difícil em certos aspectos, maravilhoso em outros, divertido às vezes e de muito aprendizado interior. 

O que eu espero de 2014? Continuar crescendo como ser humano (já que em altura estacionei faz tempo), torço pra que todos os projetos do Bruno deem certo, pois ele é uma pessoa que merece tudo de melhor na vida, que a Laura tenha saúde e continue se desenvolvendo feliz  e enchendo meus dias de alegria. E desde agora (quase janeiro do ano novo), vou me preparar pra quando dezembro de 2014 chegar. Meus planos são audaciosos, mas só escreverei sobre eles mais tarde.

Ontem a noite fui internada no hospital aqui em Santa Rosa com pielonefrite (infecção renal) e vou passar a virada do ano aqui. Provavelmente vá pra casa dia 2 ou 3 de janeiro. Muitos devem estar pensando: "Ah, coitada!! Passar o reveillon sozinha, no hospital!!"  Que nada! Estando com Buscopan na veia pra me deixar sem dor, vou aproveitar a parada obrigatória pra estudar pro concurso do dia 26 de janeiro e dormir. 


Pra todos um 2014 repleto de coisas boas. 

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Desfraldamento

     Há mais ou menos um mês e pouco demos início ao processo de tirar as fraldas da Laura. Auxiliada pelos conselhos da Angélica, esperamos passar a festa de aniversário dela pra tirar as fraldas durante o dia. A sistemática começou com a retirada da fralda (e colocação de calcinhas) por poucos períodos durante a manhã e tarde, em média 15 minutos por turno. Era xixi pra todo lado. Mas tudo dentro do esperado. Não briguei, não xinguei... apenas limpava o xixi do chão e trocava as calcinhas dela. Com o passar dos dias, ela começou a segurar o xixi e avisar quando já tinha feito xixi, e ela foi ficando cada vez mais de calcinha.

     Temos que lembrar de apará-la de tempo em tempo, e se deixamos pra lá, não se passam quinze segundos sem o famoso:
-Manhê, a Lala fez xixi!

Há umas duas semanas ela pede pra fazer xixi. Nem sempre, mas pede.

     O cocô fica retido nas calcinhas de rendinha. Essa semana ela começou a pedir pra fazer cocô no penico. Mas o engraçado é que quando a vontade pinta, ela é tão rápida no ato de evacuar que depois de encher as calcinhas, diz:
-Mamãe, quero cocô!

     Nesse mês e pouco, já aconteceram vários episódios engraçados e outros nem tanto. 
Por três vezes o sofá da sala foi batizado. Uma vez na surdina, sem ninguém perceber até começar a exalar um cheirinho característico e não sabíamos de onde. A Vânia que sentiu o fedorzinho primeiro. As outras duas vezes foi quando estávamos no sofá com ela, brincando. Mas deu tempo de tirá-la de cima do móvel e evitar mais alguns dias do cheiro característico na sala. 

     Semana passada, cheguei em casa com ela à tardinha e logo propus um xixizinho e um cocozinho no penico mágico (que toca musiquinha quando bem utilizado), já que os puns da moça estavam impestiando o carro.. Fui bem atendida no quesito xixi. Como de costume, ela virou a busanfa pra eu limpar a "peleleca" e se foi pra sala, sem calcinha. Quando terminei de limpar o penico, eis que ouço a frase:

-Mamãe, a Lala fez cocô!

     O tapete da sala estava repleto de bolotas de cocô. A mesma cena se repetiu na sacada no dia seguinte, porque com esse calor, ela está tirando toda a roupa, inclusive as calcinhas. 

     Essa semana explicamos pra ela que quando ela sentir vontade de fazer cocô, assim como o xixi, é pra avisar, pois assim dá tempo de fazer cocô no pinico cantor. Depois de uma explicação detalhada e lúdica enquanto ela soltava altos e sonoros puns pela casa, eis que ela diz:

- Mamãe, a Lala fez cocô!

     Não, ela estava com vontade de fazer cocô, pois a calcinha estava limpinha! Apostei uma corrida com ela até o banheiro e lá ela pode dar tchau por imenso cocô cheio de milho que ela faz no pinico mágico. Hoje ao meio dia, a cena se repetiu, mas o cocô era do tamanho de uma bala. 

     Valeu as explicações e a nossa paciência. Acredito que se ela continuar assim, até a entrada do outono conseguiremos obter êxito na missão do desfraldamento.  

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

A polêmica do titão à mostra

     Semana passada, vi no Facebook um monte de fotos de gurias (do meu tempo) amamentando seus rebentos, com legendas indignadas sobre um tal artigo que saiu num jornal de Santo Ângelo. Perguntei pra uma das gurias, a Juliana (mãe de duas meninas, que amamentou ambas) qual era o arerê.

     Segundo ela, um colunista do jornal escreveu que não acha legal mulheres que amamentam seus filhos na rua, que ficam com os seios à mostra, que ele inclusive fica excitado vendo uma cena assim. Minha reação foi postar uma foto com meu seio cheio de leite e a Laura atracada no titão, mamando, com 1 mês de vida.

     Não cheguei a ler o artigo, até porque há horas não leio um jornal de cabo a rabo, mas como esse seria um assunto relevante de ser postado aqui no blog, algumas pessoas me mandaram os dados do colunista. Na minha cabeça, achava que ele era um homem de meia idade, barrigudo, careca, carrancudo, mal amado... mas eu conheço o cara, e ele não é nada disso. E se não me falhe a memória, ele é mais novo que eu.  E pelo motivo de conhecê-lo, não vou mais chamá-lo de arigó, como fiz ao ver as manifestações das gurias na rede social, e sim deixar registrada aqui a minha humilde opinião sobre o assunto.

     Há aqueles que adoram um suruba, há quem transe com árvores, há quem "barranqueie" a égua do sítio e certamente há quem se excite vendo uma mulher amamentando. Acredito que o colunista em questão não tenha filhos ainda, mas, se ele se excitar em ver a mãe dos seus futuros filhos com os peitos lustrosos, cheios de leite, tudo bem. 

     O problema aí, acredito que foi o modo como a questão foi abordada. Há certos assuntos que ferem os leitores pela diferença de pensamento que ocorre entre quem escreve e quem lê. As mães que amamentaram ou ainda amamentam seus filhos no peito ficaram indignadas com a abordagem feita do assunto. Aposto que se ele tivesse apenas escrito que não acha legal ver mulheres na rua amamentando e ponto, a repercussão seria outra.

     Como mãe, já escrevi aqui no blog que quando se amamenta, se perde totalmente o pudor dos seios, eles se tornam "públicos" de tantas vezes que temos que tirá-los do sutiã pra matar a fome dos nossos rebentos. Cheguei a ir até a garagem do prédio com o peito de fora certa vez. Sorte que o colunista não é meu vizinho!

     Falando sério agora (ou melhor dizendo: escrevendo sério): quem tem blog, escreve pra algum jornal ou revista, deve ter um pouco de cuidado ao expor suas opiniões. Várias vezes tive textos prontos na minha cabeça a respeito de coisas que certamente causariam muita polêmica. Se já sou criticada por viajar e deixar a Laura, imagina o que pensariam de mim se eu escrevesse tudo o que acho de certas coisas... criaria inimigos em toda parte.

     Pra terminar: amamentar é sublime, o maior ato de amor que a mãe pode dar pra um filho na tenra idade. Há mães que não gostaram da experiência, mas quem curtiu, sabe do que me refiro. Quem é homem e infelizmente não pode desfrutar de momentos tão mágicos, e que discorda de tudo isso, ao menos demonstre sua opinião de um modo mais sutil. 

sábado, 14 de dezembro de 2013

Fim do ciclo

     Hoje á noitinha, assistindo o Saia Justa, do GNT, escutei atentamente sobre um dos temas do dia: o luto. Não ficamos de luto só quando alguma pessoa querida morre, e sim nas mais diversas situações; perda do emprego, decepção com algum amigo, fim de relacionamento, enfim, término de um ciclo que considerávamos importante na nossa vida, e que devemos aprender a viver sem. Aí as divagações começam, pois há especialistas no assunto que dizem que o luto deve ser vivido, invariavelmente algum dia, cedo (o mais aconselhável) ou tarde, para que possamos dar sequência à nossa vida. Esses mesmos especialistas dizem que a gente nunca sai de um luto igual, sempre aprendemos algo com ele. 

     Agora há pouco li uma postagem de um colega de faculdade, o Sady: "Eu sinto saudades de tantas coisas, de tantas pessoas." Se eu contar que me lembrei de vários colegas de faculdade hoje, inclusive do Sady, quem estiver lendo este post vai achar que estou escrevendo isso pra fazer grau. Mas não. Estava escutando Cidade Negra e me lembrei dos vários dias que passei em Torres ao som de reagge, na companhia dos colegas de faculdade, estudando, divagando sobre as aulas, relaxando no final de todas as provas... e concordo com o Sady.

     Me dei conta que o final da faculdade pra mim foi um luto que eu relutei muito em viver. Lembro nitidamente que no último semestre fiquei muito triste, pois dali há alguns meses tudo aquilo findaria. Foi aí que comecei a criar expectativa sobre a vida profissional que me aguardava ali adiante. Embuti nos meus pensamentos que eu iria salvar o mundo das cáries, que seria podre de rica e usaria isolamento absoluto em todo e qualquer procedimento odontológico que eu realizasse. Chego a gargalhar agora, escrevendo isso. Como fui mirim!!!! Ao invés de chorar no dia da formatura, como era da minha vontade, estampei um baita sorriso de satisfação, afinal, a ocasião pedia! Criei essas expectativas estapafúrdias pra fugir do fato de que o ciclo de Torres, da faculdade, tinha chegado ao final. 

     Hoje eu descobri que a  relação de amor e ódio com a Odontologia, sabiamente citada pela Michele Steiner (outra colega da faculdade) que afeta vários colegas, no meu caso, se deve aos fatores acima citados, ou seja, do luto não vivido pelo final de uma época da minha vida que foi muito legal.  E que saudades que eu sinto daquele tempo, daquele astral, daqueles reagges, daqueles colegas e daqueles isolamentos absolutos que eu fazia tão bem. 

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Medo, mergulho, etc...

     Eu, a Laura e a Bella ficamos sozinhas em casa na semana passada. O Bruno saiu em viagem de trabalho e só retornou na terça feira. Assim sendo, levei-a na natação na quinta passada. Já tinha participado da aula em outra ocasião, mas nessa a neninha deu seu primeiro mergulho assistido. Não foi a melhor experiência da vida dela, com certeza, mas sim o primeiro passo importante da vida "aquática" independente da Laura. Com o gênio forte que ela tem, volta e meia solta um gritinho daqueles estridentes quando é contrariada, mas a professora é firme e consegue controlar a birra da pequena. Quando a profe pediu que ela subisse no tapetão pra caminhar nele (e posteriormente mergulhar) novamente, a resposta veio na hora. 
- A Lala não que bigulha.

     Um aspecto que ultimamente anda me chamando a atenção é que a Laura está demonstrando medos da semana passada pra cá. Seja de um barulho muito alto (furadeira, aspirador de pó), vozes no corredor do prédio até dos lobos das historinhas dos três porquinhos ou da chapeuzinho vermelho, que lemos pra ela. Hoje ela não quis nem descer do colo da Angélica na praça onde tem música natalina e enfeites dessa época.  Á noite ela se aconchega no meu colo, me abraça e diz:
- Cuida da Lala mamãe, o lobo pega a Lala.
Ou ainda:
- Ai, socorro! Tenho medo do lobo!

     A frequência do "putameda" diminuiu consideravelmente, mas volta e meia ele pinta no pedaço. O Bruno, por ser um ser humano evoluído, quando se estressa com alguma coisa ou a Carleise liga pra ele contando que algo deu errado na Tao ou no Boliche, raramente fala palavrão. Larga um "que beleza!" e aí decide o que vai fazer. Sabiamente, quando a Laura larga um  "putamerda" ele diz: 
- Filha, puta merda é feio! Quando a Laura sentir vontade de dizer isso, fala "que beleza". Tá?
- Tá.

     Comecei a adotar essa tática. E pedi encarecidamente aos nossos amigos que convivem com a Laura e parentes que façam o mesmo. Agora, a coisa anda assim:
- Putameda... putameda é feio, tem que dizer "que beleeeza"!