quinta-feira, 26 de abril de 2018

Procrastinação

     Segundo o Dicionário Aurélio, procrastinar significa deixar para depois, usar de delongas.
Atire a primeira pedra quem nunca procrastinou algo na vida: "Amanhã eu faço." "Semana que vem eu resolvo". "Depois eu ajeito." 
Como profissional da Odontologia, sei que o verbo procrastinar é muito usado pelos pacientes. Há algum tempo, adotei o sistema de consultas de rotina nos meus pacientes. Ligo e marco uma revisão 2 vezes por ano, garantindo assim, a saúde bucal deles.

     O que ocorreu foi que esqueci da minha saúde bucal. Mesmo trabalhando e convivendo diariamente com duas excelentes profissionais, o máximo que fiz nos últimos anos foi um ajuste na minha contenção fixa (usada eternamente após a remoção do aparelho fixo). 

     Há um ano e meio, mais ou menos, comecei a sentir um certo incômodo no lado direito da boca, tanto na parte da maxila quanto da mandíbula. Acreditando ser um ponto gatilho de dor (que todos temos, independente de termos conhecimento deles ou não), quando a dor vinha, aplicava laser e ela sumia.

     Alguns meses atrás, minha língua teimava em permanecer num dente superior, pois percebia que algo estava "fora" do lugar e eu avisei a Miriam para que ela examinasse o tal dente. Mas nossos momentos de folga na clínica eram consumidos em conversas, chimarrão, discussões de casos de pacientes e demais afazeres. 

     Nessa segunda feira (finalmente), me tornei paciente. Como resultado da minha procrastinação, fui encaminhada á Bruna, pra fazer um tratamento de canal do tal dente. Me senti mal com a situação. Tratamento de canal?????!!! Eu????!!!!! Sim. 

     Diagnóstico: restauração de amálgama (aquelas escuras, "de metal") com uns 25, 30 anos infiltrada, ocasionando uma lesão de cárie que foi até a polpa. 
Tratamento: endodontia (tratamento de canal) e posterior restauração do elemento dentário.

     Como tudo tem o lado bom, percebi a importância de trocarmos de lugar ás vezes, ou seja, do dentista sentar na cadeira como paciente. Isso nos mostra a empatia que temos que ter com nossos pacientes, que diariamente sentam na nossa cadeira, confiando no nosso trabalho.

     Prometo que farei isso de 6 em 6 meses, pra evitar outros tratamentos de canais e sentir a empatia citada acima. 
Gratidão ás minhas colegas pelo atendimento (anotem na agenda de vocês minha próxima revisão!), vocês são ótimas profissionais!

     Aos meus pacientes: venham me visitar regularmente! 

Dia 23-04, diagnóstico pelas colegas Dra. Miriam e Dra.  Bruna.

Dia 24-04, canais sendo obturados pela Dra. Bruna.


terça-feira, 17 de abril de 2018

Trocando a mãe

      Em março, fui á Porto Alegre fazer uns cursos da área da Odonto, e como a Laura estava saudosa da prima Martina (e vice versa), consegui uma carona pra ela até a Capital com um casal de amigos muito queridos: a Aline e o Márcio. Eles têm um menino, o Miguel, de 9 anos (que ficou em Santa Rosa na ocasião).


     Ela se comportou tri bem na viagem. Segundo relato deles, dormiu boa parte do tempo (como sempre acontece nas nossas andanças por aí), conversou um outro tanto e cantou bastante, todas as música que tocavam no carro.

     Dias depois, nos reunimos e eles me contaram alguns papos que tiveram durante a viagem, e eu me diverti horrores com os relatos.


- Sabe... minha mãe é uma bruxa. 

- Por que, Laura? - Perguntou a Aline, interessada na resposta.
- Porque ela não me deixa comer doce. Meu pai que pe gente boa. Ela é uma bruxa!
Aí foi a vez do Márcio palpitar:
- Ah... mas se você morasse lá em casa, eu deixaria comer doce sempre! Lá em casa essas coisa são liberadas!
- Pois é! Não entendo porquê ela é assim, tão bruxa comigo... Eu queria mudar de mãe.
E a Aline, querendo justificar as proibições maternas:
- Laura,isso é coisa de mãe... Elas fazem de tudo pro bem dos filhos. Um dia tu vais ser mãe também e aposto que vais fazer a mesma coisa com eles .
- Não vou nada! Vou deixar eles comerem porcaria, não vou ficar xaropiando pra eles escovarem os dentes, vou deixar eles sem tomar banho todos os dias... vai ser beeem diferente!
- Então vamos fazer um combinado? Tu vais morar lá em casa e o Miguel vai pra casa dos teus pais.
Achando que ela iria mudar de ideia, a respost surpreendeu:
- Feito o brique!

     Nessa noite em que estávamos reunidos, eles desceram pra ir embora e a Aline disse, bem séria:

- Tá, Laura; vai lá no teu quarto e pega uma muchi com umas mudas de roupa pra tu ires lá pra casa. Aí tua mãe manda o resto das tuas coisas depois.  O Miguel já fica aqui e eu mando as coisas dele amanhã pra cá. Vamos?
Ela me abraçou respondeu:
- Sabe, tia Aline... acho que vou ficar com essa mãe mesmo. Deixa as coisas assim...

     Acredito que estou no caminho certo, pois mãe que não é "bruxa", que não enche o saco dos filhos pras coisas básicas da vida, são mães que irão se incomodar bastante com os filhos já crescidos. Como diz o ditado: É de pequenino que se torce o pepino.




segunda-feira, 16 de abril de 2018

Além de tudo, yoguini também!!!!

A vida da mulher, profissional, dona de casa, filha, irmã, amiga, esposa... que agora começa a exercer mais um papel na vida: o de mãe. Todas as experiências boas e as não tão boas dessa nova etapa, o desenvolvimento da Laura e como a nova mamãe está se saíndo.


     Essa é a descrição do blog, feita há anos atrás. Agora percebo que ela deve ser reescrita.

     A vida da mulher, profissional, dona de casa, filha, irmã, amiga, esposa, yoguini e mãe da Laura, uma criança muito querida e amada. 
Deixo aqui um registro de todas as experiências boas e as não tão boas da maternidade, como me saio diante dos desafios e alegrias e o desenvolvimento da filhota.


     Resolvi mudar a descrição por todas as mudanças que aconteceram comigo nesses últimos anos. Na minha profissão, concluí mais uma especialização, mudei de clínica, me atualizo profissionalmente sempre que posso e acho necessário. No meio disso tudo, entrei num processo de autoconhecimento que mudou a minha vida, por meio do Yoga e Ayurveda. 

     Foi uma mudança gradual, devagar, mas verdadeiramente profunda. Desde alimentação, hábitos, pensamentos, consumo... tudo! Não vou ficar aqui divagando sobre o que veio primeiro, se o ovo ou  agalinha... mas o fato é que fiz escolhas que me tornaram nessa Andrea de hoje (e que vai continuar na busca...).

     Um marco nesse processo todo aconteceu sábado: dei a minha primeira aula de yoga como instrutora. Tive a impressão de ter feito isso muitas e muitas vezes já (certamente em outras vidas...). O yoga se tornou-se a minha filosofia de vida, e tenho uma gratidão imensa á todas as pessoas responsáveis por esse processo: Meus pais, que me levavam com 15 anos ás práticas do Instituto Surya Ananda, á Cirene, que me apresentou esse mundo, á Narda, que conduz linda e intensamente as práticas de Ashtanga Yoga, á Elizete, pelo amoroso convite em fazer o curso de formação, à Anmol Arora, por me mostrar que a meditação pode ser fácil e mais eficaz do que eu pensava e á todos os colegas e amigos que o Yoga me trouxe.






segunda-feira, 9 de abril de 2018

A magia das letras

     "Milhares de pessoas acreditam que ler é difícil, ler é chato, ler dá sono, e com isso atrasam o seu desenvolvimento, atrofiam suas ideias, dão de comer aos seus preconceitos, sem imaginar o quanto a leitura os libertaria dessa vida estreita. Ler civiliza."
Martha Medeiros




     Um dos meus maiores prazeres, passatempo, hobby.. chamem com quiserem, é a leitura (e me aventuro na escrita ás vezes, aqui no blog).  Me lembro como se fosse hoje a história que a profe Dica (minha primeira profe do extinto 1º grau) contou pra nos apresentar a letra A cursiva. Quando consegui ler um livro sozinha, me vi com infinitas possibilidades e nunca mais deixei de ter um ou mais livros no criado mudo ao lado da cama.

     Esse ano a laura entrou na 1ª série em uma escola nova, maior e cheia de novidades. Adaptação 100%, alegria total, profe Rosângela show de bola. Meu entusiasmo por essa fase era a descoberta das primeira palavras, porque sei que depois disso, o aprendizado tende a engrenar e fluir facilmente.

     Nesse domingo, ela quis brincar de ler e escrever. Me sentei com ela no chão e com o giz na mão, ela começou a escrever no quadro negro. E depois, me explicou que juntando as letras, elas formam palavras. Escreveu o dia, algumas palavras (bem concentrada) e depois enumerou-as (acredito que no mesmo esquema que a profe Rô fz na aula). 

     Meu coração se encheu de alegria ao perceber que a magia está acontecendo! Sei que não devemos crias expectativas em relação aos filhos, mas tenho o palpite que ela vai gostar de ler, tanto ou mais do que eu.

     O mundo encantado da leitura breve conhecerá a Laura Turra Sala, e a mãe fica aqui, feliz, feliz, feliz com cada "ovo", "bala" e "gato" que ela escreve.
Primeiras palavras da Crespa,


segunda-feira, 2 de abril de 2018

Páscoa 2018

     Rotina de Páscoa totalmente modificada nesse 2018. Pela primeira vez, desde o nascimento da Laura, o Bruno não trabalha na madrugada nesta data, e na semana "Santa" nos mudamos pra uma casa.

     O relato da Páscoa 2017 me deixou em maus lençóis (pra quem não leu essa história... vale a pena!), já que a Laura me crivou de perguntas referentes ás pegadas brancas do coelho (feitas com Hipoglós por causa do chão do apartamento e pela inexistência de barro á mão).

     Esse ano, não teve confecção de ovos em casa devido á mudança, e a Laura passou a maior parte do tempo na Nona, em Tuparendi, com as primas que passaram o feriadão juntas (Belli, Martina e Helena).

     Na semana passada, a mãe veio me ajudar a encaixotar as coisas, e levou a crespa ao supermercado pra "encomendar" o ovo pro coelho. Feita a encomenda, ela relatou um dia, indo pra escola:

- Acho que o Coelho da Páscoa não existe.
- Porque tu achas isso, Laura?
- Por causa daquelas pegadas brancas que apareciam lá no apartamento. Tinha que ser de barro, e não brancas daquele jeito!
- Ah, mas ele deve ter pisado em algum pote de creme... sei lá!

     E desconversei, já imaginando como seria na casa, que tem piso claro. Não iria me escapar de fazer as pegadas de barro mesmo. 


     O relato das histórias dessa Páscoa me foram feitos pela tia It (que é madrinha da Laura) e pela "Laura grande", a namorada do Daniel, meu irmão.

     A tia Ita comprou um chocolate numa latinha da Moana pra dar de presente pra afilhada. Na caça aos ovos, a Laura encontrando a latinha, exclamou:

- Não pedi isso! Pode devolver!
- Mas o coelho deixou pra ti, Laura!
- Mas não foi isso que eu encomendei pra ele! Encomendei um ovo cor de rosa com uma boneca dentro. Esse coelho tem que respeitar o pedido dos outros! ( No caso, o ovo que a mãe comprou pra ela, e que estava escondido lá em casa).

     E a melhor parte ainda estava por vir. Com o dedo em riste, ela afirmou em alto e bom som pra quem mais quisesse ouvir:

- E tem mais: o coelho da Páscoa é uma fábula.
A Laura (do Dani), vendo a cara de dúvida e espanto da Helena e da Martina diante de tal afirmativa, indagou:
- Como assim, Laurinha? Ele não deixou ovos de chocolate pra ti?
- Não é o coelho que vem esconder essas coisas. São estranhos que entram na nossa casa e pintam o chão com aquela tinta, pomada branca...
- Acho que não, hein... como esses estranhos entram na casa se ela fica trancada?
- Minha mãe sempre deixa a casa aberta. Meu pai vive brigando com ela por causa disso. Por isso eles entram.

Abre parêntese.

O Bruno sempre me chama atenção pelo fato de eu não trancar a porta, deixar as janelas abertas...


Fecha parêntese.


     Fiquei sabendo que ela comeu os chocolates ganhos na Nona, mesmo discordando do ovo e tal.
Como ela dormiu na Nona do sábado pra domingo, me prestei a fazer um barro com a terra existente no nosso pátio e fazer as pegadas do coelho, no chão branco.

Eu, o Dani e a Laura fomos até Tuparendi buscá-la e fomos preparando a surpresa durante todo o trajeto:
- Olha, Laurinha... eu vi uma sujeirada na sala da casa... nem quis subir pra ver, mas acho que o coelho andou passando por lá.

- Ah é! Quando acordamos de manhã, escutamos uns barulhos na porta do teu quarto mesmo...

Afirmaram os dois...

     O vídeo confirma a reação da moça. As pegadas de barro foram um sucesso!
Não houveram mais perguntas depois delas (pelo menos por enquanto...).



Abaixo segue os relatos das Páscoas passadas, pra quem quiser ler.


Páscoa 2013
 Páscoa 2014
Páscoa 2015