terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Breve balanço

Seu 2013

     Venho por meio desta lhe agradecer pelos 365 dias que o senhor me proporcionou. Aprendi um monte de coisas durante esse tempo. Uma delas foi que os momentos difíceis existem por alguma razão. Foram eles que me mostraram caminhos que eu devo seguir e outros que, definitivamente, não fazem parte da minha caminhada. 

     Saio deste ciclo fortalecida, me conhecendo um pouco melhor e tentando me colocar no lugar dos outros antes de julgar qualquer atitude. 

     Tenho que agradecer, além do senhor, seu 2013, algumas pessoas que contribuíram com a minha caminhada: 

A Dra. Rosa, que me mostra sempre como descomplicar as coisas.
A Cirene, por me ajudar na busca do autoconhecimento.
Ao Bruno, meu querido. Pelo privilégio em conviver com alguém tão bom.

     Não vou dizer pro senhor picar a mula de uma vez e dar logo o lugar pro ano novo, seu 2013, pois gostei demais do senhor.   Sou muito grata por tudo o que o senhor me mostrou, me ensinou e me fez entender. 

     Se esse guri novo que acaba de chegar e atende pelo nome de 2014 for tão bom quanto o senhor, já fico feliz.  

     Novamente agradeço por tudo e desculpe qualquer coisa. 

Reveillon diferente

O mês de dezembro chega e com ele toda aquela alegria pela chegada do Natal, expectativas quanto ao próximo ano que esta chegando, troca de presentes, pinheiros cheio de penduricalhos, aquele papai noel cheio de roupa, gorro, casaca com gola quentinha... pra quem gosta, ótimo. Já pra quem não é muito chegada a esses cultos assim como eu, o negócio é estampar um sorriso no rosto e esperar que dezembro passe logo.

Me sinto completamente deslocada do mundo alegre e contente que o Natal proporciona assim que os primeiros enfeites vermelhos e dourados são pendurados. Em 2012, fiz um intensivo de terapia pra tirar do meu pensamento a ojeriza dessa data. Esse ano, fiz um retiro, uma vivência de fim de ano que foi muito legal, e onde até dancei em alto e bom som "Então é Natal, e o que você fez?". Pensei cá com meus botões que estava melhorando consideravelmente. Ledo engano. Lá pelo dia 20, comecei a murchar igual a uva passa e minha vontade de sumir aumentava a cada dia. 

Posso ficar aqui escrevendo que acho um desperdício gastar dinheiro com presentes (que geralmente são coisas que não precisamos), da encheção de saco das mensagens de muito amor, das família que se reúnem a fim de se abraçarem e que no outro dia retornam às brigas e às picuinhas de costume...  mas não.

Já que o tempo requer reflexão sobre o ano que passou e planos pra esse que daqui há algumas horas irá chegar, novinho em folha, vamos lá. 2013 foi intenso pra mim. Difícil em certos aspectos, maravilhoso em outros, divertido às vezes e de muito aprendizado interior. 

O que eu espero de 2014? Continuar crescendo como ser humano (já que em altura estacionei faz tempo), torço pra que todos os projetos do Bruno deem certo, pois ele é uma pessoa que merece tudo de melhor na vida, que a Laura tenha saúde e continue se desenvolvendo feliz  e enchendo meus dias de alegria. E desde agora (quase janeiro do ano novo), vou me preparar pra quando dezembro de 2014 chegar. Meus planos são audaciosos, mas só escreverei sobre eles mais tarde.

Ontem a noite fui internada no hospital aqui em Santa Rosa com pielonefrite (infecção renal) e vou passar a virada do ano aqui. Provavelmente vá pra casa dia 2 ou 3 de janeiro. Muitos devem estar pensando: "Ah, coitada!! Passar o reveillon sozinha, no hospital!!"  Que nada! Estando com Buscopan na veia pra me deixar sem dor, vou aproveitar a parada obrigatória pra estudar pro concurso do dia 26 de janeiro e dormir. 


Pra todos um 2014 repleto de coisas boas. 

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Desfraldamento

     Há mais ou menos um mês e pouco demos início ao processo de tirar as fraldas da Laura. Auxiliada pelos conselhos da Angélica, esperamos passar a festa de aniversário dela pra tirar as fraldas durante o dia. A sistemática começou com a retirada da fralda (e colocação de calcinhas) por poucos períodos durante a manhã e tarde, em média 15 minutos por turno. Era xixi pra todo lado. Mas tudo dentro do esperado. Não briguei, não xinguei... apenas limpava o xixi do chão e trocava as calcinhas dela. Com o passar dos dias, ela começou a segurar o xixi e avisar quando já tinha feito xixi, e ela foi ficando cada vez mais de calcinha.

     Temos que lembrar de apará-la de tempo em tempo, e se deixamos pra lá, não se passam quinze segundos sem o famoso:
-Manhê, a Lala fez xixi!

Há umas duas semanas ela pede pra fazer xixi. Nem sempre, mas pede.

     O cocô fica retido nas calcinhas de rendinha. Essa semana ela começou a pedir pra fazer cocô no penico. Mas o engraçado é que quando a vontade pinta, ela é tão rápida no ato de evacuar que depois de encher as calcinhas, diz:
-Mamãe, quero cocô!

     Nesse mês e pouco, já aconteceram vários episódios engraçados e outros nem tanto. 
Por três vezes o sofá da sala foi batizado. Uma vez na surdina, sem ninguém perceber até começar a exalar um cheirinho característico e não sabíamos de onde. A Vânia que sentiu o fedorzinho primeiro. As outras duas vezes foi quando estávamos no sofá com ela, brincando. Mas deu tempo de tirá-la de cima do móvel e evitar mais alguns dias do cheiro característico na sala. 

     Semana passada, cheguei em casa com ela à tardinha e logo propus um xixizinho e um cocozinho no penico mágico (que toca musiquinha quando bem utilizado), já que os puns da moça estavam impestiando o carro.. Fui bem atendida no quesito xixi. Como de costume, ela virou a busanfa pra eu limpar a "peleleca" e se foi pra sala, sem calcinha. Quando terminei de limpar o penico, eis que ouço a frase:

-Mamãe, a Lala fez cocô!

     O tapete da sala estava repleto de bolotas de cocô. A mesma cena se repetiu na sacada no dia seguinte, porque com esse calor, ela está tirando toda a roupa, inclusive as calcinhas. 

     Essa semana explicamos pra ela que quando ela sentir vontade de fazer cocô, assim como o xixi, é pra avisar, pois assim dá tempo de fazer cocô no pinico cantor. Depois de uma explicação detalhada e lúdica enquanto ela soltava altos e sonoros puns pela casa, eis que ela diz:

- Mamãe, a Lala fez cocô!

     Não, ela estava com vontade de fazer cocô, pois a calcinha estava limpinha! Apostei uma corrida com ela até o banheiro e lá ela pode dar tchau por imenso cocô cheio de milho que ela faz no pinico mágico. Hoje ao meio dia, a cena se repetiu, mas o cocô era do tamanho de uma bala. 

     Valeu as explicações e a nossa paciência. Acredito que se ela continuar assim, até a entrada do outono conseguiremos obter êxito na missão do desfraldamento.  

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

A polêmica do titão à mostra

     Semana passada, vi no Facebook um monte de fotos de gurias (do meu tempo) amamentando seus rebentos, com legendas indignadas sobre um tal artigo que saiu num jornal de Santo Ângelo. Perguntei pra uma das gurias, a Juliana (mãe de duas meninas, que amamentou ambas) qual era o arerê.

     Segundo ela, um colunista do jornal escreveu que não acha legal mulheres que amamentam seus filhos na rua, que ficam com os seios à mostra, que ele inclusive fica excitado vendo uma cena assim. Minha reação foi postar uma foto com meu seio cheio de leite e a Laura atracada no titão, mamando, com 1 mês de vida.

     Não cheguei a ler o artigo, até porque há horas não leio um jornal de cabo a rabo, mas como esse seria um assunto relevante de ser postado aqui no blog, algumas pessoas me mandaram os dados do colunista. Na minha cabeça, achava que ele era um homem de meia idade, barrigudo, careca, carrancudo, mal amado... mas eu conheço o cara, e ele não é nada disso. E se não me falhe a memória, ele é mais novo que eu.  E pelo motivo de conhecê-lo, não vou mais chamá-lo de arigó, como fiz ao ver as manifestações das gurias na rede social, e sim deixar registrada aqui a minha humilde opinião sobre o assunto.

     Há aqueles que adoram um suruba, há quem transe com árvores, há quem "barranqueie" a égua do sítio e certamente há quem se excite vendo uma mulher amamentando. Acredito que o colunista em questão não tenha filhos ainda, mas, se ele se excitar em ver a mãe dos seus futuros filhos com os peitos lustrosos, cheios de leite, tudo bem. 

     O problema aí, acredito que foi o modo como a questão foi abordada. Há certos assuntos que ferem os leitores pela diferença de pensamento que ocorre entre quem escreve e quem lê. As mães que amamentaram ou ainda amamentam seus filhos no peito ficaram indignadas com a abordagem feita do assunto. Aposto que se ele tivesse apenas escrito que não acha legal ver mulheres na rua amamentando e ponto, a repercussão seria outra.

     Como mãe, já escrevi aqui no blog que quando se amamenta, se perde totalmente o pudor dos seios, eles se tornam "públicos" de tantas vezes que temos que tirá-los do sutiã pra matar a fome dos nossos rebentos. Cheguei a ir até a garagem do prédio com o peito de fora certa vez. Sorte que o colunista não é meu vizinho!

     Falando sério agora (ou melhor dizendo: escrevendo sério): quem tem blog, escreve pra algum jornal ou revista, deve ter um pouco de cuidado ao expor suas opiniões. Várias vezes tive textos prontos na minha cabeça a respeito de coisas que certamente causariam muita polêmica. Se já sou criticada por viajar e deixar a Laura, imagina o que pensariam de mim se eu escrevesse tudo o que acho de certas coisas... criaria inimigos em toda parte.

     Pra terminar: amamentar é sublime, o maior ato de amor que a mãe pode dar pra um filho na tenra idade. Há mães que não gostaram da experiência, mas quem curtiu, sabe do que me refiro. Quem é homem e infelizmente não pode desfrutar de momentos tão mágicos, e que discorda de tudo isso, ao menos demonstre sua opinião de um modo mais sutil. 

sábado, 14 de dezembro de 2013

Fim do ciclo

     Hoje á noitinha, assistindo o Saia Justa, do GNT, escutei atentamente sobre um dos temas do dia: o luto. Não ficamos de luto só quando alguma pessoa querida morre, e sim nas mais diversas situações; perda do emprego, decepção com algum amigo, fim de relacionamento, enfim, término de um ciclo que considerávamos importante na nossa vida, e que devemos aprender a viver sem. Aí as divagações começam, pois há especialistas no assunto que dizem que o luto deve ser vivido, invariavelmente algum dia, cedo (o mais aconselhável) ou tarde, para que possamos dar sequência à nossa vida. Esses mesmos especialistas dizem que a gente nunca sai de um luto igual, sempre aprendemos algo com ele. 

     Agora há pouco li uma postagem de um colega de faculdade, o Sady: "Eu sinto saudades de tantas coisas, de tantas pessoas." Se eu contar que me lembrei de vários colegas de faculdade hoje, inclusive do Sady, quem estiver lendo este post vai achar que estou escrevendo isso pra fazer grau. Mas não. Estava escutando Cidade Negra e me lembrei dos vários dias que passei em Torres ao som de reagge, na companhia dos colegas de faculdade, estudando, divagando sobre as aulas, relaxando no final de todas as provas... e concordo com o Sady.

     Me dei conta que o final da faculdade pra mim foi um luto que eu relutei muito em viver. Lembro nitidamente que no último semestre fiquei muito triste, pois dali há alguns meses tudo aquilo findaria. Foi aí que comecei a criar expectativa sobre a vida profissional que me aguardava ali adiante. Embuti nos meus pensamentos que eu iria salvar o mundo das cáries, que seria podre de rica e usaria isolamento absoluto em todo e qualquer procedimento odontológico que eu realizasse. Chego a gargalhar agora, escrevendo isso. Como fui mirim!!!! Ao invés de chorar no dia da formatura, como era da minha vontade, estampei um baita sorriso de satisfação, afinal, a ocasião pedia! Criei essas expectativas estapafúrdias pra fugir do fato de que o ciclo de Torres, da faculdade, tinha chegado ao final. 

     Hoje eu descobri que a  relação de amor e ódio com a Odontologia, sabiamente citada pela Michele Steiner (outra colega da faculdade) que afeta vários colegas, no meu caso, se deve aos fatores acima citados, ou seja, do luto não vivido pelo final de uma época da minha vida que foi muito legal.  E que saudades que eu sinto daquele tempo, daquele astral, daqueles reagges, daqueles colegas e daqueles isolamentos absolutos que eu fazia tão bem. 

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Medo, mergulho, etc...

     Eu, a Laura e a Bella ficamos sozinhas em casa na semana passada. O Bruno saiu em viagem de trabalho e só retornou na terça feira. Assim sendo, levei-a na natação na quinta passada. Já tinha participado da aula em outra ocasião, mas nessa a neninha deu seu primeiro mergulho assistido. Não foi a melhor experiência da vida dela, com certeza, mas sim o primeiro passo importante da vida "aquática" independente da Laura. Com o gênio forte que ela tem, volta e meia solta um gritinho daqueles estridentes quando é contrariada, mas a professora é firme e consegue controlar a birra da pequena. Quando a profe pediu que ela subisse no tapetão pra caminhar nele (e posteriormente mergulhar) novamente, a resposta veio na hora. 
- A Lala não que bigulha.

     Um aspecto que ultimamente anda me chamando a atenção é que a Laura está demonstrando medos da semana passada pra cá. Seja de um barulho muito alto (furadeira, aspirador de pó), vozes no corredor do prédio até dos lobos das historinhas dos três porquinhos ou da chapeuzinho vermelho, que lemos pra ela. Hoje ela não quis nem descer do colo da Angélica na praça onde tem música natalina e enfeites dessa época.  Á noite ela se aconchega no meu colo, me abraça e diz:
- Cuida da Lala mamãe, o lobo pega a Lala.
Ou ainda:
- Ai, socorro! Tenho medo do lobo!

     A frequência do "putameda" diminuiu consideravelmente, mas volta e meia ele pinta no pedaço. O Bruno, por ser um ser humano evoluído, quando se estressa com alguma coisa ou a Carleise liga pra ele contando que algo deu errado na Tao ou no Boliche, raramente fala palavrão. Larga um "que beleza!" e aí decide o que vai fazer. Sabiamente, quando a Laura larga um  "putamerda" ele diz: 
- Filha, puta merda é feio! Quando a Laura sentir vontade de dizer isso, fala "que beleza". Tá?
- Tá.

     Comecei a adotar essa tática. E pedi encarecidamente aos nossos amigos que convivem com a Laura e parentes que façam o mesmo. Agora, a coisa anda assim:
- Putameda... putameda é feio, tem que dizer "que beleeeza"! 










quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Casar ou comprar uma bicicleta?

     Tenho a impressão que esse post não terá pé nem cabeça, mas vou em frente mesmo assim. Sabe aquelas épocas que a gente fica em dúvida sobre uma série de coisas na vida? Pois me encontro numa dessas. Minha dúvida não se resume em não saber se caso ou compro uma bicicleta; já casei e não curto andar de bici. As coisas vão mais além. 

     Pela enésima vez fui acometida por uma infecção urinária na semana passada. Passei o sábado a noite, o domingo e parte da segunda feira com cara de bunda, de tanta dor. Quem já passou por isso sabe do que me refiro. Assim sendo, quando não estava sentada no vaso sanitário (voltando a enfatizar que se alguém já teve uma infecção urinária, sabe do que estou escrevendo), o que me restava era ficar com a Laura e pensar na vida, no rumo que as coisas estão tomando, no tempo que voa e como eu pretendo envelhecer.

     Me inscrevi no concurso da Secretaria Estadual de Saúde. Comprei a apostila e comecei a estudar. Tudo nos conformes até a parte do raciocínio lógico. Aí me deu vontade de jogar a toalha. Não sei porque não simplificar a coisa e colocar no edital que o que vai cair na verdade é Matemática. Meu fraco, desde sempre. Tenho vergonha disso, mas a verdade é que sou muito, muito ruim em Matemática. Sempre fui assim. Na época do colégio, enquanto em Português, Literatura, Biologia e demais matérias ia bem, em matemática passava de ano com as calças na mão. Demorei pra passar no vestibular por causa dos malditos cálculos. Na faculdade, graças a Santa Apolônia (padroeira dos cirurgiões dentistas), a matemática me deixou em paz. Agora, depois de 10 anos de formada, me vejo desmotivada em estudar por causa dos cálculos de matrizes e demais equações dificílimas pra mim.

     Nessas situações eu paro e penso: será que nessa altura do campeonato é válido eu querer aprender uma coisa que por 34 anos tive dificuldade? Aí vem uma vozinha na minha cabeça que diz: "Férias remuneradas, décimo terceiro salário... tu tens isso no consultório? Profissional liberal é igual a instabilidade, minha querida!!" 

     Essa madrugada perdi o sono. Fui pra sala, liguei a TV no Nat Geo (que transmite programas de fundamento) e fiquei assistindo um programa chamado Tabu. O episódio em questão era sobre as pessoas que moram em lugares estranhos, como túneis de esgoto, a rua ou lugar nenhum. Esse do lugar nenhum é um cara que carrega consigo apenas escova de dentes, creme dental, uma muda de roupas e filtro solar quando está em lugares quentes. Passa a vida vagando de Estado em Estado, sem trabalhar, dormindo na casa de amigos ou de gente que ele acaba de conhecer. Fica lá por dias, semanas ou até meses. Fazendo o que? Não sei; e o programa tão pouco mencionou alguma atividade do cara. Outro homem passou 35 anos trabalhando 16 horas por dia. Há uns 4, 5 anos, largou tudo e se mudou pra um túnel de esgoto fluvial de Las Vegas. Ás vezes ele tem que sair ás pressas porque a água inunda os túneis, mas no geral passa seus dias passeando nos parques e curtindo a paisagem. Se diz muito feliz assim.
 Esses caras estão certos? 

     Eu estou certa em continuar trabalhando como dentista ou o melhor é aprender matemática pra passar no concurso e ter a tão magnífica estabilidade? Ou largo tudo e vou escrever livros infantis? O dilema é quase se caso ou compro uma bicicleta, não é??

domingo, 24 de novembro de 2013

"A televisão me deixou burro, muito burro, demais...".

     A televisão sempre fez parte da minha vida. Me lembro que antes da chegada da Camila e do Daniel, quando criança,  eu, o pai e a mãe assistíamos as novelas das 8 da Globo. Nas manhãs me divertia com a Turma do Balão Mágico e o Fofão. Depois, maiorzinha, me tornei fã da Xuxa. Mais velha um pouco, não perdia nenhuma novela e adorava assistir a TV Pirata. Teve uma época que eu assistia todas as novelas da Globo e sabia mais ou menos as últimas 3 ou 4 que tinham passado antes daquela que estava no ar. 

     Família formada e a televisão sempre ligada. A que mais ficava na frente da TV era eu. Só a desligava na hora de ler meus livros, estudar e dormir. Me lembro de ser repreendida pelo Tio Nola várias vezes. Ele dizia que televisão era perda de tempo. Eu ficava sem entender como alguém podia não gostar de televisão (hoje entendo).

     Com o passar dos anos, a televisão deixou de ser o principal eletrodoméstico em casa. Ficava mais tempo lendo, escutando música ou no pátio com a Camila e o Dani. Quando fui morar fora pra estudar, continuei com o hábito da novela das 8 (que virou das 9) e algum programa que outro, até porque estudava bastante e, morando na praia, só ficava na frente da TV quando chovia muito e a turma se reunia pra assistir algum filme legal. Nessa época teve início a febre dos reality shows. Até assisti às primeiras edições do tal de Big Brother, mas percebi que não era lá grande coisa e larguei de mão isso também. 

     Programas que mostram o drama das pessoas, reformam casa, carro, pagam rancho e dão banho de loja pra guriazinha... tô fora. Gugu enfarento, Fausto ex gordo e chato mor, Silvio Santos octogenário... não me pegam. Nunca gostei disso. Só assisto televisão no final de semana se fico doente ou se vem o mundo abaixo de chuva, o que me impossibilita de sair de casa; e mesmo assim dou preferência em assistir algum filme. Telejornal que apela pro sensacionalismo, onde o apresentador fica gritando por justiça aos quatro ventos... me nego a assistir.  

     Depois de casada, colocamos TV por assinatura em casa. Comecei a pensar que ou eu virei muito seletiva em relação ao que me interessa assistir ou o conteúdo da televisão decaiu consideravelmente de um tempo pra cá. 

Na casa dos meus pais, tem dias que a televisão só é ligada a fim de auxiliar o pai a pegar no sono, na hora da sestia (ainda não inventaram sonífero melhor). Definitivamente, ela deixou de ser a queridinha da casa. Seu Turra e Dona Mari  sabem que há coisas na vida bem mais interessantes a fazer.

     Então chegou a Laura, e o meu tempo na frente da televisão diminuiu mais um pouco. Prefiro mil vezes ficar brincando com ela do que ficar assistindo o que quer que seja. Nesses dois anos de maternidade, a última novela das 9 que eu assisti de cabo a rabo foi Avenida Brasil (inesquecível Carminha...). Depois dessa, não acompanhei mais nenhuma, e pra ser bem sincera, não sinto a mínima falta. 
  
     Tem uma música dos Titãs que diz: "A televisão me deixou burro, muito burro, demais...". Concordo. Tudo o que é demais, faz mal. Dá pra continuar assistindo TV, mas moderadamente. 

sábado, 23 de novembro de 2013

Academia

     Depois de quase 1 ano fazendo fisioterapia ininterruptamente por causa dos meus joelhos, recebi alta. Fui orientada pelo médico a continuar com o reforço muscular na academia, fazendo musculação. Fiquei triste por dois motivos: primeiro porque adoro a Vivi, a fisioterapeuta que me acompanhou todo esse tempo. Segundo porque nunca fui fã de musculação.

     Mas, como foi o médico que mandou, me matriculei na "acadimia" e comecei a puxar ferro. Isso aconteceu em setembro. Desde lá, faço musculação duas vezes por semana. Ao contrário de todas as expectativas, e levando em consideração meu histórico em tal modalidade, estou gostando bastante da musculação. No início ia á contragosto malhar, mas agora vou tranquila. Estou a léguas de distância de virar rata de academia, mas o que interessa é que os resultados começaram a aparecer.

      Primeira grande mudança: a diminuição drásticas das minhas dores de cabeça. Agora posso tomar minhas cervejinhas sem acordar no outro dia com os sinos da catedral dentro da cachola.  Segunda grande mudança: meus joelhos estão bem. Consigo fazer minha yoga, brincar com a Laura agachada, caminhar e até estou me aventurando em dar umas corridas de leve na esteira.  

     Andei perdendo uns quilos de uns tempos pra cá, mas esteticamente ainda não percebi lá grandes mudanças frequentando a academia. Minhas celulites de estimação permanecem lá, acompanhadas por outras novas que surgiram depois da gestação, o que faz minha bunda e minhas pernas parecerem um sofá capitonê. Meus braços de gringa polenteira continuam com a mesma circunferência, mas segundo a minha instrutora eles diminuirão. As cartucheiras seguem firme e forte. Pra quem não sabe o que são cartucheiras aí vai: são os flancos, vulgos pneuzinhos.  

     Sigo fazendo minhas séries de exercícios físicos feliz com os resultados alcançados até agora, enquanto isso, aguardo o momento em que todos os itens acima citados farão parte do passado. 

domingo, 10 de novembro de 2013

Vale Night

     Encontro das mãezinhas, como sempre na casa da Fofa numa terça feira. Cada vez fica mais divertido mas também mais difícil das mãezinhas conversarem. Agora todos caminham, falam e trepam em tudo. Aí, em meio a nossas conversas não concluídas, choros e encrencas das crianças, a Cissa ergueu os braços e esbrevejou: "Aie!!! quando a gente vai poder sair sem as crianças pra podermos conversar decentemente, hein?". Gargalhamos, obviamente. Mas a ideia foi amadurecendo, e ficou meio que certo que naquela sexta feita iríamos sair, somente as mãezinhas, sem seus filhinhos e maridos. 

     Pensei cá comigo que isso não sairia dos nossos planos. Mas pra minha surpresa, na sexta feira comecei a receber mensagens com as coordenadas do nosso vale night. As regras: deixar as crianças aos cuidados dos seus respectivos pais para que pudéssemos aproveitar algumas horas sozinhas, somente entre mulheres. Não foi permitido pedir ajuda pras vovós, titias e demais parentes. O vale night teve suas regras sacramentadas, tivemos a adesão de 3 dos 5 paizinhos e lá fomos nós.

     Local escolhido: o Boliche. A Fofa e a Cissa me indagaram se eu gostaria de ir pra outro lugar (um lugar neutro). Disse que tava tranquilo, pois além de adorar o ambiente do boliche, o Bruno estaria cuidando da Laura e não trabalhando lá naquela noite. Tomei um banho, vesti uma calça e uma camiseta, calcei uma rasteirinha e fui a primeira a chegar.

     De todas as mãezinhas, eu sou a que saio mais, até pelo marido que tenho. Volta e meia deixo a Laura com a minha sogra, com as dindas, tias ou com a minha mãe e vou pra TAO ou pro Boliche fazer uma festinha. Até por isso não me produzi nada pra aquela noite. Logo chegaram a Cissa e a Fofa. Lindas, maquiadas e eufóricas. Após alguns bons minutos divagando sobre como estariam nossos rebentos, nosso vale night começou a tomar forma. Foi muito, muito divertido! Rimos muito, conversamos bastante (sem interrupções pra trocas de fraldas nem choradeira na disputa de brinquedos), jogamos boliche e até fizemos strike!!

     Naquele dia a Joana estava no meio de uma estomatite, então, há meia noite voltamos cada uma pra sua casa. A Cissa queria ficar mais, alegando que não iríamos virar abóbora depois daquela hora, mas já que eu e a Fofa demos a voz de "bamo", ela se foi pra casa também.

     Depois, ficamos sabendo que a estomatite atingiu seu auge, foi passada pro Tomás, que devido a uma convulsão foi parar uns dias no hospital. Agora a Cissa anda com o pé engessado por ter operado o (ou a, não sei como me refiro) joanete.

     Estamos esperando ansiosamente pelo próximo vale night e da adesão das demais mãezinhas, Dica e Milena.

     Querem saber o que os papais e as crianças fizeram naquela noite de sexta feira? O Marcelo levou o Tomás a um aniversário só pra homens. O Diogo e o Bruno se juntaram pra fazer um churrasco com as "gurias" (Jojô e Laura). E todos ficaram felizes e contentes no final do vale night! Que venham os próximos!!   





O Henrique dos amendoins



     Num domingo a tardinha, estavamos em casa brincando com a Laura quando meu celular deu sinal. Havia recebido um e-mail. Vi que o remetente era desconhecido, mas decidi abrir o e-mail na hora ao ler o título: "Amendoim". 

     Quem me escreveu foi um casal de Tubarão, SC, que haviam lido no blog o que tinha acontecido com a Laura.  Fernando e Michele, pais do Henrique, que na ocasião estava com um ano e nove meses. Coincidentemente, o Henrique estava com a mesma idade da Laura quando aconteceu o episódio dos amendoins. O e-mail dos pais do menino relatava que ele tinha aspirado amendoins há nove dias, mas só agora o peito estava chiando e na segunda feira eles iriam até Porto Alegre pra que o Dr. Cristiano (do Hospital  da Criança Santo Antônio)pudesse avaliar o Henrique. Me pediam informações sobre o hospital, o médico e tal. 

     Liguei assim que terminei de ler o e-mail. Falei com a Michele e contei resumidamente a nossa experiência. Disse que ficassem calmos e que o Hospital era excelente. Fiquei em contato com ela durante os três dias seguintes. Como mãe, sabia bem o que a Michele estava passando e tentei dar o apoio que a gente tanto quer numa hora assim. 

     A fibroboncoscopia do Henrique foi feita assim que eles chegaram em Porto Alegre, e teve que ser repetida na quarta feira, pois restaram pedaços de amendoim no pulmão dele. Segundo o médico, poderiam ficar sequelas devido ao tempo decorrido da aspiração dos amendoins até a realização das fibros, e ainda havia a possibilidade de ter que fazer uma cirurgia convencional para remover os amendoins. Graças á Deus e ao anjo da guarda do Henrique, ele teve alta na quarta feira, logo após a realização da segunda fibro, sem cirurgia convencional e sequelas. 

     Depois de passado o susto, pedi por e-mail que o Fernando e a Michele me mandassem algumas fotos deles. Aí está o Henrique, na sala da pré anestesia e em um dos quartos do Hospital da Criança Santo Antônio.

     Fiquei surpresa com o contato desse casal comigo. Ao perguntar como Eles disseram que digitaram no google algo sobre aspiração de amendoim por crianças, o link do blog apareceu e pimba. Impressionante como as coisas acontecem. Percebi que além de entretenimento, o blog pode ajudar as pessoas em momentos difíceis. Fui invadida por um sentimento de dever cumprido.

     Torci muito pra que ele se recuperasse logo e que não ficassem sequelas. Fiz uma corrente grande com o Bruno e mais um monte de gente pra que orasse pelo pequeno. Desejo muita saúde pra ele e que um dia possamos conhecer o Fernando e Michele e o pequeno Henrique ao vivo e a cores.








Outubro de estreias



     O mês de outubro foi recheado de estreias na vida da Laura. Num ensolarado sábado a tarde, rumamos pra Fenadi/ExpoIjuí. A motoca, como sempre, foi companheira inseparável em passeios como esse. Pela primeira vez a levamos no parque de diversões. Os brinquedos apropriados pra idade dela se resumiam nos carrinhos que ficam dando voltas e mais voltas ao redor do eixo central. Ela andou nos três mais seguros: carro, jeep e caminhão. Fizemos mais festa do que ela. Quando os carrinhos em que ela estava andando passavam por nós, abanávamos, chamávamos...e a Laura nada. Estava mais interessada em segurar nas direções e explorar os cintos de segurança e os bancos dos automóveis. Pulava de um banco pro outro, olhava todo e qualquer detalhe presente nos carros e pra quem estava olhando, parecia mesmo que ela estava dirigindo e curtindo a paisagem.  Depois, acompanhamos a Laura na roda gigante. Na primeira volta ela estranhou um pouco, mas em seguida já dava os gritinhos de euforia (“Uhuuu!!”) quando estava nas alturas. A pequena ficou impressionada com o helicóptero que fazia voos panorâmicos pela cidade, e tinha o parque de exposições como ponto de partida. Sempre que ele se aproximava, ela fazia a festa.

     A outra estreia ficou por conta do circo. Muito do fraco, pra ser sincera. Achávamos que faríamos uma grande coisa levando a Laura no circo. Mas nem. Ela pouco se interessou e pedia pra passear durante a apresentação. Na verdade esse circo era muito xumbrega. Sem aquele glamour que pelo menos eu e o Bruno estávamos acostumados. O mestre de cerimônias, na nossa época, usava fraque, gravata borboleta e cartola. O palhaço, nos áureos tempos, usava peruca colorida, chapéu e uma roupa larga, cheia de detalhes que chamavam a atenção, fora o sapatão enorme. No circo em questão, o mestre de cerimônias usava calça jeans apertadíssima, uma camiseta mais justa ainda e um tênis com amortecedor. O palhaço estava mal e porcamente com o rosto lambuzado e usava uma camiseta listrada embaixo de uma calça larga, além de ser adepto ao tênis também. Um fiasco. Tudo se resumiu em consumo. Bolinhas, espadas, comes e bebes...não venderam a mãe por detalhe. Saímos decepcionados e a Laura com sono.

     A terceira estreia foi a aula de natação. Era pra ter início na primeira semana de outubro, mas devido ao gripão da Laura, o papai Bruno só pode levá-la na última aula do mês. Segundo o Bruno ela logo se soltou e aproveitou bastante. O problema foi na hora de sair da piscina. Choradeira por não querer sair da água e cansaço total devido ao agito na aula. Ao chegar em casa, mal conseguiu almoçar e capotou o jipe.   A prima Belli é colega de natação.

     O mais legal é que agora ela conta o que fez e se lembra das coisas que aconteceram há tempos atrás. A aula de natação é narrada com riqueza de detalhes. O passeio de roda gigante e nos carrinhos também. Já do “circulo” não há comentários da parte dela.












quinta-feira, 24 de outubro de 2013

O diário da semana

     Semaninha complicada. Nada que não se resolva, mas ao lerem ao acontecimentos, vocês hão de me dar razão.
SÁBADO
     Começou o horário de verão. Já fui muito fã dele, mas isso há muitos anos atrás, quando não precisava trabalhar, não tinha filhos e passava o dia de molho na piscina. Sobre esse tal horário, tenho a dizer que ele bagunça completamente a minha vida. Não durmo direito, fico sonolenta o dia todo, acho um saco ter sol às 9 da noite. Fora os horários da Laura, que demoram umas duas semanas até engrenar.  Essa hora que o horário de verão comeu me faz muita falta. 

SEGUNDA FEIRA
     Amanhecendo o dia, fomos acometidos por um temporal aqui em Santa Rosa. Casas foram destelhadas, uma ventania louca. E eu e a Laura seguimos rumo á Santo Ângelo há no máximo 80 Km/h, já que a chuva não deu trégua. 

TERÇA FEIRA
     O Bruno me ligou dizendo que estávamos sem água no prédio. Ok, pensei cá com meus botões: até o final da tarde tudo estará resolvido. Não tomei banho na casa do pai e e da mãe porque acreditei no bom senso do administrados do prédio em resolver a falta d'água em tempo hábil. Cheguei em casa e nada da água. Mesmo usando o vaso sanitário apenas para necessidades leves, ele já começou a dar sinais de semelhança com os banheiros públicos. Baixo astral ter banheiro fedido na nossa casa.

     Papai quis levar a Laura no circo à noite. Já tinham me alertado que o circo que anda pela cidade não é o bicho. Realmente não é.  Valeu pela experiência, mas o espetáculo circense deixou muito a desejar (delibero mais sobre o circo em um próximo post). O "espetáculo" acabou tarde (mais tarde ainda por causa do horário de verão), a Laura estava um ranço só, pois já tinha passado muito do seu horário de dormir, eu e o Bruno estávamos com muita fome e resolvemos ir a um restaurante pra jantarmos. 

     Passamos o tempo todo correndo atrás da Laura, que continuava rançando de sono e berrava na mais remota aproximação de uma pessoa. Não quis comer nada e apenas tomou uns goles de suco. Dormiu profundamente quando estávamos comendo. O lado bom é que conseguimos comer em silêncio. Eu e ela dormimos sem banho. Temos um grande estoque de garrafas d´água na geladeira. Elas têm nos salvado. Deixei uma no banheiro pra escovarmos os dentes.

QUARTA FEIRA
     Passei a noite toda sonhando que meu cabelo estava grudado na cabeça de tão oleoso. Acordei de manhã e constatei que o sonho estava começando a se tornar realidade (tenho que levar meus cabelos todos os dias, inverno e verão, ele é super oleoso, um dia que eu não lave, ele fica um nojo). Ainda na cama, liguei pra imobiliária pra saber quando que a água voltaria pras nossas torneiras. A menina que me atendeu disse que provavelmente até ao meio dia tudo estaria resolvido. A Laura foi-se pra creche com duas chucas, porque não consegui domar os crespos sem água. O vaso sanitário continuou sendo usado para necessidades leves e permaneceu com sua tampa fechada. 

     Fui pra academia. E a regra é voltar da academia e tomar banho. Mas ainda estávamos sem água. Novamente liguei pra imobiliária (grudando de suor e com a paciência lá no garrão do pé - embarrado devido ao espetáculo circense da noite anterior) e descobri que a bomba d´água do prédio queimou, e pela voz da guria da imobiliária, o pessoal não estava com muita pressa em resolver o problema. Sei que a guria não tem culpa de nada, mas dei um recado pra ela: se a bomba d'água não fosse trocada ou concertada, toda a vizinhança iria tomar banho na casa do chefe dela.

     Partimos de mala e cuia pra casa da minha sogra. Tomei um bom banho e filamos o almoço lá. À tardinha, quando cheguei em casa, olhei pra Angélica com um olhar esperançoso, e ela me olhou de volta e me disse: "Ainda sem água.". Peguei uma muda de roupa limpa pra Laura e fomos até o Boliche pra comermos alguma coisa, já que em casa, pela falta d'água, ficava difícil preparar qualquer coisa pra matarmos a fome. Aí a semana começou a ficar agradável. Quinzenalmente rola o Clube do Samba no Boliche. Saímos lá pelas tantas e fomos pra casa da sogra de novo, pro Bruno e a Laura tomarem um banho. Retornamos ao Boliche pra curtirmos o samba de primeira qualidade. A Laura brincou com o Joaquin e o Giu e voltamos pra casa perto da meia noite, depois de ver o Grêmio ganhar e o Inter perder (falei que a semana começou a melhorar?!).

     Ao chegarmos em casa, grata surpresa: a água retornou às nossas torneiras, ao chuveiro e principalmente, ao vaso sanitário, que voltou a ficar com aspecto bom novamente.

QUINTA FEIRA
     Hoje a Laura estreou na natação com o papai. Ainda não sei dos detalhes. Amanhã nossa pequena completa 2 anos. 

     E acho que por essa semana, chega de falta d'água, circo sem graça e ranços. Que venha logo o final de semana.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Lembranças do café passado

     Noite dessas eu estava assistindo o GNT e estava se falando dos cheiros e gostos das comidas da nossa infância. Qual comida te remete à tenra idade? Fiquei bem na dúvida, pois adoro tudo o que a mãe, a nona, as tias faziam pra mim quando eu era criança.

     No outro dia, de manhã cedo, quando estava me ajeitando pra trabalhar, senti o cheiro de café passado vindo da cozinha e me lembrei da minha vizinha de infância, a Paula Salla. Não só dela, me lembrei de toda a família. Assim como nós, eles moravam na Marquês, no prédio da Mirandoli (há quantos anos atrás mesmo??).  Na casa da Paula sempre tinha café passado, e consequentemente aquele cheirinho delicioso. Na casa do pai e da mãe, é costume até hoje tomar café com leite, com Nescafé ou assemelhados,  e só nos últimos tempos é que se tem feito o café passado.

     Quando eu estava entrando na aborrescência (não escrevi errado, aborrescência mesmo) a Paula e o restante dos Sallas se mudaram. Nos vimos poucas vezes depois disso. Até que todos os Sallas se mudaram pra Santa Catarina e só fui reencontrar a Paula graças às redes sociais.

     Em fevereiro, quando estivemos em Camboriú, reencontrei minha vizinha de infância. Foi muito bom. Conheci o Elson, marido dela (que é muito gente boa) e a Julia, a filha deles, muito parecida com a mãe nos áureos tempos. De quebra revi os pais dela, a tia Lenir e o tio Darci.

     Me lembro que eu gostava muito de brincar com a Paula, e que a gente se entendia bem, pois eu sempre fui estourada e ela mantinha a calma diante os meus destemperos. Certa vez, queríamos pegar uma pomba na praça do Jacaré, em Santo Ângelo. E o pai nos aplicou que se colocássemos um punhado de sal no rabo da pomba, ela ficaria bem quietinha e assim conseguiríamos pegar a pomba. eu e a Paula fomos até o boteco da esquina e o tio do bar nos deu quase um quilo de sal. Saímos na nossa missão.  Eu estava braba depois de uns 5 minutos de tentativas frustradas, mas a Paula seguia me auxiliando na tarefa. O pai dava muita, mas muita risada em nos ver agachadas, com as mãos puro sal, tentando capturar pombas.  Depois de uns 15 minutos, eu comecei a chorar, esbravejar e dizer que aquelas pombas eram umas enfarentas. A Paula manteve a compostura. O pai seguia rindo. e ainda dá gargalhadas até hoje quando relembra do episódio.

     E naquela manhã, tomando meu café passado, me lembrei de tudo isso. E quero voltar a ver minha amiga de infância mais vezes. 

     De tanto que gostava de ti, Paula, me tornei uma Salla também.  

Diálogos da Laura

     Ouvir uma criança que está aprendendo a falar é uma das coisas mais divertidas que existe. Não há quem não dê muita risada ou se emocione com as frases e palavras recém aprendidas.

     A associação de objetos, idéias, a lembrança de fatos que aconteceram há semanas atrás  e a maneira como a Laura expressa isso é muito legal.

     Pra posteridade, ficam registradas aí algumas frases e diálogos da Laura. 


     O nosso presente de dia das Crianças pra ela foi uma mesa e uma cadeira, pra que ela possa ficar bem acomodada na hora de desenhar.Comprei uma mesa e apenas uma cadeira. Até pensei em comprar mais uma, mas deixei a ideia de lado.
Ao abrir o pacote de presente, ficou feliz da vida. Eufórica, sentou-se logo na cadeira enquanto eu montava a mesa e o Bruno filmava a cena.  Assim que terminei de rosquear os pés da mesa e virei-a de tampo pra cima, parece que a neninha leu meus pensamentos:
-Ota cadeinha.

     Providenciaremos. Enquanto isso, ela adora brincar na mesa nova. Coloca a poltrona que ganhou de Natal ao lado da mesa, pega seus blocos de papel, lápis de cor e giz de cera, senta na cadeira, puxa a mesa pra perto da barriga e diz:

-Agoia Lala didiza.  Senta ti, mamãe!
Apontando pra poltrona, como se a busanfa da mamãe ou de qualquer pessoa com mais de 40 Kg entrasse nela. Tradução simultânea do bebenês para o português: didiza = desenhar.


     Cantigas: estão sendo cantadas na sua totalidade. Letra, melodia e timbre de voz são executados quase com perfeição. Algumas mudanças são notadas em certas letras, que, venhamos e convenhamos, dão um charme todo especial às músicas:

 Boi, boi, boi
boi da cala peta
pega sa minina ti tem medo boboleta

     E já emenda a música da borboletinha:
Boboletinha, tá na cozinha....


     Chegou um circo na cidade. Numa noite dessas, estava indo até o Boliche com a Laura e passamos pelas instalações no circo. Muitas luzes, a lona colorida... aí falei:

- Olha, filha! O circo! Vamos convidar o papai pra irmos no circo??!
- Sim, sim! Papai no círculo! Tem luzes no círculo!
Expliquei que círculo é uma coisa e circo é outra, tudo numa linguagem lúdica e usando exemplos práticos, mas voltando da cheche hoje, passamos novamente pelo local e ela lembrou:
- Mãe, olha lá, círculo. Papai junto!


     Quando saímos de casa, ás vezes a Bella começa a latir de pura revolta, decerto porque a deixamos em casa. Já no corredor, a Laura sempre diz:
- A Bella chamando mamãe. Au, au, au!! Déia!! 


     Se estamos de passeio na casa de alguém, jantando fora ou algo assim,  a Laura já pede pra voltarmos pra casa. Ao chegarmos no portão, ela suspira e diz:
- Chegamos casa! 
E quando perguntamos a ela quem mora ali, ela enumera todos. Essa semana começou a enumerar os vizinhos também (Paulo, Vania, Moio, Fran, Arlete, Seco, Tui, Carleise...).


     Esses dias o Bruno mostrou um bem te vi pra Laura e imitou o canto do passarinho. Ela aprendeu na hora. Ontem, brincando com a Angélica, ela escutou o passarinho cantar e disse, com dedinho em riste:
- Ó Checa (Angélica)! Passainho!! Papai faz bem te vi!


     Essa semana ela ganhou uma bala de doce de leite (daquelas tri boas da Argentina) do Tui, nosso vizinho de porta. Comeu a bala toda em menos de 5 minutos. No meio da tarde, ela pedia pela "Bala Tui, bala Tui.". Certamente quando encontrar com ele novamente nos corredores, a pequena vai pedir mais uma daquelas balas deliciosas.

     E pra terminar com chave de ouro, uma que a neninha falou no início de outubro. Postei no Facebook assim que a pérola foi dita. Copiado e colado de lá:

"Ao chamar a Bella (que se encontra no quinto sono) e perceber a recusa da peluda em se juntar a nós, a Laura larga um suspiro e um sonoro 'putamerda'.  'Tô perdida' pensei na mesma hora.




Laura "didizando".

Laura "didizando"II.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Cansaço

     Até agora, em quase dois anos desempenhando o papel de mãe, a fase mais cansativa pra mim é essa, tanto no sentido físico quanto no psicológico. 

     Acordar de madrugada pra amamentar? Tirei de letra, até porque isso aconteceu até a Laura completar uns 20 dias, depois ela só pedia pelo peito às 6 da manhã.  Cólicas? Graças ao bom Deus não sei o que é isso. Problemas em dormir sozinha? Desde os 2 meses acostumamos a Laura a dormir sem embalos nem rituais que nos incluíssem. Auxiliar os quilômetros de caminhadas com os indicadores segurado as mãozinhas gorduchas? Ok, admito que foi super cansativo, mas o cansaço de agora é maior, bem maior.

     Erramos em certos aspectos, como por exemplo levar a Laura pra nossa cama pra lermos as historinhas antes de dormir, aí ela acabava dormindo ali, e colocávamos ela na sua cama depois disso (até porque eu sempre dormia junto). Há dois dias colocamos ela dormir direto na cama dela. Rola uma choradeira básica, pedidos de colo e tudo mais, mas depois de uns 10 minutos ela dorme e fica tudo certo. Acredito que mais uma ou duas noites de chororô e a coisa engrena. Mais uma batalha vencida.

     Já escrevi aqui que a personalidade da Laura se assemelha demais à minha. E sabe-se que dois bicudos não se beijam. Essa tem sido a maior causa do meu cansaço. Tento mudar minhas atitudes e não ser tão incisiva, mas educar uma criança requer pulso firme. O problema é que ela tem tanto pulso firme quanto eu, aí a peleia é grande. Se cria uma guerra de braço e muitas vezes eu quero jogar a toalha. 

     O cansaço físico se dá pela pilha Duracell que vem embutida nela (normal em qualquer criança dessa idade). Acompanho bonito as brincadeiras, mas depois de um dia cansativo de trabalho, uma ida à padaria que normalmente leva 5 minutos, se estende pra 35 longos e intermináveis minutos se levo a Laura junto. Ela corre, brinca de se esconder, corre mais um pouco, olha as vitrines das lojas, se esconde de novo... ok, mamãe acompanha tudo e se diverte também. Quando estou na capa da gaita proponho: "Agora vamos pra casa brincar com a Bella?" A resposta vem junto com aquele olhar que me fuzila, de ladial: "Não!!! Agola condi condi!" E tem início a nossa batalha.  

     Esse é só um dos exemplos, fora os gritos histéricos e os tapas citados em posts anteriores. E o fato de jogar tudo no chão. Sobre isso ando tomando as atitudes cabíveis. Fico pedindo, calmamente que ela junto o objeto até ser atendida. Aí elogio a atitude e a brincadeira segue. 

     Na creche, a tia Elaine e a Miti disseram que a Laura é como uma líder. Comanda as brincadeiras e escolhe até o lugar que os colegas irão sentar. Segundo elas, melhor assim do que ser uma criança que se contenta com tudo, estilo Maria vai com as outras. Demonstra que ela tem personalidade forte e no futuro evitará problemas de não fazer escolhas certas. 

     Se desse pra pedir ajuda Divina, que ela se torne pelo menos um pouco parecida com o Bruno no gênio, mais boa praça, não tão teimosa e briguenta (principalmente comigo). Ter uma Déia II em casa não tá sendo mole.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Coisas que só a Déia faz por você - parte VII

Quarta feira da semana passada, eu sozinha em casa com a Laura e a Bella (o Bruno foi viajar a negócios e voltou na quinta). Tudo nos conformes, a Laura dormiu cedo, depois de uma tarde intensa de brincadeiras na pracinha com a Angélica, a Bella atirada no lado direito do sofá (o predileto) e eu dormindo, também no sofá, bodiada depois de um dia cheio no trabalho. 

Depois de uma baita cochilada na sala, resolvi ir pra cama e seguir no embalo do sono. Era quase 1 da manhã. Desliguei a TV, o abajur e segui em direção ao raque da sala pra desligar a régua dos aparelhos eletrônicos, na maior escuridão da madrugada. Só conseguia ver a luzinha vermelha da régua acesa. Quando me abaixei pra desligá-la, dei com o supercilio esquerdo na quina da televisão.

Uma paulada e tanto. Fiquei tonta e quase caí por cima da mesinha de centro. Putz, que dor!! Fui pro quarto rindo da bocabertice que cometi, com a mão na sobrancelha esquerda (a afetada); quando acendi a luz do quarto, senti minha mão molhada e olhei pro espelho do quarto. Tinha começado a sair sangue (muito sangue) da sobrancelha. Aí dei uma gargalhada e fui em direção ao banheiro, pra tentar estancar o sangramento com uma gaze.

 Isso levou poucos segundos, mas já me passaram mil coisas na cabeça: "Se está saindo sangue é porque cortou. Se cortou e não parar de sangrar, vou ter que fazer ponto, no hospital. Mas e vou deixar a Laura com quem? Mas eu sou uma molóide mesmo! ..."  Quando meus devaneios pararam, tirei  a gaze e consegui ver, com esforço, o corte mínimo, escondido na sobrancelha. Deve ter uns 3 milímetros.  Obviamente o sangue parou de sair e o local atingido ficou inchado.  

Quando vi o inchaço e o vermelhão daquele cortezinho de nada, me sentei no vaso e comecei a rir, de novo. Impressionante como tenho o dom de aprontar coisas desse tipo e me divertir com isso!

Tomei um analgésico e fui pra cama. Sim, porque por menos que tenha sido o corte, doeu bastante! No outro dia, fui trabalhar com o supercílio inchado e dolorido, mas cada vez que  me lembrava da minha façanha, caía na gargalhada.  

Não desligo mais a régua do raque da sala na escuridão total. E vou tratar de pendurar a TV no suporte que lhe é de direito, assim minha cabeça fica livre de cicatrizes maiores.

domingo, 13 de outubro de 2013

Parceiras de birra

     Ontem, dia da criança, tínhamos uma programação intensa, que foi resumida mais da metade devido a chuva e demais acontecimentos cotidianos. Conseguimos comparecer somente em um dos três eventos marcados. Fomos ao aniversário do médico que nos acompanhou até Porto Alegre na ambulância no episódio dos amendoins, o Piekala.
Lá chegando, avistei a Fran, mulher do Forigo, nossos conhecidos de longa data, e mãe da Vitória, de 2 anos e 5 meses. Vou descrever a cena que eu vi ainda dentro do carro, pra vocês poderem entender o desenrolar do assunto.

     Estava a Fran tentando convencer a Vitória da necessidade dela deixar a mãe colocar um casaco nela, pois estava chovendo e batia um vento gelado no local do churrasco (que era aberto). A Vitória, por sua vez, estava sapateando, chorando,, contrariada com a ideia de vestir o casaco. A Fran estava com uma cara muito familiar pra mim, do tipo: "Vou contar até 10... não, até 20... acho que até 30. Dai-me paciência, oh Senhor!!!".

     Descemos do carro, a fui apresentar a Laura pra Vitória. A reação da Laura foi dar aquele grito estridente, que chega a coçar la dentro do ouvido da gente. E quando as pessoas vinham cumprimentá-la, lá vinha mais um grito daqueles. E eu com aquele sorriso amarelo, tentando remediar a situação.

     Com um olhar de compreensão, a Fran me olhou como quem me diz: "Calma, eu te entendo." E eu perguntei pra ela se a Vitória também fazia dessas. Pra meu alívio, ela me relatou várias coisas que a Vitória faz e que a tiram do sério. Eu também comecei a contar tudo o que a Laura faz de birra e que eu não sei mais como agir (gritos, tapas em mim e no Bruno quando alguém chega perto dela, jogar as coisas no chão...). Até que ela disse:
- Ai, que bom! Achei que o problema fosse só comigo.
- Que bom mesmo, sinal que não somos mães ruins e que nossas filhas não são anormais!

     O resultado da conversa foi o seguinte: birra faz parte da idade, as mães perdem a paciência sim, temos maridos que graças aos céus nos ajudam e acreditamos que a fase de birras irá passar.

     E tem outra, vou conversar mais seguido com a Fran, pois trocar uma idéia com alguémque tem uma filha com o gênio parecido com a Laura é de grande valia.

Crianças

     A ida a Florianópolis esses dias foi legal não só pelo fato de vermos os parentes, como descrito em post anterior, mas também por que foi a primeira vez que as três "Creuzas" se juntaram desde 2010 e também porque tivemos o prazer de conhecer a Manu, filha da Renata e do Henrique.

     Vamos ás devidas explicações:

     A Renata é minha amigona de infância. Renata Kerber, a repórter da RBS, conhecem? Pois é. Ela está há um ano morando em Florianópolis. Lá casou, engravidou e se tornou mãe da Manuela, uma boneca gorducha e calminha.
Fizemos uma breve visita, bem breve mesmo, pois sabemos como é a rotina de um bebê recém chegado.



     Creuzas somos eu, a Fabi e a Roberta. Dentistas gente boa que fizeram a especialização de Ortodontia juntas. Depois que concluímos a especialização, tentamos nos reunir de vez em quando em cursos e congressos. O engraçado é que engravidamos e tivemos os bebês perto uma das outras. A Fabi nos ganhou, pois teve dois de uma vez. Primeiro veio a Laura, logo em seguida chegaram o Eduardo e a Valentina, por último nasceu a Sofia. E esse foi nosso primeiro encontro depois que nos tornamos mães.


     Até deliberamos sobre ortodontia e sobre o aprendizado do curso, mas o assunto predominante foram as crianças. Como a Laura foi junto pra Floripa, as gurias queriam vê-la, e eu fiz uma baita propaganda da pequena. Infelizmente só consegui que elas vissem a Laura no final do curso, pouco tempo antes de elas voltarem pra casa. Mas não sei se foi infelizmente ou felizmente, pois assim que viu a Roberta e a Fabi, ela deu um daqueles gritos estridentes e me tacou um tapão na cara.  Que vergonha... 

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Bem vindo Enzo!

     Dia 17 de setembro nasceu o quarto bisneto da Nona Sybilla. Filho da Giulia e do Mateus, o Enzo chegou cheio de saúde e esbanjando estilo. 

     Eu e o Bruno fomos conhecê-lo no hospital, e até agora não conseguimos mais visitá-lo, devido à gripe coletiva que se instalou aqui em casa. Assim, achamos por bem esperar até a maleza passar pra apresentar o novo priminho pra Laura.

     Aí estão algumas fotos do bebezão mais estiloso da família. Ah! E os papais não precisam se preocupar, que o Enzo estará muito bem assistido na companhia das primas mais velhas e experientes.

Família Kieling Auth.


Orgulho de ser gaúcho! Pilchado da cabeça aos pés com 3 dias de vida.

Esse guri tem catega...

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O Osvaldo

     Acabei de chegar do baita show do Osvaldo Montenegro, aqui em Santa Rosa. Emocionante, vibrante, inesquecível. Além de ser um cantor e tanto, o cara é muito gente boa, inteligente, engraçado e no auge dos seus 57 anos, um charme só. 

     Chegou no Centro Cívico junto com o grande público, entrou pela porta da frente sem estrelismo algum,  passou por nós na porta, nos cumprimentou e ficou autografando os DVDs e CDs de um pessoal que formou uma fila enorme no hall de entrada. Pontualmente ás 20:30 deu início a um dos espetáculos mais legais que eu já vi. Não que tenha presenciado muitas coisas nessa área, mas de todos os shows que eu assisti, o dele ficou entre os melhores.   A parte mais legal  foi quando ele respondeu às perguntas do público, de onde veio a inspiração na composição das músicas.  

     Uma menina de 10 anos, a Milena, pediu que ele cantasse  "Estrada Nova". Ele disse que tinha alguma coisa estranha pra uma menina dessa idade gostar de uma música tão pesada. Pesada mas linda, assim como todas as outras músicas. Imagino o orgulho da mãe e do pai da Milena quando ela pediu a música. Se depender do meu esforço, A Laura há de ser apreciadora da boa música, assim como a Milena. 

     Pra quem não conhece o trabalho dele, ou conhece pouca coisa, vale a pena escutar as músicas e prestar bastante atenção nas letras.

     E tem mais, que me perdoem as admiradoras do tal do Naldo e do tche tche rere tche tche Gustavo Lima e você, mas sou muito mais do seu Osvaldo cantando coisas de fundamento com seus cabelos brancos do que um abobado da enchente musculoso se rebolando ou achando que canta alguma coisa. 

     Meus agradecimentos a Tani, que me fez começar a ouvir Osvaldo Montenegro lá atrás, quando eu tinha uns 13 anos. 

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

O passeio em Floripa

Curso de Ortodontia da mamãe em Floripa, na quinta 26 de setembro (nosso aniversário de casamento) e sexta, 27. Papai se propôs a ir junto pra cuidar da Laura enquanto mamãe estivesse em aula. Depois do curso, aproveitaríamos a praia no final de semana.
Perfeito!
Viajamos quarta feira a tarde e chegamos em Floripa meia noite passada. Ficamos hospedados na casa da Mariana e do Davi. 

Quinta feira ensolarada na capital caterinense. Aula o dia todo; a noite, quando achei que eu e o Bruno iríamos comemorar os 4 anos de casamento, eis que o encontro com febre, dor no corpo e a garganta arranhando. Devidamente medicado, fomos jantar com a Laura num restaurante da Lagoa da Conceição. Voltamos pra casa em seguida e cama, pois o dia tinha sido puxado pra todo mundo (eu tinha acordado 6:30 da matina pra chegar no curso na hora, o Bruno e a Laura passaram o dia na praia e na Lagoa com a Mariana e o Davi).

     Sexta feira ensolarada na capital catarinense. Aula o dia todo;. a noite, pedimos um x do Calota e conhecemos o Gui, amigo figuraça do Davi, que dormiu lá na Mari e brincou muito com ele e com a Laurinha. Fomos dormir um pouco mais tarde, mas capotamos, pois eu tive aula o dia inteiro e o Bruno e a Laura passaram o dia na praia novamente.

     No sábado, a Laura acordou ás 8:00 da manhã. Pensei cá com meus botões: "Beleza! Vamos aproveitar a praia logo cedo!". Quando abrimos a janela, vimos o tempo emburrado e as nuvens de chuva se aproximando. Mesmo assim, fomos fazer um passeio muito legal na Lagoa da Conceição. Alegria total da Laurinha. Mais tarde fomos ao cinema, jã que a chuva engrossou valendo, e a Laura começou a fazer febre. Uma gripe se aproximava...

     No domingo, só porque iríamos viajar o dia todo a caminho de casa, o sol reinou soberano na capital catarinense e no nosso itinerário. 

     Mesmo seu eu ter aproveitado a praia, o final de semana valeu por rever a Mariana e o Davi e por ver como os primos se dão bem. A Laura caiu de amores pelo Davi, e ele foi muito pacencioso ao brincar com ela. Mesmo explicando pra Laura que a prima que estávamos visitando era a Mariana, volta e meia, quando a Mari perguntava:
- Laura, como é o nome da prima?
Ela respondia entusiasmada:
- Gabi!
Lá pelo sábado de manhã ela começou a chamar a Mari pelo nome certo.

     Outra coisa muito legal foi vê-la interagindo com os vizinhos da Mari e do Davi. Eles moram num apartamento típico de praia, estilo casas geminadas, com um pátio grande na frente. Ao levantar de manhã, a primeira coisa que a Laura fazia era abrir a porta e correr pro pátio pra brincar com as outras crianças e com as cadelas (a Sophie, da Mari e a nossa parceira peluda Bella, que viajou comportada na ida e volta, como de costume).

     Um abraço e o nosso muito obrigada aos anfitriões Mariana e Davi. E um aviso: agora que descobrimos o caminho, preparem-se que voltaremos!


Brincadeira na praia que rendeu um monte de areia dos cachos. Faz parte!


Bruno: o super pai


A prima Mari, que bajulou a neninha do início ao fim da nossa visita.


A foto mais legal! Que vontade de morder esses dois!


Upa no primo!


O primeiro passeio de barco a gente não esquece.


O lado direito

     O sofá da nossa sala está disposto no cômodo de tal forma que o lado direito é o mais usado. Sempre que se chega na sala, aquele lado do sofá é ocupado primeiro por mim, pelo Bruno e pela Bella. A Laura tem uma tendência forte em preferir o mesmo lugar, mas como ainda não pára quieta por muito tempo, se contenta em sentar-se em qualquer lugar, por breves instantes.  Do lado esquerdo do sofá, temos um bambu mosso e algumas tomadas. No  lado direito, está a mesinha de apoio da sala, onde estão estrategicamente posicionados o abajur, as tomadas reservas e os controles remotos da televisão, home theater, DVD e por aí vai.

     Sempre que o Bruno está bem acomodado no canto do sofá e eu chego na sala, dou uma cutucada na perna dele pra que ele ceda o lugar. E ele cede. Se bandeia pro lado esquerdo e eu reino soberana no canto preferido de todos. Isso se repete desde que nos casamos, em todas as estações, quase todos os dias.

     Quando eu chego primeiro - obviamente me adonando do lado direito - e ele vem depois pra se juntar a mim no sofá, sempre faz a volta na mesinha de centro e se acomoda no lado esquerdo. Não me lembro dele me pedir pra que eu  fosse pro outro lado.

     Há uns dois meses atrás, de noite, depois que a Laura dormiu, fui me sentar com ele no dito sofá (um dos poucos momentos que ficamos a sós). Precisava carregar o meu celular, e como sempre, queria sentar no lado direito do sofá, que por sua vez já estava ocupado pelo meu excelentíssimo esposo.

     Não sei porque, mas sabia que, aquele dia, pela primeira vez, ele iria reclamar quando eu pedisse que me deixasse sentar no lado direito. Por isso, resolvi mudar de tática, e ao invés de dar a cutucada na perna como de costume, fui me aproximando e dando beijinhos no rosto dele, aí pedi, educadamente e com voz melosa:
-Dá licença, amor?

     A resposta veio com a a reclamatória que eu temia, e com o aumento do tom de voz:

-Ah, não. Sempre eu tenho que dar o lugar do sofá pra ti. Sempre!!! Vai sentar do outro lado! Esse lugar é meu! É meu!

     Comecei a rir (por dentro, claro) e fiz a menção em dizer que queria sentar ali pra colocar o celular pra carregar na tomada do abajur. Nem cheguei a terminar a frase:
- Mas meu celular...
- Nem vem, nem vem! Tem tomada lá do outro lado também! Vai te sentar lá!

     Obedientemente, fiz a volta na mesinha de centro da sala, conectei o carregador na tomada que existe atrás do bambu mosso e me sentei no lado esquerdo do sofá, contendo o riso.

     O Bruno me olhou e repetiu, mais relaxado, já achando graça da situa;cão, porém enfático:
- Esse lugar é meu. Meu, entendeu?
- Entendi, desculpe.

Passaram-se alguns instantes, e a Bella pulou no sofá, justamente no lado direito, quase em cima do Bruno.
Não aguentei e comecei a gargalhar da cena e da reação do Bruno, incrédulo.
- Até a cadela quer esse lugar no sofá! Não acredito! Te manda, Bella!

     Ela veio na minha direção, me olhou como quem diz: "Mas eu também gosto daquele lado do sofá.", se deitou no espaço do meio do sofá e dormiu, instantaneamente (como de costume).

     Nunca mais pedi o lugar direito do sofá pro Bruno depois desse dia. A Bella aprendeu a se acomodar no tapete ou na poltrona mais próxima.

     Quero muito que o Bruno leia esse post, pra ele saber que aquele é o lugar preferido do sofá de todos os moradores do nosso lar doce lar, tanto bípedes quanto quadrúpedes. E que jamais foi nossa intenção (minha e da Bella, no episódio em questão) tirá-lo dele de propósito.




segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Grude

     Reza a lenda que os filhos homens são mais chegados nas mães e as filhas mulheres são todas dos pais. Estamos constatando a última parte da frase acima. A Laura anda num grude impressionante com o Bruno. De umas semanas pra cá, pergunta pelo papai várias vezes por dia, chora quando ele se ausenta e faz festa quando ele volta. 

     Agora a pouco, eu e ela fomos até o Boliche levar um casaco pro Bruno. Ficamos lá mais ou menos umas duas horas. ela brincando com a Joana (monitora do espaço kids) ás vezes gritando "Paiê, Manhê" e nos abanando. A Fofa chegou lá pra nos entregar o convite do aniversário da Jojô, e eu fiquei de papo com ela. A Laura ficou o tempo todo grudada no Bruno. 

     Na hora de virmos pra casa, choradeira sem precedentes. Veio o caminho todo chamando pelo pai, tentando sair do cadeirão, vermelha de tanto gritar, ranhenta e suada. Afff! Quando estacionei o carro na garagem, não achei o bico azul (o predileto), pois na crise de raiva ela o atirou longe, e no escuro ficou difícil de achá-lo. Tirei a neninha aos prantos do carro. Ela estava cansada de tanto chorar, e se parecia com a Chiquinha do Chaves puxando o ar pra voltar a abrir o berreiro. 

     Aos poucos foi se acalmando. Feito o ritual da janta, banho, mamá, escovar os dentes e historinha, caiu no sono, mas não sem antes perguntar pelo papai.

     A parte boa é que de manhã cedinho, quando acorda querendo aquela mamadeira de leite bem quentinha, agora ela chama pelo papai.

-Paiê, fasse mamá!

     E depois que o papai volta pra cama, se cobre e embala num cochilo, ela o chama novamente:
-Paiê, tudo!! 
Esse é o sinal que ela quer entregar a mamadeira vazia.

     Confesso que acordo todos os dias com o pedido de "fasse mamá, paiê", mas como ela chama pelo paizinho, viro pro outro lado e sigo dormindo. Nesse ponto a mamãe agradece o grude.