segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Debutando no crossfit

     Adoro os textos que a Anmol Arora. Inspirada nela, resolvi contar minha experiência com o Crossfit.

     Fora minhas práticas de yoga e o flamenco, desde março, abril do ano passado não frequento academia, não faço musculação... nem nada do gênero. A verdade é que a gravidade e a idade têm um efeito devastador depois de uma certa idade. Mediante uma observação detalhada no espelho, sem roupa, decidi procurar algo que me colocasse nos eixos.

     Crossfit, pensei. E lá fui eu, pra uma aula experimental. Não sei os nomes dos exercícios (ainda), mas fiz o treino com uma cidadã rindo de mim e do cara que estava no mesmo barco que eu (experimentando a coisa). Ela estava fazendo a mesma série de exercícios, e enquanto eu e ele nos peidávamos pra chegar até a metade das séries, ela nos olhava... e ria. Chegando ao final, até eu comecei a rir. Eu, suada, mais corada que a minha camiseta rosa shock, com o corpo todo tremendo, me dirigi á cidadã e, rindo, exclamei:
- Agora entendi as tuas risadas. Um dia eu hei de estar no teu lugar, rindo dos novatos. 

      Gargalhadas.

     Fui pra casa e me atirei na cama, com uma sensação muito estranha no corpo, tudo tremia, tudo contraia... Ali, mandei uns áudios pras amigas que seguem essa modalidade, A Raquel (aqui de Santa Rosa) e a Carol (de Caxias). Coisas tipo: "Isso não é de Deus!!", "Travei, travei!! Não consigo me mexer!" "Vocês são loucas!"  fizeram parte do meu desabafo. Durante esse período, dei falta dos meus óculos de grau e de outros objetos que eu extraviei, de tão desasada que fiquei depois do treino. Aos poucos fui voltando ao normal e encontrando as coisas perdidas.

     Nos dois dias seguintes, senti dor em grupos musculares que eu nem sabia que existiam em mim. Opa... sinal que a coisa é boa, pensei. E pensei em não desistir do crossfit, Fui lá de novo, depois de 3 dias. Me achando toda gala, já sabendo a sequencia dos alongamentos e como funciona o esquema do treino.

     Serei breve no relato: muitos exercícios abdominais (dentre outros tantos), que fizeram meu almoço voltar até o esôfago. Indaguei a instrutora sobre o ocorrido e ela disse que isso é normal. Vai melhorar com o tempo e com o meu condicionamento. Saí do treino branca, enjoada, tremendo muito,  com o abdomem contraído (desde lá no fundo do meu ser) direto pra um happy hour com os amigos. Não consegui conversar coisa com coisa por uns 10 minutos. Só esbravejava (moderadamente, mas esbravejava) e tremia. Quando a comida desceu, tomei uma água e em meia hora estava melhor (com a contração nas entranhas, mas melhor). Brinquei com o pessoal que já estava me sentindo gostosona, fitness e tal. 

     Isso foi na sexta feira, e já sabia que o meu final de semana seria dolorido. Levantar da cama só me apoiando e gemendo (inevitavelmente...). Rir, tossir, espirrar está sendo difícil. Me lembrou da cesariana, mas com a dor "espalhada", da cintura indo até as costelas. 

     Não cheguei ao ponto de me apaixonar pela modalidade, de participar de desafios e de arrastar pneus de caminhão ainda, mas acho que vou gostar de fazer o crossfit. Ao menos não é (nada!!) monótono como  musculação. 

     Aguardem cenas dos próximos capítulos.

sábado, 28 de janeiro de 2017

Sou princesa, sou real.

     Desde março de 2016, a Laura faz aulas de patinação artística. Ganhou um patins de Natal, e de lá pra cá, teve um salto de aprendizado bem legal. No final de novembro, a Miti e a Vanessa (profes da patinação e adoradas pela Laura), convidaram a crespa para abrir o espetáculo de patinação anual da companhia Transnação (a escola que ela faz parte).Todo o espetáculo da companhia girou em torno das princesas da Disney (Dreams 360°). 

     Além da apresentação junto com a turma de meninas da mesma idade (que consistiu em ensaios desde agosto, roupa e toda a preparação digna de um espetáculo), ela dublou uma fala sobre ser princesa, ser real, deu uma volta de patins com alguns passos ensaiados e voltou pra platéia. 

      A preparação começou durante a semana da apresentação. A Miti mandou o áudio que ela deveria dublar por whatsapp pro Bruno (eu estava em aula em Porto Alegre naqueles dias) e ele fez um intensivo com ela. Na sexta quando eu cheguei, reforçamos o ensaio da fala já que no sábado pela manha seria o ensaio geral. Ela pouco dormiu aquela noite, tamanha a ansiedade, mas chegando lá ensaiou bonito (e eu já chorei litros...). No domingo, foi emocionante vê-la desempenhando um papel de tanta responsabilidade (mesmo que sendo uma participação rápida). Chorei outros tantos litros. 
     
     Além de achar lindo e emocionante ver a Laura patinando tão firme e dublando a fala tão certinh , foi ver um espetáculo de patinação com um tema que pra tantos é tão óbvio (princesas...), mas que foi extremamente tocante, A filha de uma amiga, com os olhinhos brilhando, disse ter realizado o sonho dela de conhecer as princesas. Mal sabe ela que as princesas que tão lindamente se apresentaram moram em Santa Rosa e cruzam com ela na rua todos os dias... 


     Virei mais fã ainda da equipe de patinação (leia-se  atletas, mães de atletas, técnica, coreografa, colaboradores...) e das princesas que foram interpretadas, Quero ir pra Disney (mais do que a Laura!!) e me emocionar com as coroas e vestidos delas.

     Pra quem ainda acha as princesas obsoletas pros dias de hoje, assistam  A princesa e o Sapo, aí voltamos a conversar. 

     Nossas gurias são princesas e são reais, vão viajar o mundo, conhecer pessoas novas, lugares que nem imaginamos... e serão donas de si, felizes da vida (e algumas delas patinando).












sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Preconceito contra as princesas

     Ouço e leio muita gente discriminando as princesas das histórias infantis. Amigas que se tornaram mãe há pouco tempo dizendo que se negam a ler as histórias de princesa pras gurias, pais reclamando da falta de super heroínas e do excesso de princesas no mundo infantil...

     Ok. Respeito o ponto de vista de cada um. Bem por isso vou expor o meu, relatando um pouco da minha experiência com as moças da realeza. Quando eu era criança, curtia as histórias de princesas, dos personagens que faziam parte das tramas (fadas, ratinhos, louças...), mas achava algumas protagonistas pouco participativas nas histórias (uma comia uma maçã envenenada, outra espetavam o dedo numa roca e caíam durinhas, deixando as fadas e os príncipes com o pesado...). Aí veio a Cinderela, que trabalhava muito e a Bela (da Fera) . Ambas participaram ativamente das tramas. Outra coisa que me deixava com a pulga atrás da orelha, eram os finais desses contos: "E foram felizes para sempre." Aquilo não me deixava confortável. Como assim "felizes para sempre"? Será que tiveram filhos? Moram no mesmo castelo que a rainha e o rei? O príncipe criou barriga? E a princesa, seguiu gata até os 80 anos?

     Depois de adulta, me distanciei das princesas até me tornar mãe da Laura. Sempre li pra ela, tanto as histórias de princesa quanto da Chapeuzinho Vermelho, 3 porquinhos e outras tantas, condizentes com a idade dela. Assisti a todos os desenhos das princesas novamente, junto com a crespa e sigo adorando as louças, peixes, ratinhos... todo o enredo das histórias. Choro em todos. Aí veio a Anna e a Elsa, que eu, particularmente, morro de amores (sou mais fã da Anna). 

     A Laura curte princesas, mas está bem ciente que não vai ser uma. Pra isso acontecer, ela teria que casar com um príncipe. Acredito que isso seja mais difícil que uma fada madrinha aparecer pra ela e transformar a abóbora numa carruagem. Ela curte os vestidos, as músicas, os penteados... e tudo bem.

     Aí eu pergunto: que mal tem em gostar de princesas? Alguém aí vai colocar suas filhas naquela escola de princesas lá de São Paulo? Ou alimentam a ideia de que o príncipe encantado realmente existe pra elas? Ou ainda, assistiram os últimos filmes infantis que têm princesas como protagonistas?? São bárbaros! Então, minha gente! Se elas gostam dos vestidos longos e daquelas coroas de plástico (que teimam em não parar na cabeça, mesmo com mil grampos...), deixem as nossas gurias aproveitarem! Amanhã elas irão estar se arrumando pra sair com os respectivos namorados. O tempo voa. 

     Lembram da Cinderela? Sabiam que ela tem uma série que mostra o depois do "felizes para sempre"? Ela estava infeliz, entendiada, de saco cheio de não fazer nada no castelo. Depois de uma crise existencial ela tomou as rédias da situação e resolveu assumir um papel ativo no reino. Tempos modernos!!!

     Pais e mães: fiquem tranquilos. Nossas gurias serão felizes, gostando de princesas, heroínas ou outro personagem qualquer do mundo infantil. Cabe a nós dar a elas educação, limites, fantasias e coroas de plástico. Porque elas são as nossas princesas, e são reais.

     Deixa para o próximo post: sou princesa, sou real.