sábado, 17 de novembro de 2018

Amizade, Aposentadoria, etc.

     Estamos nos aproximando do final do ano, e uma série de coisas aconteceram desde a última postagem.

     Além de trabalhar na clínica, eu comecei a ministrar aulas de yoga, a atender (como dentista) em Horizontina e o Bruno fez as provas e é oficialmente corretor de imóveis.
Tivemos um inverno super, hiper, mega rigoroso. Isso nos fez cheirar á galpão por causa da lareira, mas curtimos muito as estações do frio.

     A Laura participou do seu primeiro campeonato de Patinação (e isso merece um post exclusivo, pois foi realmente especial) e eu estreei como mãe de patinadora"on the road".

     Ela está lendo e escrevendo (inclusive "paralelepípedo") e, por conta disso, a rotina noturna mudou consideravelmente. Ao invés de eu ler as histórias antes dela dormir, há alguns meses comecei a ajudá-la a ler sozinha os livrinhos. No início, ela lia três, quatro palavras e ficava olhando pra página em questão, atônita.
- Entendeu o que foi lido, Laura?
- Não. Tem muita letra mistura aqui na minha cabeça. Cansei.
- Então eu termino de ler. Isso é assim mesmo, daqui uns dias tu vais entender tudo o que está escrito na página.
     
      Dito e feito. Com o passar do tempo, ela conseguiu ler uma página inteira e entender o que dizia ali. Depois de mais um tempo, ela conseguiu ler livrinhos inteiros (com a devida ajuda). Agora, nos dá boa noite, vai pro quarto e lê os livros de cabo a rabo. Só chama quando não compreende a escrita de algumas palavras.

     Mas vamos ás histórias da Laura, antes que as mesmas se percam no tempo.

DOR NO CORAÇÃO

Fui fazer minha unha no salão e a Laura queria que a Nice (cabeleireira) fizesse uma trança nela (geralmente feita quando ela corta a franja).
- Pergunta pra Nice se ela faz.
- Pergunta tu, mãe.
- Eu não! Quem quer fazer a trança? Eu ou tu?
- Mas eu tenho vergonha!
- Vergonha do que? O máximo que tu vais ouvir é um "não". E daqui há pouco nós vamos embora. Te aligera!

     E assim ficamos uns 10 minutos, até que eu a convenci a perguntar pra Nice se ela fazia a dita trança.
Após a resposta, ela voltou eufórica e me contou.
- Ela vai fazer. Só vai terminar de fazer uma coisa naquela mulher ali e já faz a trança em mim.
- Ah! Te falei! E ainda ficou se ensebando, com vergonha... Doeu pra perguntar?
- Doeu.
- É mesmo? E onde doeu?

     Ela colocou a mão direita no peito, perto do coração, deu umas batidinhas fazendo uma cara de sofrimento e me respondeu:
- Aqui ó.

APOSENTADORIA E OBEDIÊNCIA PATERNA

 Feriado do dia do professor. Eu e o Bruno trabalhamos e a Laura passou o dia em companhia da vó Lulu (minha sogra).
As duas foram na sede do Lions realizar trabalhos manuais. A Laura adora quando tem oportunidade de passar as tardes no Lions com a vó. Gosta tanto que suspirando disse:
- Ai... não vejo a hora de me aposentar pra vir trabalhar aqui no Lions.

     Nessa mesma tarde, minha sogra tinha consulta com o cardiologista, que eu não conheço pessoalmente, mas foi parceiro do Bruno nos jogos de futebol. Lá se foi a Laura acompanhar a vó Lulu no médico.

Adendo: O Bruno tem os dois joelhos operados devido ao futebol. A última cirurgia aconteceu em fevereiro, e ele não via a hora de voltar aos campos. Cada vez que se toca no assunto em casa, eu pergunto se não é mais negócio ele largar de mão essa história, porque o custo benefício desse esporte, no caso dele, tem sido bem desfavorável. Quando não é ligamento cruzado e menisco (que resultaram nas cirurgias) é uma distenção muscular aqui, outra ali... aí joga uma partida a cada 3 meses, pois tem que melhorar das encrencas.

     Seguindo a história, o cardiologista bateu um papo legal com a Laura, e inevitavelmente perguntou:
- E o teu pai que não foi mais jogar bola. Tu sabes por que?
- Porque a minha mãe não deixa. 
Entre risos do médico e da minha sogra, a Laura explicou:
- É que sempre que ele vai jogar bola, volta machucado, com o joelho estourado... com alguma coisa doendo... aí ela não deixa mais ele ir.

AMIGA DE BALCÃO

     Há alguns meses abriu aqui em Santa Rosa um bar-café muito legal, o Vertigo. Gostamos bastante de lá por vários motivos: ambiente aconchegante, o atendimento do pessoal é sensacional e a comida ótima. O João, que trabalhou com o Bruno na época da Tao e do Boliche está lá agora, e sempre que podemos, frequentamos o bar com a Laura. Na verdade, fomos lá mais vezes com ela do que só os dois, pois adoramos a calça virada feita na hora que rola lá com café de tardinha.

      Nossas cadeiras cativas encontram-se no balcão, e lá a Laura bate altos papos com o pessoal do bar e com os clientes também. Um dia, enquanto eu e o Bruno jantávamos (numa mesa), ela preferiu permanecer no balcão conversando com a Carla, mãe do proprietário do bar e nossa amiga de tempos. Sendo a Carla professora, encontrou a Laura no Dom Bosco algumas semanas depois e a levou até a sala de aula na garupa, fazendo festa. Indagada por alguém da escola de onde ela conhecia a Carla, prontamente ela respondeu:
- Ah! Ela é minha amiga de balcão!