terça-feira, 25 de novembro de 2014

Cachos

     Quem conhecer uma mulher que esteja satisfeita com tudo nela, me apresente, pois eu desconheço.  A insatisfação pode estar nos 3 quilos que todas precisam perder, no peito pequeno (ou grande demais), nos braços de gringa polenteira, nas orelhas, na cor dos olhos, nos culotes (cartucheiras), na altura, nos cabelos, na barriga, na unha encravada... É assim mesmo. Todas tem algo que não lhes agrada.

      No meu caso, se desse pra mudar alguma coisa, acrescentaria alguns centímetros a mais na minha altura e deixaria meus cabelos mais versáteis, não tão lisos e escorridos como são. Quem me conhece pessoalmente e está lendo isso, provavelmente está pensando: "Mas o cabelo da Déia é tão lindo! Ele tá sempre ajeitado...". Concordo. A cor é linda, natural, não preciso fazer chapinha, deixo secar ao vento, posso dormir com ele molhado que amanheço parecendo ter feito escova. Corto 2, 3 vezes por ano e era isso.  Mas e a história da insatisfação? Por mais que ache que deveria ter nascido homem, afinal de contas sou mulher!!! E o cabelo tem um agravante: quem tem liso quer crespo, quem tem crespo quer liso. 99% das mulheres que eu conheço são assim.

     Quando engravidei, imaginava que a Laura seria loirinha, de cabelos lisos. Duplamente enganada. Nasceu com os cabelos pretos. Com uns 5 meses, o cabelo começou a ficar revolto e a cachear, depois que cresceu um pouco, ficou mais fácil ajeitá-lo. Tive que aprender a domar os cachos com condicionador específico, passar o "toi nhoi nhoi" (creme infantil pra modelar os cachos) e ainda convencer a crespa a me deixar arrumar suas madeixas (a tarefa mais árdua de todas).

     Esses dias, estávamos fazendo um lanche á tardinha, e o sono do pós aula venceu a crespa, que capotou o jipe no meu colo. Fiquei admirando o cabelo da Laura enquanto o Bruno comia o seu sanduiche. Cachos em um cabelo fino, castanho claro, com mechas douradas, que caíam sob as costas. Acho que por causa do tempo, as molinhas se desmancharam e deixaram os cabelos iguais aos de um comercial de shampoo. Lindos.
 
     Se fosse pra mudar alguma coisa (além de acrescentar alguns centímetros a mais) queria ter os crespos da Laura.
Os cachos dos meus sonhos.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Porto Alegre é demais!

     Adoro Porto Alegre. Morei lá por duas vezes, uma durante o cursinho pré vestibular e outra logo depois de formada. Minha segunda experiência na Capital foi mais legal. Conheci lugares sensacionais! Me lembro que passei o verão todo lá, trabalhando, e nas horas de folga, saía conhecer a cidade.

     Além de visitar as exposições dos museus do centro da cidade,  fui assistir filmes a RS 3,00 no Santander Cultural, comer strudell de maçã no MARGS (quando alguém ia comigo, jogávamos o Resta 1 de bolitas e Damas de vidro que tem lá) , praticava yoga nas sombras das árvores da Redenção, tomava a famosa jarra de suco da Lancheria do Parque. Durante o dia, fazia a maioria das coisas a pé; colocava alguns pilas no bolso, uma canga e uma garrafa d`água na bolsa e saía pra explorar a cidade. Raramente pegava ônibus. 

     À noite, me divertia com o pessoal que conheci naquele tempo, e também com os amigos da minha adolescência e infância que moravam lá também. Conheci todos os bares e restaurantes da Cidade Baixa e cheguei a ir numa festa no local do antigo Escaler, que fica no parque da Redenção. Adorava dançar black music no G Powers e assistir dança flamenca  e comer no Tablado Andaluz.  Por dois anos consecutivos fui no Bailinho da Redenção, em comemoração ao aniversário da cidade. Que coisa boa!! Parecia uma mega quermesse de interior.
 
 
     Já fui assaltada lá (e sofri uma tentativa de assalto hilária, que vou contar pra vocês outra hora), me incomodei, corri de um tarado com os documentos de fora ás 7:00 da manhã na Redenção ... nem tudo são flores na terra do Arroio Dilúvio. Se chorei ou se sofri, o importante é que estou aqui pra falar das coisas boas dessa cidade.

     Sempre que dá, dou um pulo na Capital. Brinco que é pra desencardir os "garrão" da terra vermelha. E sempre que tenho um pouco mais de tempo, visito um lugar que ainda não conhecia. Esse ano fui até a Fundação Iberê Camargo e ao Museu da Santa Casa.

     A feira do livro merece sempre uma visita, e esse ano fui especialmente pra prestigiar o lançamento do Maria volta ao Bar, um baita livro de crônicas que foram escritas num boteco típico de lá, daqueles que eu frequentava nos áureos tempos. Um colega de colégio é um dos cronistas, e fui lá dar um abraço nele.

     Gente boa tem em todo lugar do mundo, mas as pessoas que vivem em Porto Alegre, seja por terem nascido lá ou por escolhido a cidade pra morar de vez, têm a cara da cidade. Não queria citar nomes, mas impossível não pensar em Porto Alegre sem lembrar do Fábio e da Tani (meus tios queridos), a turma da Nívea e da Carol, todos gente finíssima, da Thanaia e dos nossos almoços executivos, dos meus irmãos Camila e Daniel e da sempre parceria deles, do Felipe Maria (meu amigo jornalista, cronista, boêmio e gente boa demais), do Augusto e da Ju (típico portoalegrense que casou com uma santarrosense e que volta e meia pintam aqui na colônia), da Gláucia e do Duda (casal de amigos chiques e divers) ... e mesmo que haja desencontros quase sempre que ando por lá, gosto demais de encontrar essa gente! Certamente vou me esquecer de alguém, então já peço desculpas agora. Vocês são todos super, hiper, mega legais! 
 
     Lá aprendi a tomar cerveja e apreciar os botecos (Fábio e Tani: os melhores mestres da área), a comer sushi (com meus "irmãos mais novos" - sempre aprendo algo de bom com aqueles dois), procurar livros em sebo, explorar as delícias do Mercado Público...
 
    As últimas figuras que eu estive, foram  a turma da Nivea e a Amandinha (mais nova integrante da trupe),o Felipe Maria, a Telma (que já trabalhou com a Camila, da turma da Nívea), a Pati (que eu já conhecia de outros carnavais, amigona da Carol) e o  Vini, pai do Otto (guri da mesma idade da Laura e que pelas histórias que escutei dele, é uma figuraça).
 
     Certa vez, o Augusto disse que a vida da gente parece uma novela, com vários núcleos de personagens que se cruzam em ocasiões variadas. E é a mais pura verdade. Sei que algumas das pessoas desses núcleos aí de cima se conhecem. E a cidade onde se passam as comédias, os dramas... enfim, as melhores histórias dessa novela é Porto Alegre. Por concentrar tantos lugares legais e pessoas fantásticas assim é que Porto Alegre é demais!
  

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Durante e depois do Atacama

     Dez dias longe do pai geraram várias perguntas da Laura: "Cadê o papai, mãe?", " Ele tá no boliche ainda?", "O papai vai demorar?", "Mas eu tô com saudade dele!".
Resolvi mostrar a localização do Bruno num mapa pra crespa, no computador.
 
     Assim que viu onde o pai estava, me perguntou onde ficava "Santalegue". Mostrei a distância (enorme) que existe entre Porto Alegre e Santa Rosa. Mais do que depressa, ela me olha e exclama:
Fazendo alusão á música que muita gente do interior do Estado conhece. Comparando, é como se um toco de gente do tamanho da Laura falasse o refrão da Garota de Ipanema ao ver uma moça bonita passando na calçada.
Ri tanto que até ela começou a gargalhar junto.
 
 
     Como boa parte dos Bruns viajou ao mesmo tempo, os "abandonados" resolveram se juntar. Numa noite a junção foi na Greici e no Rafa. Ele tem adoração pela Laura, e brinca com ela até cansar. Durante a noite, rolaram várias brincadeiras divers com ele, e lá pelas tantas a Laura quis assistir desenho. O Rafa, todo solícito, foi explicar pra crespa como se aumentava e baixava o volume do notebook e (acredito eu, que sem perceber) começou a repetir pra ela durante a explicação:
- Tá ligada, Laura? Tá ligada? Mas tá ligada, Laurinha?
A Laurinha, revirando os olhos "a lá" Camila Turra e dando uma bufada que denunciava sua perda de paciência com o primo:
- Sim, Rafa!!!! Eu tô ligada sim!!!!!
Certamente o pensamento do Rafa pela cara que ele fez depois da exclamação da Laura foi: "Ok, não se fala mais nisso!"

No domingo ao meio dia, a junção aconteceu aqui em casa. O Rafa teve apoio no revezamento das brincadeiras com a Laura. O tio Nola e a Cacá desempenharam bem o papel de recreacionistas. Uma das brincadeiras que a Laura mais curtiu foi pular a cobrinha que eu e o tio Nola fizemos com a corda no chão. Quando a crespa pulava, todos vibravam, batiam palmas e gritavam: "Laura, Laura, Laura!!!"  Numa das vezes, nós esquecemos de ovacioná-la. Mais que depressa, ela pediu:
- Agora vocês falam: Laura, Laura, Laura!!!!

Tive que trabalhar no sábado que o Bruno voltou do Atacama, por isso a Laura foi dormir na casa da Vó Lulu e do vô Bruno. Deixei a neninha lá logo após a aula e voltei pra casa pra buscar calcinha, fralda e outras coisa que havia esquecido. Quando voltei, encontrei uma verdadeira casa montada na sala. A cozinha tinha até uma torradeira de brinquedo. Os legumes de plástico estavam dispostos em pratos e tijelas que pareciam de verdade! A cabana continha bonecas que dormiam no carrinho. Cadeirinhas e outros utensílios completavam a brincadeira.
Essa vó Lulu vale ouro! Montou tudo e estava toda faceira brincando com a Laura, que se empolgou tanto que quis jantar nos pratinhos de brinquedo.
 

A casa que a vó Lulu fez pra brincar com a Laura. Mereceu registro!
      Na tarde que o Bruno retornou ao conforto do lar, ele nos pegou no meio da sessão de manicure. Chegou com a roupa pesada de motociclista, com os cabelos super sujos, barbudo, com a segunda pele grudada ao corpo, de tanto calor. Dei um selinho rápido no viajante, que logo entendeu que pra ganhar um abraço caloroso e um beijo de verdade, era necessário um bom e eficiente banho. Ao ver o pai, a Laura correu na sua direção e deu-lhe um abraço cheio de saudades! Aí, fez uma cara de nojo, que misturado ao sorriso pela alegria de ver o Bruno deixou a expressão dela muito engraçada. Ele, por sua vez, continuou afofando a crespa, enchendo ela de beijos, fazendo cócegas... até que ela espalmou a mãozinha entre ela e o pai, desvencilhando-se das demonstrações de carinho dele  e disse, sem rodeios:
 
- Tá, tá, pai! Tu tá muito fedido. Vai tomar um banho e depois a gente conversa. Tá bom?
 
     Depois de nós dois rirmos muito da sinceridade da neninha, ele acatou o pedido dela, voltando cheiroso e limpinho, a fim de contar as aventuras da viagem.
 
 
 
A Laura ganhou um bodoque made in Chile do Bruno. E não sabendo a utilidade do presente, foi perguntar pro Vô G. Ele, com sua delicadeza e sinceridade de sempre, respondeu:
- É pra matar passarinho.
- Mas não tem nenhum passarinho aqui, vô!
Ah, mas tu tens que chamar que ele vem!
E assim a Laura foi em direção a horta da Nona, cantarolando:
- Passarinho!! Vem aqui que eu quero matar vocêêê!!

Acho que os passarinhos fugiram de tanto que gargalhamos com o chamado da Laura...
 
 
 
 

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Festa na escola

     Festa de aniversário no colégio é tudo de bom! A criança comemora com os colegas, que por conviverem diariamente, tornam-se os primeiros companheiros e amigos dos vários anos escolares que ainda se tem pela frente.

     A festa da Laura teve como tema " As Princesas", escolhido por ela. Nossa princesa foi vestida à caráter, de Branca de Neve e eu e o Bruno acompanhamos a festa.

     Primeiramente, a aniversariante foi posta sentada numa poltrona que muito lembra um trono real, e ela chamou um colega de cada vez para que eles lhes entregassem os presentes. Aberto o pacote, a crespa mostrava o presenta aos colegas. Tudo coordenado pela tia Miti e auxiliado por outra profe, que ajeitou os presentes numa caixa e deu cabo dos pacotes.

     Uma moça vestida de Cinderela fez as pinturas nos rostos das crianças e a Minnie veio dançar com elas. Tudo com direito a luzes coloridas, coreografias e muita alegria. Depois, hora do teatro. Todos sentados, comportados, enquanto rolava uma história da Peppa. Após o teatro, hora da aniversariante entregar as lembrancinhas da festa aos colegas e depois brincar na cama elástica, piscina de bolinhas, escorregador... folia total! E a Branca de Neve com os olhos brilhando, feliz da vida!

     Durante o andamento da festa, conversamos com a Miti e ela nos contou um pouco das características de cada coleguinha da Laura. Ela tem os preferidos, que conhecemos muito por nome e de ver ela brincar com as bonecas (ela nomeia as bonecas e os amigos imaginários com os nomes dos colegas da escola...). Foi muito legal poder saber mais da turma da crespa.

     Compartilhamos os comes e bebes com os pequenos, juntamente com a Cacá e a Marcella, que foram levar a prima Belli pra festejar com a Laura.  
 
Depois houve uma certa choradeira na hora de irmos embora, normal segundo a Miti, afinal, nunca permanecemos tanto tempo assim na creche com a Laura.
 
Ao busca-la no final da tarde, ela no abraçou, beijou e disse:
- Adoro vocês! "Obigada" pela festa das "pincesas".

Agora há pouco, pedi a ajuda da Laura pra identificar os colegas nas fotos. E fui prontamente atendida. Ah! Os nomes dos colegas nas legendas foram escritos conforme a Laura os chama.
 
Alegria, alegria!!
 

Pai, mãe e Branca de Neve

Preparativos para o Parabéns

Dançando com a Minnie


Cauã
 

Prima Belli
 



Helena
 

Isabela

Isadora

Lucas

Luisa

Mri "Pudente"

Mari Silva

"Pedo Almeida"

"Pedo Emanuel"

"Pofe" Ana e a "outa pofe"

Tia Miti e Tia Elnie

Valentia