quarta-feira, 10 de maio de 2017

Pequenas histórias, grandes risadas

Segue alguns relatos de algumas histórias da Laura, pra que não se percam no tempo:

     Nesse mundo tecnológico, digital, onde a maioria prefere se relacionar via tela de celular do que ao vivo e a cores, levar uma criança pra brincar ao ar livre num dia de folga é bem (mas bem) importante. É essencial que se encardam na terra, tenham contato com a natureza, aprendam a subir em árvore... E por mais que a gente saiba que essas crianças já nascem sabendo mexer em tablets e celulares, a gente ainda se impressiona com essa facilidade deles.

     Uma noite, dentro do carro, eu contava pra D. Lurdinha que a Laura ligou meu laptop sozinha, procurou e encontrou o filme que desejava ver.
- Como pode isso, né? Eu mal sei fazer uma ligação do telefone.

A resposta da Laura:
- Ai, vó! Tu tá perdida na vida mesmo, né?? Tu tem que cuidar da cabeça, vó!
- É mesmo, Laura?
- Sim!! Tem que exercitar a cabeça, pra ela funcionar direito. Tem que ler livros, saber mexer no computador,,, essas coisas! Se não... vai ficar pra trás!!!


     A carteira que ela ganhou mês passado segue rendendo histórias. Querendo encher o acessório de dinheiro, perguntamos a ela onde ela iria conseguir o dindim.
- No banco! Vou lá buscar um dinheiro pra mim.
- Mas a gente precisa trabalhar pra ganhar dinheiro, filha.
- E agora? Vou trabalhar no que?
- Manter o teu quarto e banheiro arrumados, não deixar roupa e calçado espalhados pelo chão... isso é trabalho. Aí a gente te dá um dinheiro.

No mesmo dia, á noite, ela foi tomar banho:
- Sozinha, porque não sou mais bebê...

     O Bruno estava na sala, e eu indo de um lado pra outro da casa, organizando as coisas pra semana que estava começando, desfazendo mala... e sempre que passava pelo banheiro, dava um "confere" na Laura. Até que uma hora percebi que ela havia desligado o chuveiro. Continuei a funcionar e nada da crespa sair do box. Fui até a porta do banheiro e vi que ela estava ainda molhada, arrumando as embalagens de shampoo, condicionador...

- O que tu estás fazendo, Laura? Tens que te secar!
A resposta veio em tom incisivo:
- Tô indo!! Eu tenho que arrumar isso aqui pra poder ganhar dinheiro!


     Passamos o carnaval em Gramado e arredores. Durante esses dias, nos divertimos muito, tanto com as nossas programações quanto com as tiradas da Laura.

1. Passamos um dia em São Chico, andando á cavalo, admirando as belas paisagens do local junto com o Dindo Tucho e o Luca. Conhecemos lugares lindíssimos, entre eles, um hotel centenário, propriedade de um chef de cozinha regional, mas que trabalha em São Paulo e é amigo do Tucho. Foi servido um menu degustação maravilhoso. Ms como sabíamos que era muita comida pra Laura, pedimos uma massa, só com azeite de oliva.  Enquanto os nossos pratos vinham, o dela nada... aí chegou a frustração e a fome na crespa. Quando estávamos lá pelo quarto prato, o chef em pessoa veio com um super macarrão, naqueles pratos fundos que a gente vê no Master Chef. Como havia demorado bastante pra massa sair, ele já chegou se desculpando:

- Querida! Desculpe a demora no teu almoço. Mas eu vim pessoalmente te trazer essa massa deliciosa que eu mesmo fiz pra ti.

     Ele colocou o prato na mesa e todos os olhares se voltaram pra massa, que veio cheia de um molho de tomates. Na hora eu e o Bruno nos olhamos e ambos olharam pra Laura, que já deu aquela virada de olhos característica. Enquanto isso, o chef veio com um queijo e um ralador e todo querido, perguntou, se debruçando sobre ela e a massa:
- Queres que o tio rale um queijinho pra tu cmoeres com a massa?
Revirando os olhos pra ele, ela respondeu um "não" sonoro.
- É a fome... tentei remendar. 

     Novamente ele se desculpou e foi se sentar do outro lado da mesa, a fim de conversar com o Tucho e o Bruno.

     Do seu canto da mesa, a Laura olhava pra massa, olhava pro chef... olhava pr massa e pro cheff... até que disse:
- Esse cozinheiro não entende nada do que os clientes pedem. Minha massa era pra ser SEM MOLHO, e olha o que ele me trouxe!

     Ainda bem que ele não escutou o comentário da crespa, que depois acabou comendo com gosto a massa, pois foi devidamente avisada que só teria aquilo pr comer.




2. Na ida ou volta da maioria dos passeios (Três Coroas, São Chico...) parávamos num posto Ipiranga, que fica próximo ao pórtico de Gramado, A parada servia pra nos abastecermos\; combustível, água, picolés, pilha...

     Certo dia, depois de um dia no zoológico e Mini Mundo (chamado pela Laura de "Mundinho"), estávamos passeando com ela pelo centro de Gramado, admirando as flores e tal, quando  a fome bateu. Ela sugeriu:
- Quem sabe agora a gente pára um pouco e faz um lanche?
O Bruno respondeu, entusiasmado:
- Boa idéia, filha! Vamos procurar um lugar bem bacana pra gente lanchar.
- Não, pai... vamos no Posto Ipiranga. Lá tem tudo!