quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Casar ou comprar uma bicicleta?

     Tenho a impressão que esse post não terá pé nem cabeça, mas vou em frente mesmo assim. Sabe aquelas épocas que a gente fica em dúvida sobre uma série de coisas na vida? Pois me encontro numa dessas. Minha dúvida não se resume em não saber se caso ou compro uma bicicleta; já casei e não curto andar de bici. As coisas vão mais além. 

     Pela enésima vez fui acometida por uma infecção urinária na semana passada. Passei o sábado a noite, o domingo e parte da segunda feira com cara de bunda, de tanta dor. Quem já passou por isso sabe do que me refiro. Assim sendo, quando não estava sentada no vaso sanitário (voltando a enfatizar que se alguém já teve uma infecção urinária, sabe do que estou escrevendo), o que me restava era ficar com a Laura e pensar na vida, no rumo que as coisas estão tomando, no tempo que voa e como eu pretendo envelhecer.

     Me inscrevi no concurso da Secretaria Estadual de Saúde. Comprei a apostila e comecei a estudar. Tudo nos conformes até a parte do raciocínio lógico. Aí me deu vontade de jogar a toalha. Não sei porque não simplificar a coisa e colocar no edital que o que vai cair na verdade é Matemática. Meu fraco, desde sempre. Tenho vergonha disso, mas a verdade é que sou muito, muito ruim em Matemática. Sempre fui assim. Na época do colégio, enquanto em Português, Literatura, Biologia e demais matérias ia bem, em matemática passava de ano com as calças na mão. Demorei pra passar no vestibular por causa dos malditos cálculos. Na faculdade, graças a Santa Apolônia (padroeira dos cirurgiões dentistas), a matemática me deixou em paz. Agora, depois de 10 anos de formada, me vejo desmotivada em estudar por causa dos cálculos de matrizes e demais equações dificílimas pra mim.

     Nessas situações eu paro e penso: será que nessa altura do campeonato é válido eu querer aprender uma coisa que por 34 anos tive dificuldade? Aí vem uma vozinha na minha cabeça que diz: "Férias remuneradas, décimo terceiro salário... tu tens isso no consultório? Profissional liberal é igual a instabilidade, minha querida!!" 

     Essa madrugada perdi o sono. Fui pra sala, liguei a TV no Nat Geo (que transmite programas de fundamento) e fiquei assistindo um programa chamado Tabu. O episódio em questão era sobre as pessoas que moram em lugares estranhos, como túneis de esgoto, a rua ou lugar nenhum. Esse do lugar nenhum é um cara que carrega consigo apenas escova de dentes, creme dental, uma muda de roupas e filtro solar quando está em lugares quentes. Passa a vida vagando de Estado em Estado, sem trabalhar, dormindo na casa de amigos ou de gente que ele acaba de conhecer. Fica lá por dias, semanas ou até meses. Fazendo o que? Não sei; e o programa tão pouco mencionou alguma atividade do cara. Outro homem passou 35 anos trabalhando 16 horas por dia. Há uns 4, 5 anos, largou tudo e se mudou pra um túnel de esgoto fluvial de Las Vegas. Ás vezes ele tem que sair ás pressas porque a água inunda os túneis, mas no geral passa seus dias passeando nos parques e curtindo a paisagem. Se diz muito feliz assim.
 Esses caras estão certos? 

     Eu estou certa em continuar trabalhando como dentista ou o melhor é aprender matemática pra passar no concurso e ter a tão magnífica estabilidade? Ou largo tudo e vou escrever livros infantis? O dilema é quase se caso ou compro uma bicicleta, não é??

domingo, 24 de novembro de 2013

"A televisão me deixou burro, muito burro, demais...".

     A televisão sempre fez parte da minha vida. Me lembro que antes da chegada da Camila e do Daniel, quando criança,  eu, o pai e a mãe assistíamos as novelas das 8 da Globo. Nas manhãs me divertia com a Turma do Balão Mágico e o Fofão. Depois, maiorzinha, me tornei fã da Xuxa. Mais velha um pouco, não perdia nenhuma novela e adorava assistir a TV Pirata. Teve uma época que eu assistia todas as novelas da Globo e sabia mais ou menos as últimas 3 ou 4 que tinham passado antes daquela que estava no ar. 

     Família formada e a televisão sempre ligada. A que mais ficava na frente da TV era eu. Só a desligava na hora de ler meus livros, estudar e dormir. Me lembro de ser repreendida pelo Tio Nola várias vezes. Ele dizia que televisão era perda de tempo. Eu ficava sem entender como alguém podia não gostar de televisão (hoje entendo).

     Com o passar dos anos, a televisão deixou de ser o principal eletrodoméstico em casa. Ficava mais tempo lendo, escutando música ou no pátio com a Camila e o Dani. Quando fui morar fora pra estudar, continuei com o hábito da novela das 8 (que virou das 9) e algum programa que outro, até porque estudava bastante e, morando na praia, só ficava na frente da TV quando chovia muito e a turma se reunia pra assistir algum filme legal. Nessa época teve início a febre dos reality shows. Até assisti às primeiras edições do tal de Big Brother, mas percebi que não era lá grande coisa e larguei de mão isso também. 

     Programas que mostram o drama das pessoas, reformam casa, carro, pagam rancho e dão banho de loja pra guriazinha... tô fora. Gugu enfarento, Fausto ex gordo e chato mor, Silvio Santos octogenário... não me pegam. Nunca gostei disso. Só assisto televisão no final de semana se fico doente ou se vem o mundo abaixo de chuva, o que me impossibilita de sair de casa; e mesmo assim dou preferência em assistir algum filme. Telejornal que apela pro sensacionalismo, onde o apresentador fica gritando por justiça aos quatro ventos... me nego a assistir.  

     Depois de casada, colocamos TV por assinatura em casa. Comecei a pensar que ou eu virei muito seletiva em relação ao que me interessa assistir ou o conteúdo da televisão decaiu consideravelmente de um tempo pra cá. 

Na casa dos meus pais, tem dias que a televisão só é ligada a fim de auxiliar o pai a pegar no sono, na hora da sestia (ainda não inventaram sonífero melhor). Definitivamente, ela deixou de ser a queridinha da casa. Seu Turra e Dona Mari  sabem que há coisas na vida bem mais interessantes a fazer.

     Então chegou a Laura, e o meu tempo na frente da televisão diminuiu mais um pouco. Prefiro mil vezes ficar brincando com ela do que ficar assistindo o que quer que seja. Nesses dois anos de maternidade, a última novela das 9 que eu assisti de cabo a rabo foi Avenida Brasil (inesquecível Carminha...). Depois dessa, não acompanhei mais nenhuma, e pra ser bem sincera, não sinto a mínima falta. 
  
     Tem uma música dos Titãs que diz: "A televisão me deixou burro, muito burro, demais...". Concordo. Tudo o que é demais, faz mal. Dá pra continuar assistindo TV, mas moderadamente. 

sábado, 23 de novembro de 2013

Academia

     Depois de quase 1 ano fazendo fisioterapia ininterruptamente por causa dos meus joelhos, recebi alta. Fui orientada pelo médico a continuar com o reforço muscular na academia, fazendo musculação. Fiquei triste por dois motivos: primeiro porque adoro a Vivi, a fisioterapeuta que me acompanhou todo esse tempo. Segundo porque nunca fui fã de musculação.

     Mas, como foi o médico que mandou, me matriculei na "acadimia" e comecei a puxar ferro. Isso aconteceu em setembro. Desde lá, faço musculação duas vezes por semana. Ao contrário de todas as expectativas, e levando em consideração meu histórico em tal modalidade, estou gostando bastante da musculação. No início ia á contragosto malhar, mas agora vou tranquila. Estou a léguas de distância de virar rata de academia, mas o que interessa é que os resultados começaram a aparecer.

      Primeira grande mudança: a diminuição drásticas das minhas dores de cabeça. Agora posso tomar minhas cervejinhas sem acordar no outro dia com os sinos da catedral dentro da cachola.  Segunda grande mudança: meus joelhos estão bem. Consigo fazer minha yoga, brincar com a Laura agachada, caminhar e até estou me aventurando em dar umas corridas de leve na esteira.  

     Andei perdendo uns quilos de uns tempos pra cá, mas esteticamente ainda não percebi lá grandes mudanças frequentando a academia. Minhas celulites de estimação permanecem lá, acompanhadas por outras novas que surgiram depois da gestação, o que faz minha bunda e minhas pernas parecerem um sofá capitonê. Meus braços de gringa polenteira continuam com a mesma circunferência, mas segundo a minha instrutora eles diminuirão. As cartucheiras seguem firme e forte. Pra quem não sabe o que são cartucheiras aí vai: são os flancos, vulgos pneuzinhos.  

     Sigo fazendo minhas séries de exercícios físicos feliz com os resultados alcançados até agora, enquanto isso, aguardo o momento em que todos os itens acima citados farão parte do passado. 

domingo, 10 de novembro de 2013

Vale Night

     Encontro das mãezinhas, como sempre na casa da Fofa numa terça feira. Cada vez fica mais divertido mas também mais difícil das mãezinhas conversarem. Agora todos caminham, falam e trepam em tudo. Aí, em meio a nossas conversas não concluídas, choros e encrencas das crianças, a Cissa ergueu os braços e esbrevejou: "Aie!!! quando a gente vai poder sair sem as crianças pra podermos conversar decentemente, hein?". Gargalhamos, obviamente. Mas a ideia foi amadurecendo, e ficou meio que certo que naquela sexta feita iríamos sair, somente as mãezinhas, sem seus filhinhos e maridos. 

     Pensei cá comigo que isso não sairia dos nossos planos. Mas pra minha surpresa, na sexta feira comecei a receber mensagens com as coordenadas do nosso vale night. As regras: deixar as crianças aos cuidados dos seus respectivos pais para que pudéssemos aproveitar algumas horas sozinhas, somente entre mulheres. Não foi permitido pedir ajuda pras vovós, titias e demais parentes. O vale night teve suas regras sacramentadas, tivemos a adesão de 3 dos 5 paizinhos e lá fomos nós.

     Local escolhido: o Boliche. A Fofa e a Cissa me indagaram se eu gostaria de ir pra outro lugar (um lugar neutro). Disse que tava tranquilo, pois além de adorar o ambiente do boliche, o Bruno estaria cuidando da Laura e não trabalhando lá naquela noite. Tomei um banho, vesti uma calça e uma camiseta, calcei uma rasteirinha e fui a primeira a chegar.

     De todas as mãezinhas, eu sou a que saio mais, até pelo marido que tenho. Volta e meia deixo a Laura com a minha sogra, com as dindas, tias ou com a minha mãe e vou pra TAO ou pro Boliche fazer uma festinha. Até por isso não me produzi nada pra aquela noite. Logo chegaram a Cissa e a Fofa. Lindas, maquiadas e eufóricas. Após alguns bons minutos divagando sobre como estariam nossos rebentos, nosso vale night começou a tomar forma. Foi muito, muito divertido! Rimos muito, conversamos bastante (sem interrupções pra trocas de fraldas nem choradeira na disputa de brinquedos), jogamos boliche e até fizemos strike!!

     Naquele dia a Joana estava no meio de uma estomatite, então, há meia noite voltamos cada uma pra sua casa. A Cissa queria ficar mais, alegando que não iríamos virar abóbora depois daquela hora, mas já que eu e a Fofa demos a voz de "bamo", ela se foi pra casa também.

     Depois, ficamos sabendo que a estomatite atingiu seu auge, foi passada pro Tomás, que devido a uma convulsão foi parar uns dias no hospital. Agora a Cissa anda com o pé engessado por ter operado o (ou a, não sei como me refiro) joanete.

     Estamos esperando ansiosamente pelo próximo vale night e da adesão das demais mãezinhas, Dica e Milena.

     Querem saber o que os papais e as crianças fizeram naquela noite de sexta feira? O Marcelo levou o Tomás a um aniversário só pra homens. O Diogo e o Bruno se juntaram pra fazer um churrasco com as "gurias" (Jojô e Laura). E todos ficaram felizes e contentes no final do vale night! Que venham os próximos!!   





O Henrique dos amendoins



     Num domingo a tardinha, estavamos em casa brincando com a Laura quando meu celular deu sinal. Havia recebido um e-mail. Vi que o remetente era desconhecido, mas decidi abrir o e-mail na hora ao ler o título: "Amendoim". 

     Quem me escreveu foi um casal de Tubarão, SC, que haviam lido no blog o que tinha acontecido com a Laura.  Fernando e Michele, pais do Henrique, que na ocasião estava com um ano e nove meses. Coincidentemente, o Henrique estava com a mesma idade da Laura quando aconteceu o episódio dos amendoins. O e-mail dos pais do menino relatava que ele tinha aspirado amendoins há nove dias, mas só agora o peito estava chiando e na segunda feira eles iriam até Porto Alegre pra que o Dr. Cristiano (do Hospital  da Criança Santo Antônio)pudesse avaliar o Henrique. Me pediam informações sobre o hospital, o médico e tal. 

     Liguei assim que terminei de ler o e-mail. Falei com a Michele e contei resumidamente a nossa experiência. Disse que ficassem calmos e que o Hospital era excelente. Fiquei em contato com ela durante os três dias seguintes. Como mãe, sabia bem o que a Michele estava passando e tentei dar o apoio que a gente tanto quer numa hora assim. 

     A fibroboncoscopia do Henrique foi feita assim que eles chegaram em Porto Alegre, e teve que ser repetida na quarta feira, pois restaram pedaços de amendoim no pulmão dele. Segundo o médico, poderiam ficar sequelas devido ao tempo decorrido da aspiração dos amendoins até a realização das fibros, e ainda havia a possibilidade de ter que fazer uma cirurgia convencional para remover os amendoins. Graças á Deus e ao anjo da guarda do Henrique, ele teve alta na quarta feira, logo após a realização da segunda fibro, sem cirurgia convencional e sequelas. 

     Depois de passado o susto, pedi por e-mail que o Fernando e a Michele me mandassem algumas fotos deles. Aí está o Henrique, na sala da pré anestesia e em um dos quartos do Hospital da Criança Santo Antônio.

     Fiquei surpresa com o contato desse casal comigo. Ao perguntar como Eles disseram que digitaram no google algo sobre aspiração de amendoim por crianças, o link do blog apareceu e pimba. Impressionante como as coisas acontecem. Percebi que além de entretenimento, o blog pode ajudar as pessoas em momentos difíceis. Fui invadida por um sentimento de dever cumprido.

     Torci muito pra que ele se recuperasse logo e que não ficassem sequelas. Fiz uma corrente grande com o Bruno e mais um monte de gente pra que orasse pelo pequeno. Desejo muita saúde pra ele e que um dia possamos conhecer o Fernando e Michele e o pequeno Henrique ao vivo e a cores.








Outubro de estreias



     O mês de outubro foi recheado de estreias na vida da Laura. Num ensolarado sábado a tarde, rumamos pra Fenadi/ExpoIjuí. A motoca, como sempre, foi companheira inseparável em passeios como esse. Pela primeira vez a levamos no parque de diversões. Os brinquedos apropriados pra idade dela se resumiam nos carrinhos que ficam dando voltas e mais voltas ao redor do eixo central. Ela andou nos três mais seguros: carro, jeep e caminhão. Fizemos mais festa do que ela. Quando os carrinhos em que ela estava andando passavam por nós, abanávamos, chamávamos...e a Laura nada. Estava mais interessada em segurar nas direções e explorar os cintos de segurança e os bancos dos automóveis. Pulava de um banco pro outro, olhava todo e qualquer detalhe presente nos carros e pra quem estava olhando, parecia mesmo que ela estava dirigindo e curtindo a paisagem.  Depois, acompanhamos a Laura na roda gigante. Na primeira volta ela estranhou um pouco, mas em seguida já dava os gritinhos de euforia (“Uhuuu!!”) quando estava nas alturas. A pequena ficou impressionada com o helicóptero que fazia voos panorâmicos pela cidade, e tinha o parque de exposições como ponto de partida. Sempre que ele se aproximava, ela fazia a festa.

     A outra estreia ficou por conta do circo. Muito do fraco, pra ser sincera. Achávamos que faríamos uma grande coisa levando a Laura no circo. Mas nem. Ela pouco se interessou e pedia pra passear durante a apresentação. Na verdade esse circo era muito xumbrega. Sem aquele glamour que pelo menos eu e o Bruno estávamos acostumados. O mestre de cerimônias, na nossa época, usava fraque, gravata borboleta e cartola. O palhaço, nos áureos tempos, usava peruca colorida, chapéu e uma roupa larga, cheia de detalhes que chamavam a atenção, fora o sapatão enorme. No circo em questão, o mestre de cerimônias usava calça jeans apertadíssima, uma camiseta mais justa ainda e um tênis com amortecedor. O palhaço estava mal e porcamente com o rosto lambuzado e usava uma camiseta listrada embaixo de uma calça larga, além de ser adepto ao tênis também. Um fiasco. Tudo se resumiu em consumo. Bolinhas, espadas, comes e bebes...não venderam a mãe por detalhe. Saímos decepcionados e a Laura com sono.

     A terceira estreia foi a aula de natação. Era pra ter início na primeira semana de outubro, mas devido ao gripão da Laura, o papai Bruno só pode levá-la na última aula do mês. Segundo o Bruno ela logo se soltou e aproveitou bastante. O problema foi na hora de sair da piscina. Choradeira por não querer sair da água e cansaço total devido ao agito na aula. Ao chegar em casa, mal conseguiu almoçar e capotou o jipe.   A prima Belli é colega de natação.

     O mais legal é que agora ela conta o que fez e se lembra das coisas que aconteceram há tempos atrás. A aula de natação é narrada com riqueza de detalhes. O passeio de roda gigante e nos carrinhos também. Já do “circulo” não há comentários da parte dela.