quinta-feira, 24 de outubro de 2013

O diário da semana

     Semaninha complicada. Nada que não se resolva, mas ao lerem ao acontecimentos, vocês hão de me dar razão.
SÁBADO
     Começou o horário de verão. Já fui muito fã dele, mas isso há muitos anos atrás, quando não precisava trabalhar, não tinha filhos e passava o dia de molho na piscina. Sobre esse tal horário, tenho a dizer que ele bagunça completamente a minha vida. Não durmo direito, fico sonolenta o dia todo, acho um saco ter sol às 9 da noite. Fora os horários da Laura, que demoram umas duas semanas até engrenar.  Essa hora que o horário de verão comeu me faz muita falta. 

SEGUNDA FEIRA
     Amanhecendo o dia, fomos acometidos por um temporal aqui em Santa Rosa. Casas foram destelhadas, uma ventania louca. E eu e a Laura seguimos rumo á Santo Ângelo há no máximo 80 Km/h, já que a chuva não deu trégua. 

TERÇA FEIRA
     O Bruno me ligou dizendo que estávamos sem água no prédio. Ok, pensei cá com meus botões: até o final da tarde tudo estará resolvido. Não tomei banho na casa do pai e e da mãe porque acreditei no bom senso do administrados do prédio em resolver a falta d'água em tempo hábil. Cheguei em casa e nada da água. Mesmo usando o vaso sanitário apenas para necessidades leves, ele já começou a dar sinais de semelhança com os banheiros públicos. Baixo astral ter banheiro fedido na nossa casa.

     Papai quis levar a Laura no circo à noite. Já tinham me alertado que o circo que anda pela cidade não é o bicho. Realmente não é.  Valeu pela experiência, mas o espetáculo circense deixou muito a desejar (delibero mais sobre o circo em um próximo post). O "espetáculo" acabou tarde (mais tarde ainda por causa do horário de verão), a Laura estava um ranço só, pois já tinha passado muito do seu horário de dormir, eu e o Bruno estávamos com muita fome e resolvemos ir a um restaurante pra jantarmos. 

     Passamos o tempo todo correndo atrás da Laura, que continuava rançando de sono e berrava na mais remota aproximação de uma pessoa. Não quis comer nada e apenas tomou uns goles de suco. Dormiu profundamente quando estávamos comendo. O lado bom é que conseguimos comer em silêncio. Eu e ela dormimos sem banho. Temos um grande estoque de garrafas d´água na geladeira. Elas têm nos salvado. Deixei uma no banheiro pra escovarmos os dentes.

QUARTA FEIRA
     Passei a noite toda sonhando que meu cabelo estava grudado na cabeça de tão oleoso. Acordei de manhã e constatei que o sonho estava começando a se tornar realidade (tenho que levar meus cabelos todos os dias, inverno e verão, ele é super oleoso, um dia que eu não lave, ele fica um nojo). Ainda na cama, liguei pra imobiliária pra saber quando que a água voltaria pras nossas torneiras. A menina que me atendeu disse que provavelmente até ao meio dia tudo estaria resolvido. A Laura foi-se pra creche com duas chucas, porque não consegui domar os crespos sem água. O vaso sanitário continuou sendo usado para necessidades leves e permaneceu com sua tampa fechada. 

     Fui pra academia. E a regra é voltar da academia e tomar banho. Mas ainda estávamos sem água. Novamente liguei pra imobiliária (grudando de suor e com a paciência lá no garrão do pé - embarrado devido ao espetáculo circense da noite anterior) e descobri que a bomba d´água do prédio queimou, e pela voz da guria da imobiliária, o pessoal não estava com muita pressa em resolver o problema. Sei que a guria não tem culpa de nada, mas dei um recado pra ela: se a bomba d'água não fosse trocada ou concertada, toda a vizinhança iria tomar banho na casa do chefe dela.

     Partimos de mala e cuia pra casa da minha sogra. Tomei um bom banho e filamos o almoço lá. À tardinha, quando cheguei em casa, olhei pra Angélica com um olhar esperançoso, e ela me olhou de volta e me disse: "Ainda sem água.". Peguei uma muda de roupa limpa pra Laura e fomos até o Boliche pra comermos alguma coisa, já que em casa, pela falta d'água, ficava difícil preparar qualquer coisa pra matarmos a fome. Aí a semana começou a ficar agradável. Quinzenalmente rola o Clube do Samba no Boliche. Saímos lá pelas tantas e fomos pra casa da sogra de novo, pro Bruno e a Laura tomarem um banho. Retornamos ao Boliche pra curtirmos o samba de primeira qualidade. A Laura brincou com o Joaquin e o Giu e voltamos pra casa perto da meia noite, depois de ver o Grêmio ganhar e o Inter perder (falei que a semana começou a melhorar?!).

     Ao chegarmos em casa, grata surpresa: a água retornou às nossas torneiras, ao chuveiro e principalmente, ao vaso sanitário, que voltou a ficar com aspecto bom novamente.

QUINTA FEIRA
     Hoje a Laura estreou na natação com o papai. Ainda não sei dos detalhes. Amanhã nossa pequena completa 2 anos. 

     E acho que por essa semana, chega de falta d'água, circo sem graça e ranços. Que venha logo o final de semana.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Lembranças do café passado

     Noite dessas eu estava assistindo o GNT e estava se falando dos cheiros e gostos das comidas da nossa infância. Qual comida te remete à tenra idade? Fiquei bem na dúvida, pois adoro tudo o que a mãe, a nona, as tias faziam pra mim quando eu era criança.

     No outro dia, de manhã cedo, quando estava me ajeitando pra trabalhar, senti o cheiro de café passado vindo da cozinha e me lembrei da minha vizinha de infância, a Paula Salla. Não só dela, me lembrei de toda a família. Assim como nós, eles moravam na Marquês, no prédio da Mirandoli (há quantos anos atrás mesmo??).  Na casa da Paula sempre tinha café passado, e consequentemente aquele cheirinho delicioso. Na casa do pai e da mãe, é costume até hoje tomar café com leite, com Nescafé ou assemelhados,  e só nos últimos tempos é que se tem feito o café passado.

     Quando eu estava entrando na aborrescência (não escrevi errado, aborrescência mesmo) a Paula e o restante dos Sallas se mudaram. Nos vimos poucas vezes depois disso. Até que todos os Sallas se mudaram pra Santa Catarina e só fui reencontrar a Paula graças às redes sociais.

     Em fevereiro, quando estivemos em Camboriú, reencontrei minha vizinha de infância. Foi muito bom. Conheci o Elson, marido dela (que é muito gente boa) e a Julia, a filha deles, muito parecida com a mãe nos áureos tempos. De quebra revi os pais dela, a tia Lenir e o tio Darci.

     Me lembro que eu gostava muito de brincar com a Paula, e que a gente se entendia bem, pois eu sempre fui estourada e ela mantinha a calma diante os meus destemperos. Certa vez, queríamos pegar uma pomba na praça do Jacaré, em Santo Ângelo. E o pai nos aplicou que se colocássemos um punhado de sal no rabo da pomba, ela ficaria bem quietinha e assim conseguiríamos pegar a pomba. eu e a Paula fomos até o boteco da esquina e o tio do bar nos deu quase um quilo de sal. Saímos na nossa missão.  Eu estava braba depois de uns 5 minutos de tentativas frustradas, mas a Paula seguia me auxiliando na tarefa. O pai dava muita, mas muita risada em nos ver agachadas, com as mãos puro sal, tentando capturar pombas.  Depois de uns 15 minutos, eu comecei a chorar, esbravejar e dizer que aquelas pombas eram umas enfarentas. A Paula manteve a compostura. O pai seguia rindo. e ainda dá gargalhadas até hoje quando relembra do episódio.

     E naquela manhã, tomando meu café passado, me lembrei de tudo isso. E quero voltar a ver minha amiga de infância mais vezes. 

     De tanto que gostava de ti, Paula, me tornei uma Salla também.  

Diálogos da Laura

     Ouvir uma criança que está aprendendo a falar é uma das coisas mais divertidas que existe. Não há quem não dê muita risada ou se emocione com as frases e palavras recém aprendidas.

     A associação de objetos, idéias, a lembrança de fatos que aconteceram há semanas atrás  e a maneira como a Laura expressa isso é muito legal.

     Pra posteridade, ficam registradas aí algumas frases e diálogos da Laura. 


     O nosso presente de dia das Crianças pra ela foi uma mesa e uma cadeira, pra que ela possa ficar bem acomodada na hora de desenhar.Comprei uma mesa e apenas uma cadeira. Até pensei em comprar mais uma, mas deixei a ideia de lado.
Ao abrir o pacote de presente, ficou feliz da vida. Eufórica, sentou-se logo na cadeira enquanto eu montava a mesa e o Bruno filmava a cena.  Assim que terminei de rosquear os pés da mesa e virei-a de tampo pra cima, parece que a neninha leu meus pensamentos:
-Ota cadeinha.

     Providenciaremos. Enquanto isso, ela adora brincar na mesa nova. Coloca a poltrona que ganhou de Natal ao lado da mesa, pega seus blocos de papel, lápis de cor e giz de cera, senta na cadeira, puxa a mesa pra perto da barriga e diz:

-Agoia Lala didiza.  Senta ti, mamãe!
Apontando pra poltrona, como se a busanfa da mamãe ou de qualquer pessoa com mais de 40 Kg entrasse nela. Tradução simultânea do bebenês para o português: didiza = desenhar.


     Cantigas: estão sendo cantadas na sua totalidade. Letra, melodia e timbre de voz são executados quase com perfeição. Algumas mudanças são notadas em certas letras, que, venhamos e convenhamos, dão um charme todo especial às músicas:

 Boi, boi, boi
boi da cala peta
pega sa minina ti tem medo boboleta

     E já emenda a música da borboletinha:
Boboletinha, tá na cozinha....


     Chegou um circo na cidade. Numa noite dessas, estava indo até o Boliche com a Laura e passamos pelas instalações no circo. Muitas luzes, a lona colorida... aí falei:

- Olha, filha! O circo! Vamos convidar o papai pra irmos no circo??!
- Sim, sim! Papai no círculo! Tem luzes no círculo!
Expliquei que círculo é uma coisa e circo é outra, tudo numa linguagem lúdica e usando exemplos práticos, mas voltando da cheche hoje, passamos novamente pelo local e ela lembrou:
- Mãe, olha lá, círculo. Papai junto!


     Quando saímos de casa, ás vezes a Bella começa a latir de pura revolta, decerto porque a deixamos em casa. Já no corredor, a Laura sempre diz:
- A Bella chamando mamãe. Au, au, au!! Déia!! 


     Se estamos de passeio na casa de alguém, jantando fora ou algo assim,  a Laura já pede pra voltarmos pra casa. Ao chegarmos no portão, ela suspira e diz:
- Chegamos casa! 
E quando perguntamos a ela quem mora ali, ela enumera todos. Essa semana começou a enumerar os vizinhos também (Paulo, Vania, Moio, Fran, Arlete, Seco, Tui, Carleise...).


     Esses dias o Bruno mostrou um bem te vi pra Laura e imitou o canto do passarinho. Ela aprendeu na hora. Ontem, brincando com a Angélica, ela escutou o passarinho cantar e disse, com dedinho em riste:
- Ó Checa (Angélica)! Passainho!! Papai faz bem te vi!


     Essa semana ela ganhou uma bala de doce de leite (daquelas tri boas da Argentina) do Tui, nosso vizinho de porta. Comeu a bala toda em menos de 5 minutos. No meio da tarde, ela pedia pela "Bala Tui, bala Tui.". Certamente quando encontrar com ele novamente nos corredores, a pequena vai pedir mais uma daquelas balas deliciosas.

     E pra terminar com chave de ouro, uma que a neninha falou no início de outubro. Postei no Facebook assim que a pérola foi dita. Copiado e colado de lá:

"Ao chamar a Bella (que se encontra no quinto sono) e perceber a recusa da peluda em se juntar a nós, a Laura larga um suspiro e um sonoro 'putamerda'.  'Tô perdida' pensei na mesma hora.




Laura "didizando".

Laura "didizando"II.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Cansaço

     Até agora, em quase dois anos desempenhando o papel de mãe, a fase mais cansativa pra mim é essa, tanto no sentido físico quanto no psicológico. 

     Acordar de madrugada pra amamentar? Tirei de letra, até porque isso aconteceu até a Laura completar uns 20 dias, depois ela só pedia pelo peito às 6 da manhã.  Cólicas? Graças ao bom Deus não sei o que é isso. Problemas em dormir sozinha? Desde os 2 meses acostumamos a Laura a dormir sem embalos nem rituais que nos incluíssem. Auxiliar os quilômetros de caminhadas com os indicadores segurado as mãozinhas gorduchas? Ok, admito que foi super cansativo, mas o cansaço de agora é maior, bem maior.

     Erramos em certos aspectos, como por exemplo levar a Laura pra nossa cama pra lermos as historinhas antes de dormir, aí ela acabava dormindo ali, e colocávamos ela na sua cama depois disso (até porque eu sempre dormia junto). Há dois dias colocamos ela dormir direto na cama dela. Rola uma choradeira básica, pedidos de colo e tudo mais, mas depois de uns 10 minutos ela dorme e fica tudo certo. Acredito que mais uma ou duas noites de chororô e a coisa engrena. Mais uma batalha vencida.

     Já escrevi aqui que a personalidade da Laura se assemelha demais à minha. E sabe-se que dois bicudos não se beijam. Essa tem sido a maior causa do meu cansaço. Tento mudar minhas atitudes e não ser tão incisiva, mas educar uma criança requer pulso firme. O problema é que ela tem tanto pulso firme quanto eu, aí a peleia é grande. Se cria uma guerra de braço e muitas vezes eu quero jogar a toalha. 

     O cansaço físico se dá pela pilha Duracell que vem embutida nela (normal em qualquer criança dessa idade). Acompanho bonito as brincadeiras, mas depois de um dia cansativo de trabalho, uma ida à padaria que normalmente leva 5 minutos, se estende pra 35 longos e intermináveis minutos se levo a Laura junto. Ela corre, brinca de se esconder, corre mais um pouco, olha as vitrines das lojas, se esconde de novo... ok, mamãe acompanha tudo e se diverte também. Quando estou na capa da gaita proponho: "Agora vamos pra casa brincar com a Bella?" A resposta vem junto com aquele olhar que me fuzila, de ladial: "Não!!! Agola condi condi!" E tem início a nossa batalha.  

     Esse é só um dos exemplos, fora os gritos histéricos e os tapas citados em posts anteriores. E o fato de jogar tudo no chão. Sobre isso ando tomando as atitudes cabíveis. Fico pedindo, calmamente que ela junto o objeto até ser atendida. Aí elogio a atitude e a brincadeira segue. 

     Na creche, a tia Elaine e a Miti disseram que a Laura é como uma líder. Comanda as brincadeiras e escolhe até o lugar que os colegas irão sentar. Segundo elas, melhor assim do que ser uma criança que se contenta com tudo, estilo Maria vai com as outras. Demonstra que ela tem personalidade forte e no futuro evitará problemas de não fazer escolhas certas. 

     Se desse pra pedir ajuda Divina, que ela se torne pelo menos um pouco parecida com o Bruno no gênio, mais boa praça, não tão teimosa e briguenta (principalmente comigo). Ter uma Déia II em casa não tá sendo mole.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Coisas que só a Déia faz por você - parte VII

Quarta feira da semana passada, eu sozinha em casa com a Laura e a Bella (o Bruno foi viajar a negócios e voltou na quinta). Tudo nos conformes, a Laura dormiu cedo, depois de uma tarde intensa de brincadeiras na pracinha com a Angélica, a Bella atirada no lado direito do sofá (o predileto) e eu dormindo, também no sofá, bodiada depois de um dia cheio no trabalho. 

Depois de uma baita cochilada na sala, resolvi ir pra cama e seguir no embalo do sono. Era quase 1 da manhã. Desliguei a TV, o abajur e segui em direção ao raque da sala pra desligar a régua dos aparelhos eletrônicos, na maior escuridão da madrugada. Só conseguia ver a luzinha vermelha da régua acesa. Quando me abaixei pra desligá-la, dei com o supercilio esquerdo na quina da televisão.

Uma paulada e tanto. Fiquei tonta e quase caí por cima da mesinha de centro. Putz, que dor!! Fui pro quarto rindo da bocabertice que cometi, com a mão na sobrancelha esquerda (a afetada); quando acendi a luz do quarto, senti minha mão molhada e olhei pro espelho do quarto. Tinha começado a sair sangue (muito sangue) da sobrancelha. Aí dei uma gargalhada e fui em direção ao banheiro, pra tentar estancar o sangramento com uma gaze.

 Isso levou poucos segundos, mas já me passaram mil coisas na cabeça: "Se está saindo sangue é porque cortou. Se cortou e não parar de sangrar, vou ter que fazer ponto, no hospital. Mas e vou deixar a Laura com quem? Mas eu sou uma molóide mesmo! ..."  Quando meus devaneios pararam, tirei  a gaze e consegui ver, com esforço, o corte mínimo, escondido na sobrancelha. Deve ter uns 3 milímetros.  Obviamente o sangue parou de sair e o local atingido ficou inchado.  

Quando vi o inchaço e o vermelhão daquele cortezinho de nada, me sentei no vaso e comecei a rir, de novo. Impressionante como tenho o dom de aprontar coisas desse tipo e me divertir com isso!

Tomei um analgésico e fui pra cama. Sim, porque por menos que tenha sido o corte, doeu bastante! No outro dia, fui trabalhar com o supercílio inchado e dolorido, mas cada vez que  me lembrava da minha façanha, caía na gargalhada.  

Não desligo mais a régua do raque da sala na escuridão total. E vou tratar de pendurar a TV no suporte que lhe é de direito, assim minha cabeça fica livre de cicatrizes maiores.

domingo, 13 de outubro de 2013

Parceiras de birra

     Ontem, dia da criança, tínhamos uma programação intensa, que foi resumida mais da metade devido a chuva e demais acontecimentos cotidianos. Conseguimos comparecer somente em um dos três eventos marcados. Fomos ao aniversário do médico que nos acompanhou até Porto Alegre na ambulância no episódio dos amendoins, o Piekala.
Lá chegando, avistei a Fran, mulher do Forigo, nossos conhecidos de longa data, e mãe da Vitória, de 2 anos e 5 meses. Vou descrever a cena que eu vi ainda dentro do carro, pra vocês poderem entender o desenrolar do assunto.

     Estava a Fran tentando convencer a Vitória da necessidade dela deixar a mãe colocar um casaco nela, pois estava chovendo e batia um vento gelado no local do churrasco (que era aberto). A Vitória, por sua vez, estava sapateando, chorando,, contrariada com a ideia de vestir o casaco. A Fran estava com uma cara muito familiar pra mim, do tipo: "Vou contar até 10... não, até 20... acho que até 30. Dai-me paciência, oh Senhor!!!".

     Descemos do carro, a fui apresentar a Laura pra Vitória. A reação da Laura foi dar aquele grito estridente, que chega a coçar la dentro do ouvido da gente. E quando as pessoas vinham cumprimentá-la, lá vinha mais um grito daqueles. E eu com aquele sorriso amarelo, tentando remediar a situação.

     Com um olhar de compreensão, a Fran me olhou como quem me diz: "Calma, eu te entendo." E eu perguntei pra ela se a Vitória também fazia dessas. Pra meu alívio, ela me relatou várias coisas que a Vitória faz e que a tiram do sério. Eu também comecei a contar tudo o que a Laura faz de birra e que eu não sei mais como agir (gritos, tapas em mim e no Bruno quando alguém chega perto dela, jogar as coisas no chão...). Até que ela disse:
- Ai, que bom! Achei que o problema fosse só comigo.
- Que bom mesmo, sinal que não somos mães ruins e que nossas filhas não são anormais!

     O resultado da conversa foi o seguinte: birra faz parte da idade, as mães perdem a paciência sim, temos maridos que graças aos céus nos ajudam e acreditamos que a fase de birras irá passar.

     E tem outra, vou conversar mais seguido com a Fran, pois trocar uma idéia com alguémque tem uma filha com o gênio parecido com a Laura é de grande valia.

Crianças

     A ida a Florianópolis esses dias foi legal não só pelo fato de vermos os parentes, como descrito em post anterior, mas também por que foi a primeira vez que as três "Creuzas" se juntaram desde 2010 e também porque tivemos o prazer de conhecer a Manu, filha da Renata e do Henrique.

     Vamos ás devidas explicações:

     A Renata é minha amigona de infância. Renata Kerber, a repórter da RBS, conhecem? Pois é. Ela está há um ano morando em Florianópolis. Lá casou, engravidou e se tornou mãe da Manuela, uma boneca gorducha e calminha.
Fizemos uma breve visita, bem breve mesmo, pois sabemos como é a rotina de um bebê recém chegado.



     Creuzas somos eu, a Fabi e a Roberta. Dentistas gente boa que fizeram a especialização de Ortodontia juntas. Depois que concluímos a especialização, tentamos nos reunir de vez em quando em cursos e congressos. O engraçado é que engravidamos e tivemos os bebês perto uma das outras. A Fabi nos ganhou, pois teve dois de uma vez. Primeiro veio a Laura, logo em seguida chegaram o Eduardo e a Valentina, por último nasceu a Sofia. E esse foi nosso primeiro encontro depois que nos tornamos mães.


     Até deliberamos sobre ortodontia e sobre o aprendizado do curso, mas o assunto predominante foram as crianças. Como a Laura foi junto pra Floripa, as gurias queriam vê-la, e eu fiz uma baita propaganda da pequena. Infelizmente só consegui que elas vissem a Laura no final do curso, pouco tempo antes de elas voltarem pra casa. Mas não sei se foi infelizmente ou felizmente, pois assim que viu a Roberta e a Fabi, ela deu um daqueles gritos estridentes e me tacou um tapão na cara.  Que vergonha... 

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Bem vindo Enzo!

     Dia 17 de setembro nasceu o quarto bisneto da Nona Sybilla. Filho da Giulia e do Mateus, o Enzo chegou cheio de saúde e esbanjando estilo. 

     Eu e o Bruno fomos conhecê-lo no hospital, e até agora não conseguimos mais visitá-lo, devido à gripe coletiva que se instalou aqui em casa. Assim, achamos por bem esperar até a maleza passar pra apresentar o novo priminho pra Laura.

     Aí estão algumas fotos do bebezão mais estiloso da família. Ah! E os papais não precisam se preocupar, que o Enzo estará muito bem assistido na companhia das primas mais velhas e experientes.

Família Kieling Auth.


Orgulho de ser gaúcho! Pilchado da cabeça aos pés com 3 dias de vida.

Esse guri tem catega...

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O Osvaldo

     Acabei de chegar do baita show do Osvaldo Montenegro, aqui em Santa Rosa. Emocionante, vibrante, inesquecível. Além de ser um cantor e tanto, o cara é muito gente boa, inteligente, engraçado e no auge dos seus 57 anos, um charme só. 

     Chegou no Centro Cívico junto com o grande público, entrou pela porta da frente sem estrelismo algum,  passou por nós na porta, nos cumprimentou e ficou autografando os DVDs e CDs de um pessoal que formou uma fila enorme no hall de entrada. Pontualmente ás 20:30 deu início a um dos espetáculos mais legais que eu já vi. Não que tenha presenciado muitas coisas nessa área, mas de todos os shows que eu assisti, o dele ficou entre os melhores.   A parte mais legal  foi quando ele respondeu às perguntas do público, de onde veio a inspiração na composição das músicas.  

     Uma menina de 10 anos, a Milena, pediu que ele cantasse  "Estrada Nova". Ele disse que tinha alguma coisa estranha pra uma menina dessa idade gostar de uma música tão pesada. Pesada mas linda, assim como todas as outras músicas. Imagino o orgulho da mãe e do pai da Milena quando ela pediu a música. Se depender do meu esforço, A Laura há de ser apreciadora da boa música, assim como a Milena. 

     Pra quem não conhece o trabalho dele, ou conhece pouca coisa, vale a pena escutar as músicas e prestar bastante atenção nas letras.

     E tem mais, que me perdoem as admiradoras do tal do Naldo e do tche tche rere tche tche Gustavo Lima e você, mas sou muito mais do seu Osvaldo cantando coisas de fundamento com seus cabelos brancos do que um abobado da enchente musculoso se rebolando ou achando que canta alguma coisa. 

     Meus agradecimentos a Tani, que me fez começar a ouvir Osvaldo Montenegro lá atrás, quando eu tinha uns 13 anos. 

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

O passeio em Floripa

Curso de Ortodontia da mamãe em Floripa, na quinta 26 de setembro (nosso aniversário de casamento) e sexta, 27. Papai se propôs a ir junto pra cuidar da Laura enquanto mamãe estivesse em aula. Depois do curso, aproveitaríamos a praia no final de semana.
Perfeito!
Viajamos quarta feira a tarde e chegamos em Floripa meia noite passada. Ficamos hospedados na casa da Mariana e do Davi. 

Quinta feira ensolarada na capital caterinense. Aula o dia todo; a noite, quando achei que eu e o Bruno iríamos comemorar os 4 anos de casamento, eis que o encontro com febre, dor no corpo e a garganta arranhando. Devidamente medicado, fomos jantar com a Laura num restaurante da Lagoa da Conceição. Voltamos pra casa em seguida e cama, pois o dia tinha sido puxado pra todo mundo (eu tinha acordado 6:30 da matina pra chegar no curso na hora, o Bruno e a Laura passaram o dia na praia e na Lagoa com a Mariana e o Davi).

     Sexta feira ensolarada na capital catarinense. Aula o dia todo;. a noite, pedimos um x do Calota e conhecemos o Gui, amigo figuraça do Davi, que dormiu lá na Mari e brincou muito com ele e com a Laurinha. Fomos dormir um pouco mais tarde, mas capotamos, pois eu tive aula o dia inteiro e o Bruno e a Laura passaram o dia na praia novamente.

     No sábado, a Laura acordou ás 8:00 da manhã. Pensei cá com meus botões: "Beleza! Vamos aproveitar a praia logo cedo!". Quando abrimos a janela, vimos o tempo emburrado e as nuvens de chuva se aproximando. Mesmo assim, fomos fazer um passeio muito legal na Lagoa da Conceição. Alegria total da Laurinha. Mais tarde fomos ao cinema, jã que a chuva engrossou valendo, e a Laura começou a fazer febre. Uma gripe se aproximava...

     No domingo, só porque iríamos viajar o dia todo a caminho de casa, o sol reinou soberano na capital catarinense e no nosso itinerário. 

     Mesmo seu eu ter aproveitado a praia, o final de semana valeu por rever a Mariana e o Davi e por ver como os primos se dão bem. A Laura caiu de amores pelo Davi, e ele foi muito pacencioso ao brincar com ela. Mesmo explicando pra Laura que a prima que estávamos visitando era a Mariana, volta e meia, quando a Mari perguntava:
- Laura, como é o nome da prima?
Ela respondia entusiasmada:
- Gabi!
Lá pelo sábado de manhã ela começou a chamar a Mari pelo nome certo.

     Outra coisa muito legal foi vê-la interagindo com os vizinhos da Mari e do Davi. Eles moram num apartamento típico de praia, estilo casas geminadas, com um pátio grande na frente. Ao levantar de manhã, a primeira coisa que a Laura fazia era abrir a porta e correr pro pátio pra brincar com as outras crianças e com as cadelas (a Sophie, da Mari e a nossa parceira peluda Bella, que viajou comportada na ida e volta, como de costume).

     Um abraço e o nosso muito obrigada aos anfitriões Mariana e Davi. E um aviso: agora que descobrimos o caminho, preparem-se que voltaremos!


Brincadeira na praia que rendeu um monte de areia dos cachos. Faz parte!


Bruno: o super pai


A prima Mari, que bajulou a neninha do início ao fim da nossa visita.


A foto mais legal! Que vontade de morder esses dois!


Upa no primo!


O primeiro passeio de barco a gente não esquece.


O lado direito

     O sofá da nossa sala está disposto no cômodo de tal forma que o lado direito é o mais usado. Sempre que se chega na sala, aquele lado do sofá é ocupado primeiro por mim, pelo Bruno e pela Bella. A Laura tem uma tendência forte em preferir o mesmo lugar, mas como ainda não pára quieta por muito tempo, se contenta em sentar-se em qualquer lugar, por breves instantes.  Do lado esquerdo do sofá, temos um bambu mosso e algumas tomadas. No  lado direito, está a mesinha de apoio da sala, onde estão estrategicamente posicionados o abajur, as tomadas reservas e os controles remotos da televisão, home theater, DVD e por aí vai.

     Sempre que o Bruno está bem acomodado no canto do sofá e eu chego na sala, dou uma cutucada na perna dele pra que ele ceda o lugar. E ele cede. Se bandeia pro lado esquerdo e eu reino soberana no canto preferido de todos. Isso se repete desde que nos casamos, em todas as estações, quase todos os dias.

     Quando eu chego primeiro - obviamente me adonando do lado direito - e ele vem depois pra se juntar a mim no sofá, sempre faz a volta na mesinha de centro e se acomoda no lado esquerdo. Não me lembro dele me pedir pra que eu  fosse pro outro lado.

     Há uns dois meses atrás, de noite, depois que a Laura dormiu, fui me sentar com ele no dito sofá (um dos poucos momentos que ficamos a sós). Precisava carregar o meu celular, e como sempre, queria sentar no lado direito do sofá, que por sua vez já estava ocupado pelo meu excelentíssimo esposo.

     Não sei porque, mas sabia que, aquele dia, pela primeira vez, ele iria reclamar quando eu pedisse que me deixasse sentar no lado direito. Por isso, resolvi mudar de tática, e ao invés de dar a cutucada na perna como de costume, fui me aproximando e dando beijinhos no rosto dele, aí pedi, educadamente e com voz melosa:
-Dá licença, amor?

     A resposta veio com a a reclamatória que eu temia, e com o aumento do tom de voz:

-Ah, não. Sempre eu tenho que dar o lugar do sofá pra ti. Sempre!!! Vai sentar do outro lado! Esse lugar é meu! É meu!

     Comecei a rir (por dentro, claro) e fiz a menção em dizer que queria sentar ali pra colocar o celular pra carregar na tomada do abajur. Nem cheguei a terminar a frase:
- Mas meu celular...
- Nem vem, nem vem! Tem tomada lá do outro lado também! Vai te sentar lá!

     Obedientemente, fiz a volta na mesinha de centro da sala, conectei o carregador na tomada que existe atrás do bambu mosso e me sentei no lado esquerdo do sofá, contendo o riso.

     O Bruno me olhou e repetiu, mais relaxado, já achando graça da situa;cão, porém enfático:
- Esse lugar é meu. Meu, entendeu?
- Entendi, desculpe.

Passaram-se alguns instantes, e a Bella pulou no sofá, justamente no lado direito, quase em cima do Bruno.
Não aguentei e comecei a gargalhar da cena e da reação do Bruno, incrédulo.
- Até a cadela quer esse lugar no sofá! Não acredito! Te manda, Bella!

     Ela veio na minha direção, me olhou como quem diz: "Mas eu também gosto daquele lado do sofá.", se deitou no espaço do meio do sofá e dormiu, instantaneamente (como de costume).

     Nunca mais pedi o lugar direito do sofá pro Bruno depois desse dia. A Bella aprendeu a se acomodar no tapete ou na poltrona mais próxima.

     Quero muito que o Bruno leia esse post, pra ele saber que aquele é o lugar preferido do sofá de todos os moradores do nosso lar doce lar, tanto bípedes quanto quadrúpedes. E que jamais foi nossa intenção (minha e da Bella, no episódio em questão) tirá-lo dele de propósito.