terça-feira, 26 de abril de 2016

Sem sustos desta vez.

     Ontem, nas lembranças que o Facebook nos mostra, completou 3 anos de um dos (graças a Deus) poucos mas grandes sustos que eu tive (até agora), como mãe. Tá lá, pra quem quiser recordar, o dia em que eu consegui trancar a Laura dentro do carro, quando ela tinha um ano e pouco.

     Ás vezes me lembro desse episódio, de como fiquei assustada, da ajuda que recebi, de como a porta do carro ficou (detonada...), de como a minha mão ficou dolorida por dias (de bater insistentemente com a pedra no vidro do carro). 

     Ano passado, aconteceu algo semelhante. Mas o desfecho foi tão diferente, que nem escrevi a respeito. Como a lembrança veio via internet e o acesso ao post de 3 anos atrás ficou mais fácil, vamos ao ocorrido de 2015:

     A Laura estava então com 3 anos e alguns meses, era frio, dia de semana. Eu tinha acabado de buscá-la na escola, estávamos chegando em casa do super. Ela foleava um livro, sentada no cadeirão, com o cinto de segurança afivelado. Eu desci do carro, fechei a minha porta, abri a porta de trás, tirei as sacolas do mercado do banco, fechei a porta, fazendo a volta no carro pra abrir a porta pra Laura e ajudá-la a descer, quando me dei conta que... esqueci a chave do carro no banco, onde estavam as sacolas; exatamente como da outra vez. Assim que me dei conta disso, o carro se trancou.

     Obviamente, me lembrei do cagaço de outrora, mas a partir desse momento, a história começou a mudar. Bati no vidro, ao lado da Laura e ela me olhou. Sorri pra ela, pedindo:

- Filha! Faz um favor pra mãe?

Ela balançou a cabeça, afirmativamente.

- Tira o cinto e puxa esse pininho aí da porta pra cima.
Aguardei até que ela tirasse o cinto e se debruçasse na porta.

- Esse aqui?
- Esse mesmo.

     Plim. Pronto. A porta se destrancou. Ela desceu do carro sozinha, eu peguei a chave que estava no banco, tranquei o carro (sem ninguém nem nada mais dentro) e ambas entramos em casa, tranquilamente. Chega de sustos desse tipo.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

As fadinhas da Luana

     A vida nos enche de surpresas, quando a gente menos espera. Há um mês atrás, numa tarde deliciosa de meditação e yoga, conheci pessoalmente a Vanessa, filha da Cirene, minha mestra mor de yoga e ayurveda, que eu tanto respeito e admiro. Aí veio a Luana e me deu um oi carinhoso. A Luana é amiga da Camila, minha irmã, e é irmã da Vick, fotógrafa gente finíssima que registrou nosso casamento e acompanhou a Laura no seu primeiro ano de vida, com suas fotos lindas.

     Pois bem, chamei as duas pra jantarem na nossa casa essa semana. Sei que elas são amigas de anos, mas do jeito que o papo e as conversas se desenrolaram, parecia que nós três nos conhecíamos desde sempre. Foi demais!

     A Laura, já devidamente instruída sobre a vinda delas, ficou curiosa pra conhecer a "Vanessa da yoga" e a "amiga da Dinda Camila". A crespa está na fase de se exibir. E foi o que ela fez. As gurias, super solícitas, deram corda, e a Laura aproveitou. Não poderia faltar o desfile do vestido de aia (sim, aquele que era meu e que a vó Mari tirou do fundo do baú). 

     Numa das várias performances da noite, ela se foi com o vestido andar de balanço, e exclamava:
- Gurias!! Eu já sei me balançar sozinha! Olhem só!!
     
     Querendo chegar no telhado, de tanto que ela se balançou, o fecho (ziper, reco... como queiram) do vestido se abriu, do meio das costas em direção ao pescoço. A Laura desceu do balanço muito maguary. Eu me surpreendi que isso não aconteceu antes; o vestido tem 33 anos, está com uns rasgos fenomenais embaixo dos braços, desbotado... e sendo usado ao menos 3 vezes por semana intensamente.  O conserto do fecho, á primeira vista, era simples: puxá-lo até o final pra depois fechar ele inteiro, mas não consegui nem tirar o vestido porque estou com um baita corte no dedão direito, o que me impossibilita de realizar as tarefas mais simples do dia a dia. Pensei que logo ela esqueceria do vestido e iria arrumar outra coisa pra continuar com o espetáculo.

     Aí a Luana se prontificou a ajudá-la a tirar o vestido. 
- Mas e agora?
- Agora a gente guarda o vestido que amanhã eu levo o vestido na costureira pra ela trocar o fecho.
- Ah, não... mas eu quero o vestido arrumado agora!

     Vendo que a Laura ficou realmente triste com o ocorrido, a Luana, com a maior delicadeza e doçura, propôs:
- Olha só, Laura; tive uma ideia.
- O que?

Esfregando as palmas das mãos e colocando o vestido no colo, a Luana disse:
- Vamos chamar as fadinhas pra nos ajudar a consertar o vestido.
- Mas onde elas estão? Não vejo nada!
- Ah... elas estão por perto, e se a gente pedir a ajuda delas, elas vem!

     Eu e a Vanessa entramos na onda, e começamos a esfregar as palmas das mãos, junto com elas.

- Agora, vamos colocar as nossas mãos aqui no vestido e pedir pras fadinhas que nos ajudem a deixar o vestido da Laura novo.
Feito. Passados alguns segundos de total concentração das quatro, a Luana abre todo o fecho e volta a fechá-lo completamente. A cara de surpresa da Laura (e nossa também, praticipando ativamente da mágica da Luana) foi digna de ser filmada.

     Depois ela queria saber onde as fadas estavam, pois ela continuava sem vê-las. Com a mesma doçura e delicadeza, a Luana disse que elas estão sempre por perto, por mais que não possamos enxergá-las, e que sempre que a Laura precisar de ajuda, é só pedir pras fadinhas.

     Registramos a visita com fotos e no dia seguinte, a Luana mandou uma das nossas fotos cheia de fadas, pra eu mostrar pra Laura. Novamente, a carinha de encanto dela foi demais. E o episódio é relatado com o maior entusiasmo pra todo mundo.
- E tem até foto com elas! Se bem que na hora a gente não vou nenhuma...


     Ainda no dia seguinte, comentei com ela que tínhamos que levar o tecido pra costureira fazer a saia de flamenco que ela há tempos me pede.
- Não precisa levar na costureira, mãe.
- Como não?!! Tu queres tanto uma saia de flamenco!
- É só pedir pras fadas da tia Luana que elas fazem a saia pra mim!

Luana, Laura, Vanessa, eu e as fadas.