quarta-feira, 23 de julho de 2014

As cobaias da Laura

     Ah... a vaidade feminina. A Laura descobriu a maquiagem. Já tem uns batons que ganhou de presente da Dinda Ita, da Greici, da Dinda Camila. Recentemente, descobriu onde guardo os meus poucos batons e seguido a pego pintando os lábios em frente ao espelho do nosso quarto.

     O batom é passado direitinho, ela quase não borra. Já o blush... pobre de quem estiver perto e for a sorteada para receber uma maquiagem da crespa.

     Domingo foi a vez da vó Mari ser contemplada. Ela ficou espetacular. O chão ficou espetacularmente pintado de rosa. As roupas da Laura espetaculares em tons rosa (calça, blusa, meias...).

     Hoje, eu e a prima Mariana fomos as escolhidas. A Mariana não via a Laura desde o final do ano, então, está matando a saudades e obviamente, se tornou a parceria preferida da Belezinha no dia de hoje. Detalhe: a Mariana não é criança, é a prima mais velha da Laura. Mesmo assim, entrou na brincadeira junto comigo.

     Depois que a Mariana foi embora aqui de casa (e a Laura foi junto com ela), segui meus afazeres na pintura das guarnições das portas do apartamento (sim, ainda os ajustes da casa nova...).  Estavam aqui dois caras que estavam instalando uns móveis, e quando um deles me viu com o rosto "maquiado", levou um susto e exclamou um "meu Deus...". Eu ri só aí me dei conta de que deveria estar glamurosa.

A Mariana, a Laura e o blush.

Mamãe glamorosa depois do toque especial do blush da Laurinha.


Batom passado com perfeição e uma lixadinha nas unhas pra passar o final de semana.

Vó Mari sendo maquiada no último domingo.


terça-feira, 22 de julho de 2014

O primeiro galo

     Domingo à noite, alguns Bruns reunidos no lar, doce lar dos Turra Sala. Acabávamos de sentar à mesa no festeiro para saborear a especialidade culinária do Bruno; o carreteiro.
A Laura, que se negou a experimentar o "arroz especial do papai", estava em pé numa poltrona, brincando. Eu, estava separando os talheres, o Bruno estava colocando a panela na mesa e o restante do pessoal se acomodava nas cadeiras, prontos para o jantar. Aí, pensei com os meus botões: " A Laura precisa tomar cuidado, se não é capaz de cair dessa poltrona ainda...". Foi o tempo de eu terminar de formular a frase mentalmente pra ouvir uma batida seca no chão e o choro dela. Sexto sentido de mãe...

     Descrito acima o primeiro galo da Laura. Sabia que esse fato aconteceria mais cedo ou mais tarde. Não há criança que não tenha tido um galo na cabeça de tamanho considerável sequer uma vez.  Claro que nesses dois anos e quase nove meses a Laura já bateu a cabeça. Mas não à ponto de criar o famigerado galo. O primogênito, no caso, encontra-se na parte posterior da cabeça (ela caiu de costas no chão),  e mesmo ficando imperceptível por causa dos cachos, é sim, de tamanho considerável.

     Depois de devidamente acudida, acalmada e aninhada no colo, ela voltou às brincadeiras. Só lembrou do galo na hora de dormir, deitada de costas na cama:
- Mãe, o galo tá doendo!
Não podia deixar de perder a piada:
- Então deita de lado, se não ele vai começar a cantar!

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Histórias da Laura III

     Em meio à tantas indagações sobre o novo lar, como está a casa nova, se já nos acomodamos... o que nós adultos fazemos? Respondemos: "Bem legal!" ou  mais especificamente no nosso caso: "Estamos nos finalmentes da reforma (ou nem tanto...)". Não são poucas as pessoas que vêm nos perguntar coisas desse tipo, e respondemos com educação. Já com as crianças...
Há algumas semanas atrás, a vó Lulu perguntou pra Laura:
- Laurinha, como está teu quarto novo?
E a Laurinha respondeu com um olhar blasé:
- Vai lá ver.


     A arte de desenhar vem sendo lapidada pela Laura. Já conhece as cores e semana passada consegui identificar os olhos, nariz e a boca de um coelhinho. Ontem ela resolveu desenhar com uma caneta de quadro branco. Enquanto a garatuja ficou só no papel, tudo bem. Quando notei que o silêncio estava se prolongando, resolvi conferir. Ela tinha pintado os dedos e as unhas com a caneta preta. Feliz e contente, arregalou os olhos quando me viu e disse:
- Olha, mãe!!! Pintei as unhas! Que lindo!!!!
E, esticando o braço, passou a admirar as unhas e metade dos dedos pintados de preto. Por último me solta essa:
- Amei o jeito que ficou!


     A Tani tirou uma foto da Martina e da Laura deitadas na cama, bem acomodadas embaixo de um cobertor fofinho e rodeadas de travesseiros. O comentário da Laura ao ver a foto no celular:
- Tu e mim, Martina.


     Ontem busquei o "boletim" do primeiro semestre escolar de 2014 da Laura. Principais características: linguagem excelente, participativa, espírito de liderança apurado  e gosta de ajudar a "organizar" a sala de aula, os colegas...   já falei que quando a Miti quiser se aposentar, a laura assume a coordenação da escola.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Do contra II

     Não vi nenhum jogo da copa do Mundo padrão Fifa do Brasil. A copa das copas passou desapercebida. Larguei de um trabalho de 10 anos, mudei de casa, me envolvi muito com a mudança, o ap ainda não está 100% pronto (obras infinitas...)... tudo isso fez com que não fizesse parte da "pátria de chuteiras".

     Ontem, na hora do jogo, estava lendo um bom livro no sofá de casa. A Laura estava na TAO com o Bruno, assistindo ao jogo Brasil X Alemanha. Perdi a noção do tempo e quando me dei conta, os dois estavam chegando em casa. Era o fim do primeiro tempo. A Alemanha ainda fez dois gols, que vi porque o Bruno ligou a televisão. Vi a perplexidade nos olhos dele. Imagino a perplexidade nos olhos de muita gente.

     Mas cada vez mais me considero do contra. Minha tristeza não foi pelos 7 gols sofridos pela seleção brasileira ontem. Fico triste em ver que o povo quer pão e circo, e que o voto é trocado por uma churrascada de final de semana. Me entristeço quando vejo tanta gente sem acesso á saúde de qualidade nesse país.  Fico triste, bem triste quando vejo a educação indo de mal a pior. Minha tristeza aumenta consideravelmente quando sou obrigada a pagar impostos altíssimos  - que, na minha inocente conclusão, deveriam ser revertidos em melhorias pro País, pro Estado e pro Município -;  mas não são.

     Chorar, me escabelar porque o Brasil perdeu feio da Alemanha? Não. Sinto vontade de chorar e de me escabelar quando percebo que esse país vai demorar muito pra entrar nos eixos. Sou do contra. Tão do contra que ficarei feliz se a Argentina levar a taça.



Histórias da Laura II

     A Laura entende o enredo das historinhas dos livros, das letras musicais e de tudo o que acontece no dia a dia. Sabe quem é quem, onde as pessoas moram (inclusive as princesas e o lobo mau, bicho papão, etc).  Às vezes ela pede pra que a gente desenhe certa cena, repetidas vezes, por vários ângulos.
     Foi assim com a música do cravo e a rosa, a qual ela ficou impressionada em ver, nos nossos humildes e mal feitos desenhos, a rosa chorando com o desmaio do amado. Num dos jogos da copa, enquanto o vô G e a vó Mari se escabelavam torcendo pelo Brasil, eu e a Laura nos deliciávamos com um sagu quentinho, tomado diretamente da xícara. Num dos goles, ela tirou da boca um cravo e me mostrou. Peguei a especiaria e perguntei a ela se ela sabia o que era aquilo.
 - Não sei, mas tem um gostinho bom.
- Isso é um cravo, filha.
- ... Mas e a rosa, mãe?
Depois de rir da pergunta, expliquei a diferença entre os cravos.

     A novela da comida segue com seus capítulos de dramas e alegrias. Tem vezes que a crespa come bem, outros que não come nada. Como agora ela quer aprender a pular corda e pedalar sozinha na motoca (e dirigi-la ao mesmo tempo - aí que mora a dificuldade...), apelei:
- Filha, se tu quiseres aprender a pular corda e tal, tem que comer bastante. Assim tu vais ficar grande com bastante força pra fazer essas coisas!
- Mas mãe, não posso comer bastante.
- Por que?
- Por que se eu crescer muito, minha bunda vai ficar muito grande e não vai mais entrar na motoca!!!


     Ontem, pela primeira vez, a Laura não fez choradeira n hora da Dra. Maria Antônia examiná-la. Ao entrar no consultório, ela nos avisou:
- Mãe, eu não vou chorar. Tia Maria, a Laura não vai chorar mais.
E assim foi. Ficou quietinha durante todo o exame.  A Dra. ficou surpresa. Eu mais ainda. Ao final do exame (que era uma revisão pra ver como estava o ouvido depois do tratamento da otite média que a Laura teve mês passado), a bonita diz:
- "Dotora", tem que pesar a Laura! A Dotora esqueceu?
Huahuahua!!! Depois de devidamente pesada e medida, ela anunciou:
- Vou ficar aqui trabalhando com a tia Maria. Tchau, mãe!
E o choro veio na hora de irmos embora.

 

quarta-feira, 2 de julho de 2014

100 Kg a menos faz tão bem!

     Em setembro de 2004 comecei a trabalhar na prefeitura de Santo Angelo. À princípio, seria um trabalho temporário, pois nas eleições de outubro o partido que estava "no poder" saiu fora. Sempre em tom de ameaça, que o programa no qual trabalhava (PAB) seria extinto, fiquei trabalhando lá por quase 10 anos.
 
     Desde a última troca de coordenador, a situação tornou-se bem difícil, as ameaças se intensificaram, a comunicação com a secretária de saúde e demais pessoas a ela ligadas se tornou impossível e ontem, quando cheguei no posto pra trabalhar, encontrei outro dentista sentado no mocho. Não fui sequer avisada que, enfim, o programa em que trabalhei por tanto tempo tinha acabado.
 
     Bom... bola pra frente! É o final de um ciclo, de um período. E agora o que me resta é esperar que algo legal apareça pra eu fazer nas segundas e terças feiras.
 
     Se vou sentir falta do dinheiro que ganhava lá? Sinceramente, não. Era tão pouco que não me fará lá grande falta. Vou sentir falta de passar mais tempo com meus pais e minha filha nas tardes após o trabalho.
 
     Mesmo triste com a falta de consideração dos meus superiores em não ter avisado sobre o ocorrido (confesso que me descontrolei totalmente diante deles...), me sinto com uns 100 Kg a menos nas costas. Desse tempo todo trabalhando pra "coisa pública" não temo em dizer que política é a coisa mais podre que existe. Não gosto de política, tenho asco de políticos e infelizmente, não conheço um que preste pra que me faça mudar de ideia.  100 Kg a menos de não ter que aguentar mais a politicagem, os amiguinhos dos politiqueiros, a corja toda de um modo geral. Se tem coisa que eu não me presto é puxar saco de político pra conseguir tirar vantagem de alguma coisa. Já me chamaram de burra por causa disso; que perco muito em ir contra o "sistema". Ok, burra, jumenta e o que mais quiserem me chamar. Nado contra a maré até morrer, mas não puxo saco de político.
 
     Tenho uma amiga que há anos não vejo, a Kerlen, e certa vez ela me disse uma frase que em situações como esta eu repito mentalmente. E vai ficar no mentalmente, porque ela é pesada...
 
     Agradeço aos pacientes que atendi nesses quase 10 anos e espero que um dia o povo se toque de votar direito, eliminando um pouco dessa podridão que se encontra no poder, em todas as esferas.