quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Palavras e expressões

     A dicção da Laura, pra uma criança de três anos recém completados, é bem boa. Ela só não consegue pronunciar ainda as palavras com "br", "bl", "pr" e "pl" - prateleira = pateleira, Pluto = puto (essa é clássica).
Mas como ela está formando o vocabulário, existem palavras que saem da maneira dela, e que rendem boas risadas.
 
     Brincando de piscina com as "monecas", eis que a crespa me faz um pedido que consegui decifrar pelo final da palavra:
- Mãe, "peciso" de um potolim mais alto, por favor.
- Trampulim, filha?
E com cara de tédio, me responde:
- É esse. Pode ser esse mesmo.
 
A Laura estava brincando com a amiga Camila (que ela adora) na casa dela. A mãe da amiga (tia Milena) comentou com a Laura a arte da Camila no rosto da boneca.
- Viu só o que a Camila fez Laurinha? Pintou todo o rosto da boneca!
A crespa, indo em direção ao carrinho em que a boneca pintada repousava:
- Deixa eu ver o pinto.
Obviamente referindo-se á pintura no rosto da boneca.
A amiga responde:
- Não, ela não tem pinto, ela tem pepeca!
E pra terminar o diálogo a Laura responde, como se fosse obvio a que pinto ela se referia.
- Camila, é o pinto do rosto que eu quero ver. O que tu pintou!


     Outubro é o mês do dentista. E a escola da Laura promoveu o assunto durante  as duas últimas semanas.  Como sou da área, sempre tentei abordar o assunto de forma lúdica, me referindo ao stretpotocus mutans como o bichinho da cárie (sim, o bichinho da cárie responde por esse nome aí...).
     Uma tardinha, estávamos eu e a Milena dando uma volta com a Laura e a Camila, num programa pós pracinha, a fim de evitar a choradeira de despedida das amigas. Estava contando pra Milena que dali uns dias eu iria até a creche da Laura dar uma palestra pra turminha dela sobre saúde bucal, falar do bichinho da cárie... aí a Laura me olha e diz:
- Bactéria, mãe.
     Eu e a Milena nos olhamos, atônitas. Ela me perguntou se eu tinha falado das bactérias pra Laura, e eu respondi que não! Rimos com a sabedoria de causa da Laura e ao chegarmos em casa, olhei na agenda a programação do dia: "Conhecendo os alimentos que são amigos dos dentes.". Ai concluí que a profe deve ter citado as bactérias durante o dia de aula.
     Á noite, ela deu aula sobre o assunto pras bonecas e pra mim, como mostra o vídeo abaixo. A postura dela parecia mesmo a de uma professora. E eu tive que rir quando ela me pediu que largasse o telefone e prestasse atenção na história.

 
 
     Ontem a tardinha estávamos brincando na pracinha perto de casa. Lá encontramos dois irmãos brincando, um menino de 5 e uma menina de 3. A Laura brincou muito com eles, mas a comunicação ficou um pouco comprometida, já que ambos não pronunciavam algumas letras nas palavras. Por exemplo o "G" e o "C". Parece que eles gagejavam ao pronunciar essas letras nas palavras, e isso dificultava a compreensão do que eles diziam.
Uma hora, o menino (Artur) perguntou  pra Laura se ela queria ir na gangorra. Ela entendeu que ele perguntou se ela "tinha um Artur" (confesso que num primeiro momento, entendi isso também). Ela respondeu:
- Não! Eu tenho uma mamãe, um papai, uma Bella e uma dinda mana. Um Artur eu não tenho!
 
 
Noite dessas, estávamos brincando de Barbie quando a Laura começou a procurar algo pra pendurar a mini bolsa da boneca. Após alguns instantes procurando um gancho ou algo do gênero, seu rosto se iluminou quando ela viu meu minguinho e disse:
- Já sei, mãe! Pode ser tu a "pendurinha" da bolsa!
E fui, durante om bom tempo da brincadeira, a pendurinha da bolsa da Barbie. 



O Bruno, a motocicleta e o Atacama



     Desde que conheço o Bruno, ele é apaixonado por motos. Desde que estamos juntos, ele já teve várias motos, uma loja de motos e quando está sem moto, fica sonhando acordado, esperando o dia de subir em uma novamente. Nos últimos 2 anos, se contentou a participar os almoços do Moto Grupo sem motocicleta mesmo, pois as prioridades eram outras (boliche, casa própria...).

     Me aventurei na garupa da motocicleta uma única vez. O Bruno tinha uma moto esportiva, onde o caroneiro (no caso, eu) ficava com a bunda mais arrebitada que dançarina de funk. Fomos com o pessoa desse mesmo Moto Grupo. Tínhamos como destino Oberá, na Argentina, pra assistir uma prova do campeonato de MotoVelocidade. Logo na minha primeira experiência, ele fez 160 Km por hora, e eu sentada atrás, com a busanfa erguida, morrendo de medo. Nunca antes na vida senti frio nas minhas partes íntimas, até aquele dia. Só conseguia rezar, mesmo assim não me concentrei direito, pois tinha que coordenar minha cabeça, pra evitar que o vento arrancasse ela do pescoço. Chegando no local da prova, me deitei na grana, numa sombra e dormi profundamente, rodeada de capacetes e mochilas. Na volta, cochilava na garupa. Cheguei em casa "na capa da gaita", agradeci a experiência e avisei que nunca mais faria uma indiada daquelas novamente.

     Mês passado, fomos até Possadas com a turma do Moto Grupo. Nós e mais alguns casais de carro e algumas corajosas e parceiras dos maridos, nas garupas das motocicletas. Na viagem, fiquei sabendo que alguns integrantes partiriam rumo ao deserto de Atacama agora em outubro. Pensei comigo: "Mas que baita indiada... eles gostam de passar trabalho... só pode ser!!!".  Um dos integrantes, o Roque Moss, precisava o aval da mulher pra participar da viagem (como todos os outros, mas a mulher do Moss é "uma Turra braba"... assim como a que aqui vos escreve). Pois organizou-se uma comitiva a fim de explanar pra esposa do Roque, a importância da participação dele na expedição, num jantar na casa do casal em questão. Convencida, deu a "carta verde" ao marido, ele ficou contentíssimo. Contando essa história, alguém da turma disse:
- Daqui uns dias a janta é na casa do Bruninho! Huahuahua!!!

     Ri também, mas pensei que, certamente, ele não iria querer participar da viagem de coadjuvante, dirigindo um carro de apoio, já que estava sem motocicleta. Eis que, há três semanas, ele comprou uma moto. Dias depois, me disse que comprou um capacete pra mim. Pensei, pensei... e antes de recusar o convite, fiz uma proposta: vez ou outra eu ando na garupa da motocicleta (mas JAMAIS a 160 Km/h novamente) se ele praticar yoga comigo ás vezes também. Trato feito. Até terça passada, ele ficou envolvido em ajeitar a aquisição, quando, na hora do almoço, aflito, me perguntou se eu deixaria ele ir ao Atacama.

     Antes que a comitiva se reunisse e marcasse uma janta na nossa casa, com o propósito de me convencer da importância da participação dele na expedição, disse logo que sim, que ele poderia ir. A alegria e o brilho nos olhos dele durante os preparativos não tenho como descrever.  Comparando, parecia uma criança com um brinquedo novo, desejado por muito tempo. Hoje pela manhã, cedinho, se foi o Bruno e o restante do pessoal rumo ao Deserto de Atacama. 


     Vendo ele eufórico, arrumando os apetrechos, feliz da vida, fiquei feliz também. Mesmo achando um esporte caro e muito, muito perigoso, respeito e acima de tudo, admiro quem pratica e ama esse estilo de vida. Vou fazer o possível pra participar mais desse mundo de aventuras (já que a moto de agora tem um banco mais confortável...).

Desejo aos aventureiros uma ótima viagem.


MotoGrupo Farrapos da Estrada rumo á Expedição Atacama.
Boa viagem!





quarta-feira, 22 de outubro de 2014

3 anos


     Essa semana a Laura completa 3 anos.  E durante esses quase 1.095 dias, aprendi a ser mãe. Aprendi a cuidar de um bebê indefeso e totalmente inocente em casa. Aprendi a deixar de vê-la como um como bebê pra começar a dar lugar à " menina grande" que ela está se tornando, com suas características que tanto lembram a minha própria pessoa. Somos parecidas sim; não fisicamente (isso não há como negar), mas " genialmente" (adorei o termo). Se por um lado isso me assusta, por outro me deixa tranquila, pois sei que a crespa não vai se deixar levar tão fácil pelas armadilhas da vida.

   A sequencia de vídeos foi feita dentro de um guarda roupas na casa da Nona, em Tuparendi. Espontaneamente, a Laura foi contando histórias e mais histórias (sempre se olhando no espelho), e eu fui filmando, filmando... e não me canso de rever essas pequenas lembranças dos deus dois anos e dez meses.

     Esses vídeos mostram um pouco da pessoa que a Laura está se tornando, e que me deixa feliz. Feliz por saber que estamos fazendo um bom trabalho (uma mãe de primeira viagem junto com um pai de segunda viagem), pois temos uma filha saudável, esperta e linda.

     Filha, parabéns pelos 3 aninhos. Te amo muito!

sábado, 18 de outubro de 2014

Dia da Criança em "Santalegre"

     Fomos á Porto Alegre na sexta pela manhã (10/10). Eu, o Bruno, a Laura, o vô G e a vó Mari. Retornamos na terça feira, depois de um final de semana recheado de coisas boas. Cada um tinha um motivo pra estar lá: o pai e a mãe foram pro Sul do Estado (com um grupo que saiu de Porto Alegre), eu fui atrás de estudo (assunto para um outro post) e a Laura foi em busca da Martina, do Vicente, do dindo Dani e da Dinda Camila.
Durante a minha dissertação sobre o final de semana, vou contando os "melhores momentos" da Laura.

     A crespa aproveitou bastante os dindos. Do Dani ela ganhou uma camiseta da Peppa e uma bota quentíssima (presentes da viagem que ele fez esses tempos). A camiseta já estava andando sozinha, de tanto que agradou. A bota, depois de devidamente desfilada, foi pra mala e só será calçada novamente no ano que vem.  A Camila teve que se desdobrar pra poder atender a Laura, que chamava por ela a todo momento.

"MELHORES MOMENTOS:"
     Grudada na Camila, a Laura ia onde ela estava. Uma noite, ela foi tomar banho. Mais que depressa, a Laura veio pro nosso lado, cheirando a axila e dizendo:
- Sente aqui ó... eu tô bem fedida. Preciso tomar um banho com a Camila.
Recebendo o ok, tirou a roupa em menos de 2 minutos e banhou-se acompanhada da dinda (que ela não chama mais de dinda, só Camila).

     Rolou até barraca na hora de dormir, em homenagem ao dia da criança. A mesa do Daniel virou uma super barraca.

A barraca diver no quanto do Dindo.


     Sábado foi dia de passeio no bairro Rio Branco e de escolher o presente do dia da criança (um quebra cabeças do Frozen, sucesso total). Depois o Bruno preparou uma janta tri boa e seguimos brincando com a Laura em casa mesmo. Como a Martina esteve fora durante o final de semana, resolvemos fazer outras programações a fim de ocupar o tempo da Laura, pois todos já decoraram as musiquinhas do Frozen (e venhamos e convenhamos, por mais legal que o filme seja, essas músicas são verdadeiros "chiclés de ouvido", uma vez cantadas... nunca mais esquecidas).
MELHORES MOMENTOS
     Quando perguntávamos pra Laura em que cidade estávamos, ela respondia "Santalegue". Acostumada com os Santos e Santas nos nomes das cidades (Santo Ângelo, Santa Rosa...), nada mais natural que seguir colocando o Santa (o) nas cidades!

     A Camila mostrou uma foto da aula de dança de salão dela, onde estavam todos os colegas. Na foto, ela aparecia dançando com um cara. A Laura pergunta:
- Quem é esse que tá dançando contigo,Camila?
- É um colega meu.
Aí, e crespa apontou pro Rodrigo (namorado da Camila), que estava na outra sala:
- Aquele ali também é teu colega?


"Borboletinha" na chegada ao almoço.

     Combinamos de almoçar no Boubon Cowntry com o Duda e a Gláucia no domingo, nossos amigos de longa data. Pra alegria da Laura, ela fez dois novos amigos: o Lucas e a Rafa, filhos da Flavia, a irmã do Duda (que conheci nesse dia mesmo). Eles brincaram tanto, tanto... coisa mais linda de se ver! O Lucas, como o mais velho (e responsável) do trio, cuidou das meninas e incrementou as brincadeiras. A Rafa é um doce de guria e se entendeu bem com a Laura. Depois do almoço fomos até a Livraria Cultura (parada obrigatória quando vamos até PoA) e pra fechar a tarde com chave de ouro, uma autora de livros infantis (Ana Maria Zubaran Ferlin) estava lendo as histórias dos seus livros na sessão infantil da Livraria. Foi bem legal! Houve choradeira na hora da despedida, mas assim que entrou no carro, a crespa caiu no sono.

A Rafa, queridona, e a Laura, que caiu de amores pela nova amiga.

As meninas e o Lucas (tão querido quanto a Rafa).
MELHORES MOMENTOS
     O trio estava compenetrado escutado a autora dos livrinhos ler as histórias, e eu ia de um lado pra outro, quase me deitando no chão a fim de enquadrar as crianças e a autora na mesma foto. De repente, a Laura me chama sussurrando, e quando eu olho pra ela, pra ver o que ela queria, fui surpreendida com uma cara séria e a repreensão:
- Mãe! Presta atenção!!! Pára quieta!



Momento de leitura.
Aqui eu tentava registrar a cara dos três enquanto a autora lia o livro.

Os adultos (Duda, Bruno, Flávia e vó Yone) também prestaram atenção na história. 

Depois de ser repreendida pela Laura por não estar prestando atenção, consegui fotografar todo mundo.

     Á noite, fomos ver a Martina e o Vicente, na casa do Fábio e da Tani. Alegria total e completa da crespa com os dois. Nós, os adultos, conseguimos ficar sentados conversando calmamente enquanto os três brincavam.
MELHORES MOMENTOS
     Com a Martina e o Vicente, todos os momentos são os melhores.
A Tani contou que quando disse á Martina que a Laurinha iria visitá-la, ela disse:
- Mãe, tenho uma coisa pra contar.
- O que, Martina?
Sussurrando, a Martina contou o que a gente já desconfiava:
- A Laura me manda.
"Olha pra cá, Laurinha!" Não. Melhor ignorar o tio Fábio e olhar o infinito enquanto ele tira a foto.

Os dons do papai

     Adoro trabalhos manuais, tanto que minha profissão requer habilidade com as mãos. Já fiz muito ponto cruz na vida, bordei muitas camisetas com lantejoulas, canutilhos, tinha uma coleção de colares e pulseiras de miçangas, tudo feito por mim. Mas costura... deixo pro Bruno.

     Vamos ao histórico: Minha nona foi costureira de mão cheia. Hoje, aposentada da máquina de costura, volta e meia costura pequenas coisas á pedido dos filhos. Minha mãe é um zero à esquerda com linhas e agulhas. Eu, até esses dias, achei que me virava bem com costura.

     O Bruno, por sua vez, é meio autodidata. Quando nos casamos, estávamos sem cortina na sala. Depois que eu fiz os orçamentos e nós quase caímos pra trás com o s preços das cortinas, ele mediu a porta da sacada, comprou os acessórios (varão, engate, tecido) e confeccionou a cortina em 3 horas. Isso sem nunca ter sentado em frente a uma máquina de costura antes. É a cortina que temos na nossa sala até hoje, básica e funcional. Ou seja, a nossa cara.

     Segue abaixo o relato do motivo que me fez concluir de vez que o gene da costura não está em mim.

     A semana da criança foi de intensa programação na creche da Laura. Na segunda feira ela tinha que ir vestida de princesa. Na sexta feira anterior, comprei um vestido de branca de neve pra ela, porém, muito grande. Ela parecia uma anã com o tal vestido, já que o corpo era desproporcionalmente grande pro tamanho dela. A saia, curta, ficava na canela dela, pra se ter uma ideia da imensidão do vestido.

     Mostrei o vestido pro Bruno e disse que nenhuma costureira faria o concerto no final de semana (diminuir o tamanho do tronco e um pouquinho dos ombros). Ele me tranquilizou dizendo que daríamos um jeito. Me enrolei até o domingo á noite pra começar a ajeitar o vestido. Fiz três tentativas que me consumiram uns 20 minutos cada. A costura saía cada vez mais torta. Quando parti pra quarta tentativa, me irritei, dei uma bufada e disse:
- Ah!!! Não quero mais "brincar" disso!
- Mas porque tu não me deu o vestido antes? Eu faço os ajustes!
Disse o meu querido marido!

     Acho que no fundo queria mostrar pra mim mesma que conseguiria ajustar o vestidinho sozinha. Mas quando ele se ofereceu pra fazer isso, confesso que fiquei bem feliz.

     Em meia hora o vestido estava pronto. Ele ainda comentou que a saia não tinha ficado como ele queria (e realmente ficou um pouco estranha...). Mas respondi que estava ótimo. A Laura curtiu a sessão costura e se divertiu cortando pedaços de linha " pra ajudar o papai". 


Ao fundo a cortina confeccionada pelo Bruno.

Sorriso pra foto!

Sessão costura com a participação especial da Laurinha.

sábado, 4 de outubro de 2014

O algodão doce e a massa curativo

     Estamos com a Laura em casa nas manhãs de novo, pelo trabalho do Bruno exigi-lo nos horários que fica difícil o convívio diário com a crespa. Por conta disso, ela está fazendo as principais refeições conosco. Não vou alardear muito, pois quando a gente elogia demais... mas farei um brevíssimo comentário: Ela está comendo bem melhor. Pronto, falei.
 
     O cardápio da noite é flexível, e o prato "pavorido" (preferido) da crespa é a massa fusilli, que não sei porque cargas d´água ela chama de massinha curativo. Aqui em casa, chamamos a massinha de parafuso, mas pra Laura, é a massa curativo.
 
     O significado do curativo ela sabe, entende que quando temos algum machucado fizemos um curativo e tal, mas ainda não consegui decifrar a associação da massa parafuso com isso. Nós achamos engraçado e obviamente sabemos do que se trata quando ela pede que façamos o prato.  Acho que vou começar a avisar o pessoal da existência da massa curativo, caso ela peça pra mais alguém.
 
 
 
 
     Não costumo dar porcarias pra Laura comer, nem incentivo que ela morra da amores por bala, chocolate, Danoninho... acho que por isso ela não dá muita bola pra essas coisas. Mas ela sabe que na casa da Dinda Ita tem um pote de bala na mesinha da sala, que a vó Lulu tem Danoninho na geladeira... e desde que isso não se torne hábito alimentar, tudo bem.
 
     No sábado passado, a crespa foi com a dinda Ita, a dia Ete, a vó Mari e a Nona até o parque de exposições, aproveitar o dia lindo de sol que fez. Eu e o Bruno chegamos mais tarde, pois tínhamos coisas a ajeitar no apartamento. Depois de correr e brincar com ela, sentamos na grama pra tomar um chimarrão. Ela estava sentada no colo do Bruno e me chamou, arregalando os olhos e colocando as mãozinhas ao redor da boca como se fosse me falar algo em segredo. Na verdade, a voz dela nem saiu. Fiz leitura labial pra entender. 
 
- Algodão doce??
Ela fez que sim com a cabeça e o pessoal todo riu.
 
- Tu comeste algodão doce?? E quem deu essa porcaria pra ti?
     Prontamente ela apontou pra Dinda Ita, dando um olhar de cumplicidade pra ela, que foi muito legal. A dinda, rindo muito, entregou o jogo:
- Eu disse que esse era o nosso segredo, Laura!
 
      A crespa riu e riu. E nós, mais ainda! 

Algodão doce, doce!!

Figuras!
 

A arte da dinda Ita.

Frase de efeito II

     A história do "Não gosto de ti, mãe. Só do papai e da vó Lulu.", mudou de personagens. Ontem, o  Bruno estava sendo firme a fim de que a Laura vestisse o pijama depois do banho. Os minutos passavam, e ela seguia pelada passeando pela casa. Eu, na cozinha arrumando a janta e o Bruno nas tratativas do pijama. Depois de esgotar a paciência, eis que ele comunica à crespa que por ele, tudo bem se ela ficasse sem roupa, mas que ela ficaria doente, etc, etc. Escutei o sermão da cozinha, e depois de uns 10 segundos, ela veio toda melosa pro meu lado, abraçando minha perna:
 
- Mãe, eu gosto de ti.
- Que bom! Eu também gosto de ti, filha!
- Mas eu não gosto do papai. Ele é muito brabo e chato!
 
     Expliquei o porque ele estava insistindo em que ela colocasse o pijama e que foi injusto chama-lo de chato e brabo por causa disso. O beiço permaneceu por mais alguns minutos, vestir o pijama gerou uma certa choradeira, mas depois ficou tudo certo.
 
     Se o Bruno ficou tão "maguary" quanto eu pelo comentário da Laura? O que os ouvidos não escutam, o coração não sente.