sexta-feira, 24 de julho de 2015

Chatos colorados, chatos gremistas.

Pauta do dia: a chatice dos torcedores de futebol.

     Meu time é o Grêmio. Fui em um único jogo lá no Olímpico, torci e comemorei muito durante a batalha dos aflitos e em outras ocasiões. Quando mais nova até chorei na derrota pro Ajax, mas não sou fanática de saber a escalação, discutir dribles e demais artimanhas futebolísticas.

    Acredito que a idade me fez amadurecer sobre esse assunto, e a parte do futebol apodreceu. Meu pai (que a cada dia que passa fica mais sábio, no meu ponto de vista), há muitos anos atrás, quando lhe perguntei o que o motivou a torcer pro Grêmio, me respondeu:

- Lá em Guarani, quando eu era bem novo, tinha uns 4 ou 5 colorados. Quando tinha jogo, tanto do Inter quanto do Grêmio, eles sarneavam tanto, eram tão chatos torcendo pro time dele ou secando o Grêmio que chegavam a ser desagradáveis. Acho que aí eu resolvi torcer pro Grêmio. Sim, porque "deusolivre" me tornar uma sarna daquelas.

     Jeito estranho de escolher o time? Pode ser, mas analisando a resposta dele, tive que concordar. Tenho muitos amigos e amigas colorados, gente boa, que eu gosto bastante. Mas quando acontece um sarseio como o de ontem, ou quando o Grêmio perde feio, alguns ficam insuportáveis. Ainda bem que não enchem uma mão, porque a chatice e o mimimi desses aí cansam a beleza tanto dos gremistas quanto dos colorados mais tranquilos.Não digo que não exita gremista mala por aí. Existe sim! Conheço alguns que dá vontade de atravessar a rua pra evitar cruzar com os chatos.

     O que conta é que flauta sempre houve e sempre vai haver, minha gente!!!! Ao vivo ou via rede social, o negócio é flautear sem ofender. Tigre, dancinha de bunda no gramado, Ajax, segunda divisão... é futebol!!!!!

     Ficou maguary porque o time perdeu? Ok, isso passa!!! Teu time tem menos títulos do que o aqui rival? Pensa pelo lado bom: menos troféus pra tirar o pó. Leveza e alegria! É disso que a vida é feita! Ou por acaso tua vida vai mudar drasticamente por causa da gozação dos torcedores do arqui-inimigo? Respira fundo, sorria quando fizerem piada com a derrota de hoje que garanto que amanhã o sol volta a brilhar e a vida seguirá o curso normalmente (ou no máximo vai continuar chovendo...).

     Em conversa via whatsapp com meus irmãos e o pai na quarta de noite, minha irmã comentou que durante o jogo do Inter e Tigres, estava assistindo um canal de receitas, e que, na visão dela, foi bem mais interessante do que assistir o tal jogo. Novamente, meu pai respondeu sabiamente ao comentário:

     "É isso aí, Casoidosa (o apelido da minha irmã). Hoje em dia ser eleitor e torcedor de futebol é sinônimo de ser palhaço... Os políticos e os cartolas não respeitam ninguém. Só se ligam nos percentuais de comissões em todas as negociações."

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segunda-feira, 20 de julho de 2015

O comentário pra Bela Gil e os vários lados de uma mesma moeda

     Ontem a noite, sapeando pelo Facebook, vi um post da Bela Gil (que tenho respeito e admiração pelo trabalho) sobre o uso da cúrcuma ao invés do creme dental na escovação. Segundo o que ela escreveu, o flúor é tóxico, faz muito mal à saúde, causa diversos problemas nos ossos e tal. Apesar de saber dos benefícios dele na odontologia, fiquei na minha.

     Hoje á tardinha, estava estudando e, na minha pausa, fui sapear novamente pelo Face. Pra minha surpresa, a Bela Gil  escreveu outro post, esclarecendo que aquela era a opinião dela, e que não quis desrespeitar nenhum dentista e que gostaria de diminuir as coisas tóxicas no seu dia a dia.  Muito naturalmente, postei um comentário expondo o meu ponto de vista sobre o assunto.

     Não vou transcrever nada (taí o link pra quem quiser conferir) mas em menos de 10 minutos, mais de 100 pessoas "curtiram" meu comentário, outras tantas elogiaram meu posicionamento educado diante do assunto e algumas me criticaram. Agora á pouco, me assustei com a repercução da coisa: quase 900 "curtidas" e 43 respostas. 

     Aí parei e fiquei pensando nas diversas, variadas e incontáveis opiniões sobre qualquer coisa que alguém publique.  Pensei além: na  falta de respeito de certas pessoas, na falta de conhecimento delas e de como a agressividade toma conta das pessoas pelos menores motivos. Assustador.

     O post da Bella dizia respeito aos malefícios do flúor, ao meu entendimento ao menos, daí já tem gente dizendo que os nazistas davam flúor pras crianças pra baixar o seu QI (sim... mas em que concentração??), que na Europa o flúor é proibido (algum motivo plausível deve haver...), que os dentifrícios fluoretados foram liberados para menores de 3 anos a fim da indústria farmacêutica obter mais lucro... mais um mundaréu de coisas.

     Como profissional que usa e recomenda flúor pros meus pacientes, sei muito bem que o custo de um creme dental fluoretado é muito menor do que um livre "desse veneno". Sei as concentrações que tornam o grande aliado dos cirurgiões dentistas realmente tóxicos, mas nem por isso esculachei a Bela Gil por causa disso. Muito menos dei mais pano pra manga pra continuar a discussão.

     Agora sim, vou transcrever um trecho de uma resposta minha depois de uns comentário sem noção: " Bueno, galera... vou reescrever: TUDO em excesso faz mal Flúor, cúrcuma, batata doce, aveia, farinha branca, tomate, abobrinha... até água!!! Quisera eu me isolar de todos os trangênicos, agrotóxicos, produtos químicos e outras porcarias que existem por aí... o fato é que não tenho como me manter numa redoma de vidro. Nem eu, nem ninguém!!! Paciência! E consciência do que pode ou não fazer mal. Isso já é meio caminho andado..."


     Acho difícil a Bela Gil ler esse post, mas, em todo caso, quero que ela saiba que admiro muito o trabalho dela, tenho o seu livro de receitas (faço várias e várias receitas dele) e respeito a sua opinião, apesar de discordar de certos pontos. Sigo o Ayurveda, pratico yoga, tento fugir de trangênicos, agrotóxicos, evito enlatados, embutidos... e respeito os outros, inclusive os que divergem das minhas opiniões.

     Respeito é bom, pena que nem todos gostam.



sexta-feira, 10 de julho de 2015

"Quero ser grande"

     Quem conhece eu e o Bruno pessoalmente, sabe que somos um casal compacto. Ele mede 1,68m e eu 1,55m. Combinamos. E nossa filha, consequentemente, é pitoca também. É a mais pequena da turma da creche, mas tem um charme irresistível!

     O maior desejo da Laura, nas atuais circunstâncias, é crescer. Isso se deve, em partes, por conversas que tivemos com ela por causa da hora de dormir e da comida. Outro motivo é o convívio com crianças um pouco mais velha que ela (Martina, por exemplo), que a faz querer tornar-se semelhante, tanto em tamanho quanto nas brincadeiras e no aprendizado. Ela tem se puxado muito em aprender os números (o que ainda está um pouco confuso na cabecinha dela) e está se saindo muito bem nas letras. Seguidamente ganha corações e estrelas desenhadas na mão por acertar a letra do seu nome.

Como anda boa de garfo, sempre que ela deixa o prato vazio, a parabenizamos e exclamamos:
- Que ótimo, filha!! Assim tu vais ter bastante energia pra brincar na escola e vai crescer forte!

     Quando ela se nega a dormir na hora certa, seja devido aos cuidados com as bonecas, ou porque o desenho que ela está assistindo ainda não acabou, contamos a história da Giulia (a minha prima mais alta):
- Sabia que a Giulia é grandona daquele jeito porque ela sempre dormiu cedo quando era criança?
Santo remédio. Ela vai pra cama e de manhã, ao acordar, logo pergunta:
- E aí, mãe! Cresci bastante porque eu dormi cedo ontem, né?

     Um parêntese pra explicar a história da Giulia. Essa história não faz parte das lorotas de mãe, como por exemplo dizer que se o(a) filho(a) comer casca de pão aprende a assoviar, se levantar peso vai criar papo... é real. Ela era baixotinha e gordinha até os 8, 9 anos (que eu me lembre). Em consulta com um endocrinologista, a receita pra ela crescer e emagrecer foi ir pra cama cedo. Seguindo a orientação médica, a Giulia cresceu tanto que, pra eu falar com ela, tenho que levantar a cabeça e olhar lá pra cima. O seu namorido, o Mateus, consegue ser mais alto que ela. Entre primos, tios e agregados, ele é o integrante da família mais alto, disparado. Eles têm um filho, o Enzo, carinhosamente chamado por eles de Enzinho, que fará dois anos agora em setembro. Ele é quase do tamanho da Laura, que tem quase quatro anos. Certamente a genética do Enzinho vai favorecê-lo a ser jogador de basquete.

     Quando o cabelo da Laura precisa ser lavado, tomo banho junto com ela. As comparações nessa etapa de "quero ser grande" são corriqueiras:
- Olha só, mãe! Meu pé tá quase do tamanho do teu!

     Nos restaurantes, raramente ela pede uma cadeira de criança, alegando ter tamanho e discernimento suficientes pra encarar uma "cadeira de gente grande", mesmo que pra isso ela almoce ajoelhada na mesma.

     Essa semana, sentada no vaso sanitário, a exclamação da crespa me arrancou gargalhadas:
- Mãe!!!! Tô quase alcançando os pés no chão!
- Que fantástico, filha!!!!
Torço pra que, ao decorrer da sua vida, ela consiga alcançar os pés no chão quando se sentar em todos os vasos sanitários deste vasto mundo, coisa que eu, por vezes, não consigo.  

     Obviamente que a crespa não tem noção de tamanho, de quem é baixinho ou alto... assim como eu também não tinha quando era criança. O que eu espero é que ela nos ultrapasse em vários centímetros (seria demais pedir que ela cresça a ponto de alcançar o Enzo); mas, se por ventura isso não acontecer (e as chances disso são numerosas), quero mesmo é que ela curta seu tamanho reduzido, assim como eu e o seu pai.





quinta-feira, 2 de julho de 2015

A ''nareba'' da Maitê

 

O objeto do susto.

Belíssima artimanha genética a nareba da pequena Maitê! A mãe dela exagerou! Hahaha!



      Estou em Porto Alegre, na lida mensal da especialização. Esse mês a função foi grande; estou planejando minha primeira cirurgia de implantes, apresentando o caso clínico aos professores, fazendo triagem de pacientes novos, assistindo as aulas... não tive quase nada de tempo livre.  Hoje de manhã, estava saíndo pra aula quando o Bruno me mandou, via whatsapp, uma conversa que ele teve com o Balão Giovelli, nosso amigo que mora em Vitória, ES.

     Não sei dos detalhes, mas o ocorrido se deu com a Maitê, a neninha mais velha da casa, que deve estar com quase 3 aninhos, pelos meus cálculos. A bonita enfiou algo muito pequeno no nariz e teve que fazer o procedimento com o fibrobroncoscópio, como a Laura fez, no episódio do amendoim, há quase 2 anos atrás.

     Como estava atucanada com a função da especialização, não consegui falar com a Carol, a mãe da aspiradora mor de Vitória. Quando tive um tempo, chamei ela no Facebook pra saber do ocorrido.

     Não sei dos detalhes, pois o papo com a Carol foi rápido. Pelo o que ela me contou, a Maitê colocou no nariz uma pedrinha que se soltou de uma pulseira. O procedimento foi rápido e ela já está bem.

     Ufa!!

     Quem lê isso, deve imaginar o quão tensos o Balão e a Carol ficaram, e como eu e o  Bruno ficamos felizes que tudo tenha terminado bem. Mas o jeito como ela me contou, tirou todo e qualquer drama existente numa situação como essa. Como sou ruim de tecnologias avançadas e não sei como copiar o texto do in box do Facebook por aqui, vou ter que transcrever o papo.

     Depois dos "ois" e "que tals o susto", a Carol me narrou o causo:
CAROL:  Mulher, foi uma pedrinha que se soltou de uma pulseira que nem tinha noção de sua existência! Vou parar de usar bijus, jóias e afins. :(
Tenso 
Mas ela vai demorar pra enfiar alguma coisa naquela nareba giovelli
 É que dentro da nareba dela cabe muuuita coisa. Uma artimanha genética.

     Nessa altura eu já estava me rolando no chão de tanto rir.

E ela seguiu escrevendo:
CAROL: Agora eu posso brincar: os médicos tiraram u guarda chuva, um gato, uma bota... aproveitaram pra "limpar os alão"! KKKKK!!!

     Consegui controlar o volume e a intensidade das gargalhadas (até porque o pessoal lá do curso estava me olhando de um modo estranho, de tanto que eu ria) e escrevi pra ela:

DEIA: Nareba Giovelli. Tô chorando aqui de tanto rir. Huahuahua!!!! Tu me mata!!!
Não consigo parar de rir! 

CAROL: Achei o máximo quando fiz essa piada pra eles, mas eles não acharam tanta graça.

     "Eles", suponho que são os médicos.

     Escrevi pra Carol que contaria essa história no blog, pois o jeito como ela descreveu o fato e os termos que ela usou me renderam (e seguem rendendo) boas risadas. Pego o ônibus pra Santa Rosa às 23:00, e tenho certeza que vou sonhar com o causo da artimanha genética.

     Sei que a Maitê está bem e que a Carol e o Balão (detentor da maior "nareba" da casa) ficarão atentos à tudo o que a Maitê ousar cheirar com sua narebinha (huahuahua!!!!). 

     E que tu, Carol, preserve o bom humor sempre, e me deixe sempre a par desses teus termos fantásticos!