quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Retropectiva 2017

     Desde que iniciei o blog, esse ano foi o de menor número de postagens. Mas também... 2017 foi intenso, em vários sentidos, pra todos os integrantes da família TurraSala. Vamos á eles:

- A Laura participou de apresentações de patinação com a Companhia TransNação, começou a frequentar aulas de Inglês e se "formou" na Educação Infantil. Cresceu muito, fez novos amigos, amadureceu e está cada vez mais querida e nossa parceira.

- O Bruno arrendou a Tao e o Boliche, e por hora está trabalhando numa Imobiliária, como corretor de imóveis. Esse foi um ano de muitas mudanças e desafios pra ele. Não está sendo fácil, mas se fosse... provavelmente não teria graça. O lado bom foi que conseguiu estar com a Luiza e curtir ela por alguns dias, lá em agosto.

- Eu, depois de 3 anos viajando mensalmente á Porto Alegre e permanecendo lá por quase 1 semana do mês, concluí a especialização em Implantodontia, Plástica Periodontal e Capacitação em Laserterapia. Comecei uma formação de Yoga em Horizontina, me tornei vegetariana de vez, conheci pessoas muito legais, reencontrei outras, aprendi a cozinhar pratos maravilhosos...

     O Bruno e eu passamos por momentos delicados, de grande dificuldade durante esse ano, cada um com seus problemas, outros em comum. Segundo ele, foi o ano mais difícil dos últimos tempos. Isso é uma visão muito pessoal. Acredito que já passamos por coisa bem pior. 

     Faço aqui uma reflexão pessoal agora. Ao meu ver, esse foi o ano do "muito". Estudei, meditei, aprendi, ri, aproveitei, conheci e o mais importante, me autoconheci. Tudo intensamente. Percebi mudanças profundas e irreversíveis em mim. Dei umas surtadas, intensas mas poucas (acredito que poucas mesmo, se comparado aos outros anos).

     Definitivamente não me enquadro na "normose" que a sociedade dita e não sofro com isso. Aprendi (a muito custo) a não me importar com os possíveis julgamentos e ligar o "foda-se" ás vezes. Não é fácil assim como relatar aqui, mas escrever faz com que as minhas ideias clareiem e eu perceba que nem tudo e todos merece a minha intensidade.

     2017 tem ainda 4 dias, e não posso menosprezar em nada esse pouco tempo. Vá que ele resolva surpreender ainda mais... mas acho que já posso expressar a minha gratidão á esses 12 meses que se findam e ás pessoas que fizeram parte dele: Laura e Bruno principalmente. 

     Se tracei metas pra 2018? Por se tratar de um novo cilho, fiz sim. Mas não deixo pra colocá-los em prática só dia 1 de janeiro (ou estender as promessas até depois do carnaval, que é onde a vida volta a funcionar, segundo alguns...). Coloco em prática minhas metas todos os dias ao levantar da cama e seguir em frente, mesmo com tempestade lá fora.

     Escrever foi algo que fiz pouco esse ano, e em 2018 pretendo voltar a digitar mais.



Reencontro

     Amigas desde sempre. Todo mundo tem. E por mais que a gente não se veja com frequência, quando o encontro acontece, os abraços, as risadas e os trejeitos me dão uma sensação tão boa, mas tão boa...

     Mas antes de eu continuar divagando sobre o assunto, vamos ás devidas apresentações: éramos 4 colegas de aula. Eu e a Liana desde o jardim da infância, no 1º grau (hoje Ensino Fundamental) trocamos de escola e nos tornamos colegas da Liana e da Alessandra. Seguimos na mesma turma até o fim dos estudos. Mas fomos nos aproximando mesmo com uns 13 anos. Fui a última a ser "aceita" na irmandade, me juntando á trupe com 14, na 8ª série.

     Passamos a maior parte da adolescência juntas, e quando conquistamos um pouco de liberdade, lá pelos 15 anos, nossos dias eram típicos: trocando bilhetes na sala de aula, dando voltas no centro da cidade, cantando MPB (Marisa Monte, Caetano, Gil...), "gazeando" aula como qualquer criatura dessa idade, tomando banho de sol, gravando fitas K7, escrevendo nas agendas que não fechavam de tantas coisas que continham ali dentro, fumando Gudang Garan no Cadeira Cativa, ou na Kombi do Leonardo, passando as tardes em frente ao prédio que a Liana morava na Travessa Mauá esquina com a Marquês, ajeitando os esquemas com os pais das 4 pra saber qual deles levaria e o outro que buscaria a gente das festas... 

     Mesmo a Liana mudando de colégio, morando um tempo fora,  seguimos juntas em Santo Ângelo até terminarmos o 2º grau. Aí a convivência diminuiu. Eu, a Ale e a Lívia fomos estudar em PoA, a Liana voltou pro interior. Não me lembro direito, mas acredito que nunca mais conseguimos juntar as 4 novamente. Hoje, a Ale mora em SC, a Livia em SC e na Cataluña e eu e a Liana aqui na região, Vergonhosamente, pouco nos encontramos, mesmo eu sendo madrinha do Gabriel, filho mais velho dela (e do Leonardo, aquele da Kombi). 

     Não via a Lívia há 10 anos (!!!) e fiz um malabarismo e tanto pra conseguir juntar ela, eu e a Liana. Deu certo!!! E foi especial. Mesmo rápido, conseguimos matar um pouco a saudade e percebermos o quanto amadurecemos nesses anos que não nos encontramos, e por mais que tenhamos tomado caminhos muito diferentes, existem laços que nos unem. 

     Nosso encontro aconteceu na casa dos pais da Lívia, ali perto do colégio que estudamos  vida toda. Deixamos a Laura brincando com a Aura  e o Aran (filhos da Lívia) e rumamos até o Rolla Prime (antigo Rolla chopp, lugar onde fizemos muitas festas nos anos 90). Ali tomamos algumas cervejas, conversamos, rimos e relembramos muitas coisas.  Saímos cantando MPB abraçadas até a esquina onde a Liana morava e o Bruno tirou fotos nossas ali.

     Nos comprometemos a não deixar passar tanto tempo pra próxima junção (de preferência com a Ale, os maridos, filhos... todos juntos). Temos ainda muita MPB pra cantarmos.

     Amo vocês, gurias!

Rolla com a ilustre presença do Bruno (que riu muito com as nossas histórias)

A esquina

Estamos tão gatas quanto há 20 anos atrás!

Laura, Aura e Aran na casa dos pais da Lívia (os Xus).

Yé, yé!!!!


segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Drama





     Ser mulher é sinônimo de fazer drama. Até mesmo as mais despachadas, vividas, amadurecidas tiveram seus momentos de total, completo e sempre exagerado drama. Como as crianças de hoje são mais desenvolvidas, rápidas e sagazes do que as de gerações passadas, não me admira que as meninas desenvolvam o drama na tenra idade. Exemplo:  a Laura.

Fatos que demonstram isso:

     Inverno. Quinta feira a noite. A Laura foi com o Bruno numa janta da Etnia Italiana, enquanto eu estava nos estudos do Centro Espírita. Esperava que eles voltassem pra casa muito depois de mim, mas uns 10 minutos depois que eu havia entrado em casa, os dois chegaram. Ele, sério; ela, emburrada, cruzou por mim sem ao menos me cumprimentar e foi direto pro quarto. Perguntei o que tinha acontecido e o Bruno me pegou pela mão e me levou até o quarto dela, onde a encontramos de cara fechada, braços cruzados, sentada na cama.
     
     Aí vieram as explicações:
- A Laura brincou até a hora da janta, bem querida e comportada. Mas não quis comer nada, mesmo sendo avisada que estava tudo uma delícia. Ficou fazendo beiço e manha pra vó Lulu, pedindo pra irmos embora; e eu não gostei do comportamento dela. Avisei que nós iríamos embora na hora que eu achasse, e não quando ela queria.
Perguntei:
- É verdade isso, Laura?
     Com cara de mais emburrada ainda ela confirmou. E o Bruno continuou:
- Quando realmente chegou a hora de irmos embora, falei pra ela no carro que o comportamento dela não foi nada legal e que ela vai ficar de castigo e sem jantar, pra aprender a comer o que tem e na hora certa.
     Respondi:
- Acho justo. 
     Decidimos dar somente uma banana pra ela comer. Depois, foi pro banheiro, escovou os dentes e voltou pro quarto. Enquanto isso, eu ajeitei a casa e o Bruno foi pro quarto. Quando estava terminando de recolher as coisas da sala, ela apareceu e disse:
- Quero falar uma coisa.
- Pode falar.
- Eu odeio a minha vida.

     A minha vontade era cair na gargalhada. Mas "engoli" essa vontade, disfarçando os cantos da minha boca, que teimavam em subir e respondi:
- No momento, minha filha, essa é a única vida que tu tens. Então, trata de gostar bastante dela. E se tá difícil, o melhor é tu mudares as tuas atitudes. Te garanto que aí tua vida vai ficar bem melhor.

     Sem mais, virei as costas e fui pro quarto. Na sequência, ela foi pro quarto dela, nos desejou boa noite e fechou a porta, "maguary", certamente odiando a vida ainda.

     Contei pro Bruno o nosso diálogo e rimos juntos, já que chorar seria mais dramático ainda.



     Ainda no inverno, passada a hora de dormir em uns 40 minutos. Já tinha avisado a Laura que era hora de ir pra cama várias vezes. Geralmente ela atende logo aos pedidos de baixar a bola e se deitar, mesmo comentando (todas as vezes) que ela "odeia a hora de dormir".  Passados mais uns 15 minutos, mesmo de dentes escovados e tudo pronto, constatei que com conversa a coisa não iria se resolver, então fiz um leve "esparro" em casa:
- Bueno! Acabou a folia! Teu pai já está deitado, a Bella também. Eu cansei de te mandar pra cama. 
Desliguei as luzes da sala, do corredor, me deitei e eu e o Bruno nos despedimos dela:
- Boa noite, filha!
Silêncio. Esperamos mais alguns instantes, até ouvirmos a resposta:
- Vocês são os piores pais do mundo.
Consegui encontrar os olhos do Bruno no escuro e sentir que ele teve a mesma reação que eu: reviramos os olhos como quem diz: "que dramaaaa!!!" e rimos (com a cabeça no travesseiro, pra que ela não nos escutasse). Depois de alguns minutos, ele me disse:

- Ela não tem 6 anos. Já imaginou com 16?
- Não quero pensar nisso. Ainda vamos escutar muitas vezes essa frase.
- Isso quer dizer que estamos no caminho certo.
- Acho que sim.


6 anos



6 anos da Laura em 2017. Aniversário comemorado com as amigas num "dormidão" promovido pela tia Márcia.