segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Passou o Natal

     Então... passou o Natal (osanas!!!). Cito pela enésima vez que esse tipo de festividade não me faz a cabeça. Mas como sou mãe, tenho que entrar no embalo do Papai Noel (suando as bicas) e dos presentes dessa época.
 
     A Laura, por sua vez, curtiu cada momento. Ganhou muitos presentes da grande família (tias, madrinhas, padrinhos, avós...), prometeu "queridiar" pro Papai Noel e pergunta diariamente:
- Tô querida, né mãe?
Isso porque o combinado com o Papai Noel foi que ele viria buscar os presentes caso a crespa não se comportasse.
 
     Na ante véspera do Natal, fizemos uma junção da turma das mãezinhas. Estavam presentes (além das mães e das crianças) os papais e o seu Julio, o pai da Milena, mais conhecido como Vô Patati. As crianças têm verdadeira adoração por ele. Muito solícito, ele foi o Papai Noel da turma, causando euforia total.
A Laura, muito observadora, fez um comentário assim que ele terminou de cumprimentar as crianças:
- Olha! O Papai Noel tá de tênis!!!
Tempos modernos, filha. Tempos modernos.
 
     Na noite do dia 24, ela conversou novamente com o Papai Noel, dessa vez na casa da Vó Lulu. Ganhou uma montoeira de presentes, quase em totalidade relacionados á Peppa Pig. Euforia total parte II. Seguimos rumo á casa da Nona, segunda parada da noite. Pelo adiantado da hora, perdemos a terceira conversa com o Noel, mas os presentes rolaram do mesmo jeito.
 
     A parte mais legal foi a revelação do amigo secreto infantil, na casa da Nona. A crespa descreveu a sua amiga secreta com riqueza de detalhes, arrancando gargalhadas e palmas do pessoal.
- A minha amiga secreta tá de vestido de princesa azul e branco, tem cabelo preto, tá com uma capa azul e é a Isabelli!!!
 
     Não sei se é o bom senso ou eu é que estou ficando (mais) chata, mas não curto gastar uma baita grana comprando coisas (que na verdade ninguém precisa) pra dar aos outros.  Sei que a Laura ainda é muito nova pra entender esse tipo de situação, que toda criança gosta demais de ganhar presentes, que a fantasia é benéfica pra eles e tudo mais. Espero que ela não seja refém daquele saco vermelho por muitos anos. Afinal, a pergunta que não quer calar: Natal é só consumismo??
 
     O que eu realmente almejo como presente de Natal é que ela tenha saúde e seja feliz, e que essa felicidade não dependa de tantos pacotes.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

O texto do Marcelo

     Sábado á tarde, o Bruno voltou de um Encontro de Motos em Salto do Jacuí e nos encontrou em Tuparendi, numa festa infantil. Chegou de macacão, capacete... e as crianças ficaram alucinadas com a imagem dele adentrando o salão. Na saída, eu e a Laura voltamos pra Santa Rosa de carro e ele, de moto.

     Saímos alguns instantes antes dele, e quando a Laura indagou onde estava o papai, respondi que ele passaria por nós de moto. Algum tempo depois, ele nos ultrapassou, mas deu uma reduzida ao lado do carro e a Laura, eufórica disse:
- Olha mãe!!!!!!! O papai de moto!!!! Oi paiê!!!!
     Abanou pro pai freneticamente, enquanto ele retribuía os acenos. Quando o Bruno acelerou e finalmente ganhou o asfalto na nossa frente, ela, de queixo caído, com a cara mais boba do mundo, murmurou, armando um sorriso e seguindo ele com os olhinhos brilhando:
- Que looouco... que louco ele é...
     Hoje pela manhã, o Bruno me mostrou um texto que o Marcelo Dahmer postou numa rede social. Pra quem não sabe, o Marcelo " é um gurizão ali de Três de Maio que tá correndo muito de moto..", segundo o motociclista aqui de casa. Me disse:
- Leia o texto pra entender o que eu sinto quando estou numa moto.
     Li e chorei de emoção; pois já havia entendido aquele brilhos nos olhos do Bruno quando ele foi pro Atacama. Compartilho com vocês o texto em questão.

     "Muitos acham que vestimos aquelas roupas e usamos capacetes coloridos apenas para chamar atenção. Mas uma vez que as viseiras são levantadas, o que se vê são olhos bonitos, limpos e cheios de lágrimas; olhos onde você poderia se perder neles, chegar em suas almas e ver o quão pura elas são. Tirando nossas roupas de couro e capacetes, você verá que somos como crianças grandes, nada mais que isso… Gostamos da vida, de carne, de cerveja e de tudo que é bom.... Mas também continuamos procurando pela mãe quando as coisas dão errado.
     Tem gente que diz que quando montamos em nossas motos, anjos e demônios vão conosco... Pode até ser verdade. É um tipo de dualismo que faz esse estilo de vida ser tão rico em emoções, que fazem seu coração bater mais rápido, parecendo que vai sair pelo peito a qualquer momento... Demônios fazem você acelerar, irracionais e violentas aceleradas, na hora que a adrenalina corre direto pelo corpo e você fica tremendo por vários minutos... Anjos carregam com eles a face e as vozes dos que não estão mais conosco; vozes da experiência, que por vezes foram forjadas por tombos, sustos e ossos quebrados, mas que nos fazem pensar o quanto pode ser dolorosa a brincadeira e a falta de atenção.
     Sim, é verdade que você pode morrer pilotando uma moto; isso pode acontecer com qualquer um de nós... E machuca, REALMENTE MACHUCA. Mas nada se compara à quantidade de lembranças fantásticas, em "flashes", que duram uma eternidade de risadas e que deixam a vida muito mais alegre... Risadas altas e profundas que vem do coração, tão altas que fazem o sol brilhar num dia nublado...
     Converse com qualquer um de nós. Peça para contarmos uma história de um dos nossos últimos passeios... Alguma curva da estrada, contar qual sua montanha preferida ou falar sobre alguma viagem... Você com certeza se perderá naqueles olhos sorridentes, naquele sorriso natural que, gradualmente, se espalha pelo rosto inteiro.
     Mas converse com qualquer um de nós e pergunte como a vida seria, se algum dia tivéssemos de desistir de nossa paixão... Tudo que você irá escutar é o som do silêncio. E verá que aquele rosto sorridente de "criança" ficará vazio...
     Sim, você pode morrer em uma moto, mas acredite, não há melhor jeito de se viver o pouco tempo que nos é dado! E se você não entendeu nada até agora, não se preocupe, você nunca entenderá! Isso é amar uma moto... Para quem o faz a explicação não é necessária, para quem não o faz, nenhuma explicação é possível...
     Quando um dia você estiver na estrada, com sua família na segurança de seu carro, e UM DE NÓS passar vagarosamente, e o seu filho, sentado no banco de trás, virar a cabeça e acenar empolgado, cumprimentando o motociclista... Não tente entendê-lo... Ele, com toda sua inocência, vê em nós uma centelha de algo que você nunca reparou! E pode ter certeza que o motociclista acenará também. Não há nada de errado nisso, pois você sabe que... ANJOS, NA TERRA, SE CUMPRIMENTAM!!"
 
 
      Li e chorei de emoção em perceber que tenho dois anjos em casa, me lembrando da cena de sábado á tarde. Estou chorando agora, escrevendo isso, por me sentir tão abençoada por tê-los perto de mim.
     Não sei se algum dia serei parceira pra viajar com o meu motociclista novamente (ainda tenho receios desde a minha primeira experiência na garupa), mas aprendi a respeitar a paixão dele e a admirar a euforia da Laura quando sente o pai ou "qualquer um deles" acelerar a moto. Que Deus, todos os Santos, Orixás, "anjos mors", guias espirituais e demais entidades do bem estejam sempre acompanhando essas duas criaturas maravilhosas e apaixonadas por motos que atendem pelo nome de Bruno e Laura.


 
     E filha, isso é pra tu leres quando fores mais velha: Se tu resolveres seguir os passos aventureiros do teu pai, que ao menos tu não sejas tão estabanada como eu, caso contrário tua coleção de cicatrizes ultrapassará a dele. 

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Cozinheira, madrasta e "pum di mim"

     Encontro da gurizadinha no Boliche: Pedro (2,5 anos), Henrique (3,8 anos) e Laura (3,1 anos). Os piás, tri queridos, interagiram de primeira e foram brincar no Espaço Kids. A Laura, por ser a única menina, ficou pelas beiradas, sussurrando que não queria brincar com os guris. Se contentou em ficar subindo no gradil que limitam as pistas do boliche. Tentei intermediar uma aproximação:
  - Laura, acho que os guris estão com fome! Quem sabe tu preparas uma comida bem gostosa pra vocês comerem! 
- Mas eu não sou cozinheira! Não tenho chapéu de cozinheira, nem avental de cozinheira... não posso fazer comida pra ninguém assim!
     Então o Henrique se propôs a cozinhar, e a brincadeira do trio engrenou.



     A onda da vez é contar histórias durante o almoço. A do João e o pé de feijão eu contei umas 6 vezes só durante um meio dia lá em casa. Ontem, almoçamos somente eu e a crespa. E o pedido da história veio na primeira garfada do arroz e feijão.
- Mãe, conta uma história!
- Tá. Hoje vou contar a história do João e da Maria.
     E comecei com o habitual "Era uma vez...". Falei da madrasta que queria abandonar as crianças na floresta...
- Que que é madrasta, mãe?
Expliquei que na falta da mãe ou quando o pai casa com outra mulher, ela vira madrasta dos filhos e tal... tentei usar um vocabulário condizente com a idade dela. Aí, pra mostrar que madrasta pode ser uma coisa legal:
- Sabia que eu sou madrasta da Mana Luiza?
    Nessa hora, ela me olhou com um ar melancólico, como se tivesse sentindo muita, mas muita pena de mim. Colocou as mãozinhas no meu rosto, uma de cada lado da bochecha e disse, me confortando:
- Mas mãe... tu não é madrasta. Olha a tua cara!!
Aí teve início toda uma conversa sobre madrastas boas e más... 
Á noite, quando o Bruno voltou pra casa, ela contou, em tom de confidência, a novidade pra ele.


     Brincando com a Bella, estávamos sentadas no corredor do apartamento, o lugar predileto da peluda correr atrás do seu pinguim. Numa das corridas da Bella, a Laura diz:
- Hummm, tô sentindo um cheiro ruim.
- Engraçado, eu não senti nada, filha!
- Ah, já sei! Foi um "pum di mim". 
Ainda bem que eu já estava sentada, porque me atraquei numa gargalhada com o "pumdimim" que até ela me acompanhou.

sábado, 6 de dezembro de 2014

A árvore de verdade

      Lá em 2012, fiz um pequeno rancho de apetrechos natalinos que todos os anos são removidos dos seus sacos plásticos e expostos pela casa por um motivo principal: temos uma criança entre nós. Respeito quem gosta, mas isso definitivamente não é nada do meu agrado. Por mim, a casa permaneceria sempre com a decoração normal, sem nenhum resquício de Natal. Protelo ao máximo desensacar as coisas (mesmo encontrando um Papai Noel coerente com o nosso clima escaldante) e até esse ano consegui.
 
     Porém, a Laura viu vários pinheiros montados, cheios dos penduricalhos de costume e até ajudou o Giofranco a montar o pinheiro na casa dele e da Marília. Ontem ela me pediu pela quinta (ou sexta) vez que montássemos "a nossa árvore".
 
     Pois bem, lá me fui tirar nossos três itens natalinos de seus sacos plásticos (Papai Noel de bermudas, a árvore pronta e a guirlanda). Quando tirei a árvore do saco (fiz cara de entusiasmo e tudo) a Laura achou bem legal, até soltou um "que árvore linda, mãe!!". Então ela me ajudou a colocar as luzinhas na árvore e eu disse:
 
- Pronto!! Nossa árvore está montada!
 A cara de interrogação dela foi visível:
 
 - Mas e a árvore de verdade? Aquela verde?
- Nós não temos uma árvore dessas, Laura.
- Mas eu quero uma árvore de verdade, mãe!
- Então faz o seguinte: pede pro papai providenciar uma "árvore de verdade" pra ti. Tá bom?
- Tá bom!
 
     O Bruno não estava em casa na hora da "montagem" da árvore, mas se deitou rindo quando contei o episódio. Tenho certeza que quando a Laura enxergar um pinheiro ou até mesmo quando se deparar com o nosso, vai pedir pro papai a árvore verde de Natal.
 
     Até me puxo pra comprar coelhinho da Páscoa, montar ninhos, fazer pegadas de Hipoglós no chão, saio á procura de fantasia de princesa, ajeito festinha de aniversário... tudo o que uma mãe dedicada faz em prol da vida lúdica de sua prole,  mas o orçamento para enfeites natalinos sai da carteira do papai. E ele que prepare o bolso pra redecorar a casa no mês de dezembro, porque eu tô fora.
 
PS: a guirlanda segue ensacada por falta de prego na porta (e pelo jeito continuará assim...).

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

"Queridiar" de ônibus em Porto Alegre.


     Ida rápida à  Sant`Alegre. A diferença agora é que a Laura está pronunciando a maioria das palavras corretamente. "Alegre", "pronto", "planta"... e o Bruno sempre a corrige quando necessário. A última vez que ela foi a Porto Alegre conosco, andamos de ônibus com ela. E não tinha jeito dela dizer ônibus. Saía "ôminus". 

- Fala ô-ni-bus.
- Ô-mi-nus.
- Ô-ni-bus.
- Ô- mi-nus!
De tanto treino, finalmente saiu o ônibus. Nessa viagem, o "Santalegre" foi corrigido.

- Filha, é Porto Alegre.
- Ah, tá... "Proto" Alegre. 
- PoRto Alegre. Repete com o papai.
- PoRto Alegre. Ônibus!!!!

     Acho que ela associou as correções das palavras com aquele dia. Às vezes isso acontece. Corrigimos uma palavra que ela diz errado. Quando ela fala a palavra corretamente, logo em seguida diz "ônibus".

     Passeio no shopping com a Laura e a Martina (nossa afilhada) pra bater um papo com o Papai Noel.  A Martina pediu uma Raibow Dash 2 e a Laura uma boneca que toma sorvete e cerveja. A expressão de espanto do Papai Noel diante do pedido dela foi a mesma que nós tivemos. Já em casa, subindo os 64 degraus pra chegar em casa sem reclamar de cansaço (como de costume), ela exclama:

- Mãe, avisa pro Papai Noel que eu vou "queridiar" e que daí ele pode trazer presente pra mim. 

     Pronto! Ela inventou um verbo! Eu e o Bruno nos olhamos, contendo o riso. Eu perguntei o que ela iria fazer pra ganhar presente, só pra escutar de novo o queridiar. Desejo atendido.

- Queridiar, mãe! Ficar querida, obedecer tu e o papai... essas coisas!

Foto e pedidos (inusitados) ao Papai Noel.

Registro do passeio.

Altos papos no telefone britânico I.


Altos papos no telefone britânico II.

Como cansa brincar...

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Cachos

     Quem conhecer uma mulher que esteja satisfeita com tudo nela, me apresente, pois eu desconheço.  A insatisfação pode estar nos 3 quilos que todas precisam perder, no peito pequeno (ou grande demais), nos braços de gringa polenteira, nas orelhas, na cor dos olhos, nos culotes (cartucheiras), na altura, nos cabelos, na barriga, na unha encravada... É assim mesmo. Todas tem algo que não lhes agrada.

      No meu caso, se desse pra mudar alguma coisa, acrescentaria alguns centímetros a mais na minha altura e deixaria meus cabelos mais versáteis, não tão lisos e escorridos como são. Quem me conhece pessoalmente e está lendo isso, provavelmente está pensando: "Mas o cabelo da Déia é tão lindo! Ele tá sempre ajeitado...". Concordo. A cor é linda, natural, não preciso fazer chapinha, deixo secar ao vento, posso dormir com ele molhado que amanheço parecendo ter feito escova. Corto 2, 3 vezes por ano e era isso.  Mas e a história da insatisfação? Por mais que ache que deveria ter nascido homem, afinal de contas sou mulher!!! E o cabelo tem um agravante: quem tem liso quer crespo, quem tem crespo quer liso. 99% das mulheres que eu conheço são assim.

     Quando engravidei, imaginava que a Laura seria loirinha, de cabelos lisos. Duplamente enganada. Nasceu com os cabelos pretos. Com uns 5 meses, o cabelo começou a ficar revolto e a cachear, depois que cresceu um pouco, ficou mais fácil ajeitá-lo. Tive que aprender a domar os cachos com condicionador específico, passar o "toi nhoi nhoi" (creme infantil pra modelar os cachos) e ainda convencer a crespa a me deixar arrumar suas madeixas (a tarefa mais árdua de todas).

     Esses dias, estávamos fazendo um lanche á tardinha, e o sono do pós aula venceu a crespa, que capotou o jipe no meu colo. Fiquei admirando o cabelo da Laura enquanto o Bruno comia o seu sanduiche. Cachos em um cabelo fino, castanho claro, com mechas douradas, que caíam sob as costas. Acho que por causa do tempo, as molinhas se desmancharam e deixaram os cabelos iguais aos de um comercial de shampoo. Lindos.
 
     Se fosse pra mudar alguma coisa (além de acrescentar alguns centímetros a mais) queria ter os crespos da Laura.
Os cachos dos meus sonhos.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Porto Alegre é demais!

     Adoro Porto Alegre. Morei lá por duas vezes, uma durante o cursinho pré vestibular e outra logo depois de formada. Minha segunda experiência na Capital foi mais legal. Conheci lugares sensacionais! Me lembro que passei o verão todo lá, trabalhando, e nas horas de folga, saía conhecer a cidade.

     Além de visitar as exposições dos museus do centro da cidade,  fui assistir filmes a RS 3,00 no Santander Cultural, comer strudell de maçã no MARGS (quando alguém ia comigo, jogávamos o Resta 1 de bolitas e Damas de vidro que tem lá) , praticava yoga nas sombras das árvores da Redenção, tomava a famosa jarra de suco da Lancheria do Parque. Durante o dia, fazia a maioria das coisas a pé; colocava alguns pilas no bolso, uma canga e uma garrafa d`água na bolsa e saía pra explorar a cidade. Raramente pegava ônibus. 

     À noite, me divertia com o pessoal que conheci naquele tempo, e também com os amigos da minha adolescência e infância que moravam lá também. Conheci todos os bares e restaurantes da Cidade Baixa e cheguei a ir numa festa no local do antigo Escaler, que fica no parque da Redenção. Adorava dançar black music no G Powers e assistir dança flamenca  e comer no Tablado Andaluz.  Por dois anos consecutivos fui no Bailinho da Redenção, em comemoração ao aniversário da cidade. Que coisa boa!! Parecia uma mega quermesse de interior.
 
 
     Já fui assaltada lá (e sofri uma tentativa de assalto hilária, que vou contar pra vocês outra hora), me incomodei, corri de um tarado com os documentos de fora ás 7:00 da manhã na Redenção ... nem tudo são flores na terra do Arroio Dilúvio. Se chorei ou se sofri, o importante é que estou aqui pra falar das coisas boas dessa cidade.

     Sempre que dá, dou um pulo na Capital. Brinco que é pra desencardir os "garrão" da terra vermelha. E sempre que tenho um pouco mais de tempo, visito um lugar que ainda não conhecia. Esse ano fui até a Fundação Iberê Camargo e ao Museu da Santa Casa.

     A feira do livro merece sempre uma visita, e esse ano fui especialmente pra prestigiar o lançamento do Maria volta ao Bar, um baita livro de crônicas que foram escritas num boteco típico de lá, daqueles que eu frequentava nos áureos tempos. Um colega de colégio é um dos cronistas, e fui lá dar um abraço nele.

     Gente boa tem em todo lugar do mundo, mas as pessoas que vivem em Porto Alegre, seja por terem nascido lá ou por escolhido a cidade pra morar de vez, têm a cara da cidade. Não queria citar nomes, mas impossível não pensar em Porto Alegre sem lembrar do Fábio e da Tani (meus tios queridos), a turma da Nívea e da Carol, todos gente finíssima, da Thanaia e dos nossos almoços executivos, dos meus irmãos Camila e Daniel e da sempre parceria deles, do Felipe Maria (meu amigo jornalista, cronista, boêmio e gente boa demais), do Augusto e da Ju (típico portoalegrense que casou com uma santarrosense e que volta e meia pintam aqui na colônia), da Gláucia e do Duda (casal de amigos chiques e divers) ... e mesmo que haja desencontros quase sempre que ando por lá, gosto demais de encontrar essa gente! Certamente vou me esquecer de alguém, então já peço desculpas agora. Vocês são todos super, hiper, mega legais! 
 
     Lá aprendi a tomar cerveja e apreciar os botecos (Fábio e Tani: os melhores mestres da área), a comer sushi (com meus "irmãos mais novos" - sempre aprendo algo de bom com aqueles dois), procurar livros em sebo, explorar as delícias do Mercado Público...
 
    As últimas figuras que eu estive, foram  a turma da Nivea e a Amandinha (mais nova integrante da trupe),o Felipe Maria, a Telma (que já trabalhou com a Camila, da turma da Nívea), a Pati (que eu já conhecia de outros carnavais, amigona da Carol) e o  Vini, pai do Otto (guri da mesma idade da Laura e que pelas histórias que escutei dele, é uma figuraça).
 
     Certa vez, o Augusto disse que a vida da gente parece uma novela, com vários núcleos de personagens que se cruzam em ocasiões variadas. E é a mais pura verdade. Sei que algumas das pessoas desses núcleos aí de cima se conhecem. E a cidade onde se passam as comédias, os dramas... enfim, as melhores histórias dessa novela é Porto Alegre. Por concentrar tantos lugares legais e pessoas fantásticas assim é que Porto Alegre é demais!
  

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Durante e depois do Atacama

     Dez dias longe do pai geraram várias perguntas da Laura: "Cadê o papai, mãe?", " Ele tá no boliche ainda?", "O papai vai demorar?", "Mas eu tô com saudade dele!".
Resolvi mostrar a localização do Bruno num mapa pra crespa, no computador.
 
     Assim que viu onde o pai estava, me perguntou onde ficava "Santalegue". Mostrei a distância (enorme) que existe entre Porto Alegre e Santa Rosa. Mais do que depressa, ela me olha e exclama:
Fazendo alusão á música que muita gente do interior do Estado conhece. Comparando, é como se um toco de gente do tamanho da Laura falasse o refrão da Garota de Ipanema ao ver uma moça bonita passando na calçada.
Ri tanto que até ela começou a gargalhar junto.
 
 
     Como boa parte dos Bruns viajou ao mesmo tempo, os "abandonados" resolveram se juntar. Numa noite a junção foi na Greici e no Rafa. Ele tem adoração pela Laura, e brinca com ela até cansar. Durante a noite, rolaram várias brincadeiras divers com ele, e lá pelas tantas a Laura quis assistir desenho. O Rafa, todo solícito, foi explicar pra crespa como se aumentava e baixava o volume do notebook e (acredito eu, que sem perceber) começou a repetir pra ela durante a explicação:
- Tá ligada, Laura? Tá ligada? Mas tá ligada, Laurinha?
A Laurinha, revirando os olhos "a lá" Camila Turra e dando uma bufada que denunciava sua perda de paciência com o primo:
- Sim, Rafa!!!! Eu tô ligada sim!!!!!
Certamente o pensamento do Rafa pela cara que ele fez depois da exclamação da Laura foi: "Ok, não se fala mais nisso!"

No domingo ao meio dia, a junção aconteceu aqui em casa. O Rafa teve apoio no revezamento das brincadeiras com a Laura. O tio Nola e a Cacá desempenharam bem o papel de recreacionistas. Uma das brincadeiras que a Laura mais curtiu foi pular a cobrinha que eu e o tio Nola fizemos com a corda no chão. Quando a crespa pulava, todos vibravam, batiam palmas e gritavam: "Laura, Laura, Laura!!!"  Numa das vezes, nós esquecemos de ovacioná-la. Mais que depressa, ela pediu:
- Agora vocês falam: Laura, Laura, Laura!!!!

Tive que trabalhar no sábado que o Bruno voltou do Atacama, por isso a Laura foi dormir na casa da Vó Lulu e do vô Bruno. Deixei a neninha lá logo após a aula e voltei pra casa pra buscar calcinha, fralda e outras coisa que havia esquecido. Quando voltei, encontrei uma verdadeira casa montada na sala. A cozinha tinha até uma torradeira de brinquedo. Os legumes de plástico estavam dispostos em pratos e tijelas que pareciam de verdade! A cabana continha bonecas que dormiam no carrinho. Cadeirinhas e outros utensílios completavam a brincadeira.
Essa vó Lulu vale ouro! Montou tudo e estava toda faceira brincando com a Laura, que se empolgou tanto que quis jantar nos pratinhos de brinquedo.
 

A casa que a vó Lulu fez pra brincar com a Laura. Mereceu registro!
      Na tarde que o Bruno retornou ao conforto do lar, ele nos pegou no meio da sessão de manicure. Chegou com a roupa pesada de motociclista, com os cabelos super sujos, barbudo, com a segunda pele grudada ao corpo, de tanto calor. Dei um selinho rápido no viajante, que logo entendeu que pra ganhar um abraço caloroso e um beijo de verdade, era necessário um bom e eficiente banho. Ao ver o pai, a Laura correu na sua direção e deu-lhe um abraço cheio de saudades! Aí, fez uma cara de nojo, que misturado ao sorriso pela alegria de ver o Bruno deixou a expressão dela muito engraçada. Ele, por sua vez, continuou afofando a crespa, enchendo ela de beijos, fazendo cócegas... até que ela espalmou a mãozinha entre ela e o pai, desvencilhando-se das demonstrações de carinho dele  e disse, sem rodeios:
 
- Tá, tá, pai! Tu tá muito fedido. Vai tomar um banho e depois a gente conversa. Tá bom?
 
     Depois de nós dois rirmos muito da sinceridade da neninha, ele acatou o pedido dela, voltando cheiroso e limpinho, a fim de contar as aventuras da viagem.
 
 
 
A Laura ganhou um bodoque made in Chile do Bruno. E não sabendo a utilidade do presente, foi perguntar pro Vô G. Ele, com sua delicadeza e sinceridade de sempre, respondeu:
- É pra matar passarinho.
- Mas não tem nenhum passarinho aqui, vô!
Ah, mas tu tens que chamar que ele vem!
E assim a Laura foi em direção a horta da Nona, cantarolando:
- Passarinho!! Vem aqui que eu quero matar vocêêê!!

Acho que os passarinhos fugiram de tanto que gargalhamos com o chamado da Laura...
 
 
 
 

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Festa na escola

     Festa de aniversário no colégio é tudo de bom! A criança comemora com os colegas, que por conviverem diariamente, tornam-se os primeiros companheiros e amigos dos vários anos escolares que ainda se tem pela frente.

     A festa da Laura teve como tema " As Princesas", escolhido por ela. Nossa princesa foi vestida à caráter, de Branca de Neve e eu e o Bruno acompanhamos a festa.

     Primeiramente, a aniversariante foi posta sentada numa poltrona que muito lembra um trono real, e ela chamou um colega de cada vez para que eles lhes entregassem os presentes. Aberto o pacote, a crespa mostrava o presenta aos colegas. Tudo coordenado pela tia Miti e auxiliado por outra profe, que ajeitou os presentes numa caixa e deu cabo dos pacotes.

     Uma moça vestida de Cinderela fez as pinturas nos rostos das crianças e a Minnie veio dançar com elas. Tudo com direito a luzes coloridas, coreografias e muita alegria. Depois, hora do teatro. Todos sentados, comportados, enquanto rolava uma história da Peppa. Após o teatro, hora da aniversariante entregar as lembrancinhas da festa aos colegas e depois brincar na cama elástica, piscina de bolinhas, escorregador... folia total! E a Branca de Neve com os olhos brilhando, feliz da vida!

     Durante o andamento da festa, conversamos com a Miti e ela nos contou um pouco das características de cada coleguinha da Laura. Ela tem os preferidos, que conhecemos muito por nome e de ver ela brincar com as bonecas (ela nomeia as bonecas e os amigos imaginários com os nomes dos colegas da escola...). Foi muito legal poder saber mais da turma da crespa.

     Compartilhamos os comes e bebes com os pequenos, juntamente com a Cacá e a Marcella, que foram levar a prima Belli pra festejar com a Laura.  
 
Depois houve uma certa choradeira na hora de irmos embora, normal segundo a Miti, afinal, nunca permanecemos tanto tempo assim na creche com a Laura.
 
Ao busca-la no final da tarde, ela no abraçou, beijou e disse:
- Adoro vocês! "Obigada" pela festa das "pincesas".

Agora há pouco, pedi a ajuda da Laura pra identificar os colegas nas fotos. E fui prontamente atendida. Ah! Os nomes dos colegas nas legendas foram escritos conforme a Laura os chama.
 
Alegria, alegria!!
 

Pai, mãe e Branca de Neve

Preparativos para o Parabéns

Dançando com a Minnie


Cauã
 

Prima Belli
 



Helena
 

Isabela

Isadora

Lucas

Luisa

Mri "Pudente"

Mari Silva

"Pedo Almeida"

"Pedo Emanuel"

"Pofe" Ana e a "outa pofe"

Tia Miti e Tia Elnie

Valentia
 

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Palavras e expressões

     A dicção da Laura, pra uma criança de três anos recém completados, é bem boa. Ela só não consegue pronunciar ainda as palavras com "br", "bl", "pr" e "pl" - prateleira = pateleira, Pluto = puto (essa é clássica).
Mas como ela está formando o vocabulário, existem palavras que saem da maneira dela, e que rendem boas risadas.
 
     Brincando de piscina com as "monecas", eis que a crespa me faz um pedido que consegui decifrar pelo final da palavra:
- Mãe, "peciso" de um potolim mais alto, por favor.
- Trampulim, filha?
E com cara de tédio, me responde:
- É esse. Pode ser esse mesmo.
 
A Laura estava brincando com a amiga Camila (que ela adora) na casa dela. A mãe da amiga (tia Milena) comentou com a Laura a arte da Camila no rosto da boneca.
- Viu só o que a Camila fez Laurinha? Pintou todo o rosto da boneca!
A crespa, indo em direção ao carrinho em que a boneca pintada repousava:
- Deixa eu ver o pinto.
Obviamente referindo-se á pintura no rosto da boneca.
A amiga responde:
- Não, ela não tem pinto, ela tem pepeca!
E pra terminar o diálogo a Laura responde, como se fosse obvio a que pinto ela se referia.
- Camila, é o pinto do rosto que eu quero ver. O que tu pintou!


     Outubro é o mês do dentista. E a escola da Laura promoveu o assunto durante  as duas últimas semanas.  Como sou da área, sempre tentei abordar o assunto de forma lúdica, me referindo ao stretpotocus mutans como o bichinho da cárie (sim, o bichinho da cárie responde por esse nome aí...).
     Uma tardinha, estávamos eu e a Milena dando uma volta com a Laura e a Camila, num programa pós pracinha, a fim de evitar a choradeira de despedida das amigas. Estava contando pra Milena que dali uns dias eu iria até a creche da Laura dar uma palestra pra turminha dela sobre saúde bucal, falar do bichinho da cárie... aí a Laura me olha e diz:
- Bactéria, mãe.
     Eu e a Milena nos olhamos, atônitas. Ela me perguntou se eu tinha falado das bactérias pra Laura, e eu respondi que não! Rimos com a sabedoria de causa da Laura e ao chegarmos em casa, olhei na agenda a programação do dia: "Conhecendo os alimentos que são amigos dos dentes.". Ai concluí que a profe deve ter citado as bactérias durante o dia de aula.
     Á noite, ela deu aula sobre o assunto pras bonecas e pra mim, como mostra o vídeo abaixo. A postura dela parecia mesmo a de uma professora. E eu tive que rir quando ela me pediu que largasse o telefone e prestasse atenção na história.

 
 
     Ontem a tardinha estávamos brincando na pracinha perto de casa. Lá encontramos dois irmãos brincando, um menino de 5 e uma menina de 3. A Laura brincou muito com eles, mas a comunicação ficou um pouco comprometida, já que ambos não pronunciavam algumas letras nas palavras. Por exemplo o "G" e o "C". Parece que eles gagejavam ao pronunciar essas letras nas palavras, e isso dificultava a compreensão do que eles diziam.
Uma hora, o menino (Artur) perguntou  pra Laura se ela queria ir na gangorra. Ela entendeu que ele perguntou se ela "tinha um Artur" (confesso que num primeiro momento, entendi isso também). Ela respondeu:
- Não! Eu tenho uma mamãe, um papai, uma Bella e uma dinda mana. Um Artur eu não tenho!
 
 
Noite dessas, estávamos brincando de Barbie quando a Laura começou a procurar algo pra pendurar a mini bolsa da boneca. Após alguns instantes procurando um gancho ou algo do gênero, seu rosto se iluminou quando ela viu meu minguinho e disse:
- Já sei, mãe! Pode ser tu a "pendurinha" da bolsa!
E fui, durante om bom tempo da brincadeira, a pendurinha da bolsa da Barbie. 



O Bruno, a motocicleta e o Atacama



     Desde que conheço o Bruno, ele é apaixonado por motos. Desde que estamos juntos, ele já teve várias motos, uma loja de motos e quando está sem moto, fica sonhando acordado, esperando o dia de subir em uma novamente. Nos últimos 2 anos, se contentou a participar os almoços do Moto Grupo sem motocicleta mesmo, pois as prioridades eram outras (boliche, casa própria...).

     Me aventurei na garupa da motocicleta uma única vez. O Bruno tinha uma moto esportiva, onde o caroneiro (no caso, eu) ficava com a bunda mais arrebitada que dançarina de funk. Fomos com o pessoa desse mesmo Moto Grupo. Tínhamos como destino Oberá, na Argentina, pra assistir uma prova do campeonato de MotoVelocidade. Logo na minha primeira experiência, ele fez 160 Km por hora, e eu sentada atrás, com a busanfa erguida, morrendo de medo. Nunca antes na vida senti frio nas minhas partes íntimas, até aquele dia. Só conseguia rezar, mesmo assim não me concentrei direito, pois tinha que coordenar minha cabeça, pra evitar que o vento arrancasse ela do pescoço. Chegando no local da prova, me deitei na grana, numa sombra e dormi profundamente, rodeada de capacetes e mochilas. Na volta, cochilava na garupa. Cheguei em casa "na capa da gaita", agradeci a experiência e avisei que nunca mais faria uma indiada daquelas novamente.

     Mês passado, fomos até Possadas com a turma do Moto Grupo. Nós e mais alguns casais de carro e algumas corajosas e parceiras dos maridos, nas garupas das motocicletas. Na viagem, fiquei sabendo que alguns integrantes partiriam rumo ao deserto de Atacama agora em outubro. Pensei comigo: "Mas que baita indiada... eles gostam de passar trabalho... só pode ser!!!".  Um dos integrantes, o Roque Moss, precisava o aval da mulher pra participar da viagem (como todos os outros, mas a mulher do Moss é "uma Turra braba"... assim como a que aqui vos escreve). Pois organizou-se uma comitiva a fim de explanar pra esposa do Roque, a importância da participação dele na expedição, num jantar na casa do casal em questão. Convencida, deu a "carta verde" ao marido, ele ficou contentíssimo. Contando essa história, alguém da turma disse:
- Daqui uns dias a janta é na casa do Bruninho! Huahuahua!!!

     Ri também, mas pensei que, certamente, ele não iria querer participar da viagem de coadjuvante, dirigindo um carro de apoio, já que estava sem motocicleta. Eis que, há três semanas, ele comprou uma moto. Dias depois, me disse que comprou um capacete pra mim. Pensei, pensei... e antes de recusar o convite, fiz uma proposta: vez ou outra eu ando na garupa da motocicleta (mas JAMAIS a 160 Km/h novamente) se ele praticar yoga comigo ás vezes também. Trato feito. Até terça passada, ele ficou envolvido em ajeitar a aquisição, quando, na hora do almoço, aflito, me perguntou se eu deixaria ele ir ao Atacama.

     Antes que a comitiva se reunisse e marcasse uma janta na nossa casa, com o propósito de me convencer da importância da participação dele na expedição, disse logo que sim, que ele poderia ir. A alegria e o brilho nos olhos dele durante os preparativos não tenho como descrever.  Comparando, parecia uma criança com um brinquedo novo, desejado por muito tempo. Hoje pela manhã, cedinho, se foi o Bruno e o restante do pessoal rumo ao Deserto de Atacama. 


     Vendo ele eufórico, arrumando os apetrechos, feliz da vida, fiquei feliz também. Mesmo achando um esporte caro e muito, muito perigoso, respeito e acima de tudo, admiro quem pratica e ama esse estilo de vida. Vou fazer o possível pra participar mais desse mundo de aventuras (já que a moto de agora tem um banco mais confortável...).

Desejo aos aventureiros uma ótima viagem.


MotoGrupo Farrapos da Estrada rumo á Expedição Atacama.
Boa viagem!





quarta-feira, 22 de outubro de 2014

3 anos


     Essa semana a Laura completa 3 anos.  E durante esses quase 1.095 dias, aprendi a ser mãe. Aprendi a cuidar de um bebê indefeso e totalmente inocente em casa. Aprendi a deixar de vê-la como um como bebê pra começar a dar lugar à " menina grande" que ela está se tornando, com suas características que tanto lembram a minha própria pessoa. Somos parecidas sim; não fisicamente (isso não há como negar), mas " genialmente" (adorei o termo). Se por um lado isso me assusta, por outro me deixa tranquila, pois sei que a crespa não vai se deixar levar tão fácil pelas armadilhas da vida.

   A sequencia de vídeos foi feita dentro de um guarda roupas na casa da Nona, em Tuparendi. Espontaneamente, a Laura foi contando histórias e mais histórias (sempre se olhando no espelho), e eu fui filmando, filmando... e não me canso de rever essas pequenas lembranças dos deus dois anos e dez meses.

     Esses vídeos mostram um pouco da pessoa que a Laura está se tornando, e que me deixa feliz. Feliz por saber que estamos fazendo um bom trabalho (uma mãe de primeira viagem junto com um pai de segunda viagem), pois temos uma filha saudável, esperta e linda.

     Filha, parabéns pelos 3 aninhos. Te amo muito!

sábado, 18 de outubro de 2014

Dia da Criança em "Santalegre"

     Fomos á Porto Alegre na sexta pela manhã (10/10). Eu, o Bruno, a Laura, o vô G e a vó Mari. Retornamos na terça feira, depois de um final de semana recheado de coisas boas. Cada um tinha um motivo pra estar lá: o pai e a mãe foram pro Sul do Estado (com um grupo que saiu de Porto Alegre), eu fui atrás de estudo (assunto para um outro post) e a Laura foi em busca da Martina, do Vicente, do dindo Dani e da Dinda Camila.
Durante a minha dissertação sobre o final de semana, vou contando os "melhores momentos" da Laura.

     A crespa aproveitou bastante os dindos. Do Dani ela ganhou uma camiseta da Peppa e uma bota quentíssima (presentes da viagem que ele fez esses tempos). A camiseta já estava andando sozinha, de tanto que agradou. A bota, depois de devidamente desfilada, foi pra mala e só será calçada novamente no ano que vem.  A Camila teve que se desdobrar pra poder atender a Laura, que chamava por ela a todo momento.

"MELHORES MOMENTOS:"
     Grudada na Camila, a Laura ia onde ela estava. Uma noite, ela foi tomar banho. Mais que depressa, a Laura veio pro nosso lado, cheirando a axila e dizendo:
- Sente aqui ó... eu tô bem fedida. Preciso tomar um banho com a Camila.
Recebendo o ok, tirou a roupa em menos de 2 minutos e banhou-se acompanhada da dinda (que ela não chama mais de dinda, só Camila).

     Rolou até barraca na hora de dormir, em homenagem ao dia da criança. A mesa do Daniel virou uma super barraca.

A barraca diver no quanto do Dindo.


     Sábado foi dia de passeio no bairro Rio Branco e de escolher o presente do dia da criança (um quebra cabeças do Frozen, sucesso total). Depois o Bruno preparou uma janta tri boa e seguimos brincando com a Laura em casa mesmo. Como a Martina esteve fora durante o final de semana, resolvemos fazer outras programações a fim de ocupar o tempo da Laura, pois todos já decoraram as musiquinhas do Frozen (e venhamos e convenhamos, por mais legal que o filme seja, essas músicas são verdadeiros "chiclés de ouvido", uma vez cantadas... nunca mais esquecidas).
MELHORES MOMENTOS
     Quando perguntávamos pra Laura em que cidade estávamos, ela respondia "Santalegue". Acostumada com os Santos e Santas nos nomes das cidades (Santo Ângelo, Santa Rosa...), nada mais natural que seguir colocando o Santa (o) nas cidades!

     A Camila mostrou uma foto da aula de dança de salão dela, onde estavam todos os colegas. Na foto, ela aparecia dançando com um cara. A Laura pergunta:
- Quem é esse que tá dançando contigo,Camila?
- É um colega meu.
Aí, e crespa apontou pro Rodrigo (namorado da Camila), que estava na outra sala:
- Aquele ali também é teu colega?


"Borboletinha" na chegada ao almoço.

     Combinamos de almoçar no Boubon Cowntry com o Duda e a Gláucia no domingo, nossos amigos de longa data. Pra alegria da Laura, ela fez dois novos amigos: o Lucas e a Rafa, filhos da Flavia, a irmã do Duda (que conheci nesse dia mesmo). Eles brincaram tanto, tanto... coisa mais linda de se ver! O Lucas, como o mais velho (e responsável) do trio, cuidou das meninas e incrementou as brincadeiras. A Rafa é um doce de guria e se entendeu bem com a Laura. Depois do almoço fomos até a Livraria Cultura (parada obrigatória quando vamos até PoA) e pra fechar a tarde com chave de ouro, uma autora de livros infantis (Ana Maria Zubaran Ferlin) estava lendo as histórias dos seus livros na sessão infantil da Livraria. Foi bem legal! Houve choradeira na hora da despedida, mas assim que entrou no carro, a crespa caiu no sono.

A Rafa, queridona, e a Laura, que caiu de amores pela nova amiga.

As meninas e o Lucas (tão querido quanto a Rafa).
MELHORES MOMENTOS
     O trio estava compenetrado escutado a autora dos livrinhos ler as histórias, e eu ia de um lado pra outro, quase me deitando no chão a fim de enquadrar as crianças e a autora na mesma foto. De repente, a Laura me chama sussurrando, e quando eu olho pra ela, pra ver o que ela queria, fui surpreendida com uma cara séria e a repreensão:
- Mãe! Presta atenção!!! Pára quieta!



Momento de leitura.
Aqui eu tentava registrar a cara dos três enquanto a autora lia o livro.

Os adultos (Duda, Bruno, Flávia e vó Yone) também prestaram atenção na história. 

Depois de ser repreendida pela Laura por não estar prestando atenção, consegui fotografar todo mundo.

     Á noite, fomos ver a Martina e o Vicente, na casa do Fábio e da Tani. Alegria total e completa da crespa com os dois. Nós, os adultos, conseguimos ficar sentados conversando calmamente enquanto os três brincavam.
MELHORES MOMENTOS
     Com a Martina e o Vicente, todos os momentos são os melhores.
A Tani contou que quando disse á Martina que a Laurinha iria visitá-la, ela disse:
- Mãe, tenho uma coisa pra contar.
- O que, Martina?
Sussurrando, a Martina contou o que a gente já desconfiava:
- A Laura me manda.
"Olha pra cá, Laurinha!" Não. Melhor ignorar o tio Fábio e olhar o infinito enquanto ele tira a foto.

Os dons do papai

     Adoro trabalhos manuais, tanto que minha profissão requer habilidade com as mãos. Já fiz muito ponto cruz na vida, bordei muitas camisetas com lantejoulas, canutilhos, tinha uma coleção de colares e pulseiras de miçangas, tudo feito por mim. Mas costura... deixo pro Bruno.

     Vamos ao histórico: Minha nona foi costureira de mão cheia. Hoje, aposentada da máquina de costura, volta e meia costura pequenas coisas á pedido dos filhos. Minha mãe é um zero à esquerda com linhas e agulhas. Eu, até esses dias, achei que me virava bem com costura.

     O Bruno, por sua vez, é meio autodidata. Quando nos casamos, estávamos sem cortina na sala. Depois que eu fiz os orçamentos e nós quase caímos pra trás com o s preços das cortinas, ele mediu a porta da sacada, comprou os acessórios (varão, engate, tecido) e confeccionou a cortina em 3 horas. Isso sem nunca ter sentado em frente a uma máquina de costura antes. É a cortina que temos na nossa sala até hoje, básica e funcional. Ou seja, a nossa cara.

     Segue abaixo o relato do motivo que me fez concluir de vez que o gene da costura não está em mim.

     A semana da criança foi de intensa programação na creche da Laura. Na segunda feira ela tinha que ir vestida de princesa. Na sexta feira anterior, comprei um vestido de branca de neve pra ela, porém, muito grande. Ela parecia uma anã com o tal vestido, já que o corpo era desproporcionalmente grande pro tamanho dela. A saia, curta, ficava na canela dela, pra se ter uma ideia da imensidão do vestido.

     Mostrei o vestido pro Bruno e disse que nenhuma costureira faria o concerto no final de semana (diminuir o tamanho do tronco e um pouquinho dos ombros). Ele me tranquilizou dizendo que daríamos um jeito. Me enrolei até o domingo á noite pra começar a ajeitar o vestido. Fiz três tentativas que me consumiram uns 20 minutos cada. A costura saía cada vez mais torta. Quando parti pra quarta tentativa, me irritei, dei uma bufada e disse:
- Ah!!! Não quero mais "brincar" disso!
- Mas porque tu não me deu o vestido antes? Eu faço os ajustes!
Disse o meu querido marido!

     Acho que no fundo queria mostrar pra mim mesma que conseguiria ajustar o vestidinho sozinha. Mas quando ele se ofereceu pra fazer isso, confesso que fiquei bem feliz.

     Em meia hora o vestido estava pronto. Ele ainda comentou que a saia não tinha ficado como ele queria (e realmente ficou um pouco estranha...). Mas respondi que estava ótimo. A Laura curtiu a sessão costura e se divertiu cortando pedaços de linha " pra ajudar o papai". 


Ao fundo a cortina confeccionada pelo Bruno.

Sorriso pra foto!

Sessão costura com a participação especial da Laurinha.