segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Grude

     Reza a lenda que os filhos homens são mais chegados nas mães e as filhas mulheres são todas dos pais. Estamos constatando a última parte da frase acima. A Laura anda num grude impressionante com o Bruno. De umas semanas pra cá, pergunta pelo papai várias vezes por dia, chora quando ele se ausenta e faz festa quando ele volta. 

     Agora a pouco, eu e ela fomos até o Boliche levar um casaco pro Bruno. Ficamos lá mais ou menos umas duas horas. ela brincando com a Joana (monitora do espaço kids) ás vezes gritando "Paiê, Manhê" e nos abanando. A Fofa chegou lá pra nos entregar o convite do aniversário da Jojô, e eu fiquei de papo com ela. A Laura ficou o tempo todo grudada no Bruno. 

     Na hora de virmos pra casa, choradeira sem precedentes. Veio o caminho todo chamando pelo pai, tentando sair do cadeirão, vermelha de tanto gritar, ranhenta e suada. Afff! Quando estacionei o carro na garagem, não achei o bico azul (o predileto), pois na crise de raiva ela o atirou longe, e no escuro ficou difícil de achá-lo. Tirei a neninha aos prantos do carro. Ela estava cansada de tanto chorar, e se parecia com a Chiquinha do Chaves puxando o ar pra voltar a abrir o berreiro. 

     Aos poucos foi se acalmando. Feito o ritual da janta, banho, mamá, escovar os dentes e historinha, caiu no sono, mas não sem antes perguntar pelo papai.

     A parte boa é que de manhã cedinho, quando acorda querendo aquela mamadeira de leite bem quentinha, agora ela chama pelo papai.

-Paiê, fasse mamá!

     E depois que o papai volta pra cama, se cobre e embala num cochilo, ela o chama novamente:
-Paiê, tudo!! 
Esse é o sinal que ela quer entregar a mamadeira vazia.

     Confesso que acordo todos os dias com o pedido de "fasse mamá, paiê", mas como ela chama pelo paizinho, viro pro outro lado e sigo dormindo. Nesse ponto a mamãe agradece o grude.

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