sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Lembranças do café passado

     Noite dessas eu estava assistindo o GNT e estava se falando dos cheiros e gostos das comidas da nossa infância. Qual comida te remete à tenra idade? Fiquei bem na dúvida, pois adoro tudo o que a mãe, a nona, as tias faziam pra mim quando eu era criança.

     No outro dia, de manhã cedo, quando estava me ajeitando pra trabalhar, senti o cheiro de café passado vindo da cozinha e me lembrei da minha vizinha de infância, a Paula Salla. Não só dela, me lembrei de toda a família. Assim como nós, eles moravam na Marquês, no prédio da Mirandoli (há quantos anos atrás mesmo??).  Na casa da Paula sempre tinha café passado, e consequentemente aquele cheirinho delicioso. Na casa do pai e da mãe, é costume até hoje tomar café com leite, com Nescafé ou assemelhados,  e só nos últimos tempos é que se tem feito o café passado.

     Quando eu estava entrando na aborrescência (não escrevi errado, aborrescência mesmo) a Paula e o restante dos Sallas se mudaram. Nos vimos poucas vezes depois disso. Até que todos os Sallas se mudaram pra Santa Catarina e só fui reencontrar a Paula graças às redes sociais.

     Em fevereiro, quando estivemos em Camboriú, reencontrei minha vizinha de infância. Foi muito bom. Conheci o Elson, marido dela (que é muito gente boa) e a Julia, a filha deles, muito parecida com a mãe nos áureos tempos. De quebra revi os pais dela, a tia Lenir e o tio Darci.

     Me lembro que eu gostava muito de brincar com a Paula, e que a gente se entendia bem, pois eu sempre fui estourada e ela mantinha a calma diante os meus destemperos. Certa vez, queríamos pegar uma pomba na praça do Jacaré, em Santo Ângelo. E o pai nos aplicou que se colocássemos um punhado de sal no rabo da pomba, ela ficaria bem quietinha e assim conseguiríamos pegar a pomba. eu e a Paula fomos até o boteco da esquina e o tio do bar nos deu quase um quilo de sal. Saímos na nossa missão.  Eu estava braba depois de uns 5 minutos de tentativas frustradas, mas a Paula seguia me auxiliando na tarefa. O pai dava muita, mas muita risada em nos ver agachadas, com as mãos puro sal, tentando capturar pombas.  Depois de uns 15 minutos, eu comecei a chorar, esbravejar e dizer que aquelas pombas eram umas enfarentas. A Paula manteve a compostura. O pai seguia rindo. e ainda dá gargalhadas até hoje quando relembra do episódio.

     E naquela manhã, tomando meu café passado, me lembrei de tudo isso. E quero voltar a ver minha amiga de infância mais vezes. 

     De tanto que gostava de ti, Paula, me tornei uma Salla também.  

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