sábado, 14 de dezembro de 2013

Fim do ciclo

     Hoje á noitinha, assistindo o Saia Justa, do GNT, escutei atentamente sobre um dos temas do dia: o luto. Não ficamos de luto só quando alguma pessoa querida morre, e sim nas mais diversas situações; perda do emprego, decepção com algum amigo, fim de relacionamento, enfim, término de um ciclo que considerávamos importante na nossa vida, e que devemos aprender a viver sem. Aí as divagações começam, pois há especialistas no assunto que dizem que o luto deve ser vivido, invariavelmente algum dia, cedo (o mais aconselhável) ou tarde, para que possamos dar sequência à nossa vida. Esses mesmos especialistas dizem que a gente nunca sai de um luto igual, sempre aprendemos algo com ele. 

     Agora há pouco li uma postagem de um colega de faculdade, o Sady: "Eu sinto saudades de tantas coisas, de tantas pessoas." Se eu contar que me lembrei de vários colegas de faculdade hoje, inclusive do Sady, quem estiver lendo este post vai achar que estou escrevendo isso pra fazer grau. Mas não. Estava escutando Cidade Negra e me lembrei dos vários dias que passei em Torres ao som de reagge, na companhia dos colegas de faculdade, estudando, divagando sobre as aulas, relaxando no final de todas as provas... e concordo com o Sady.

     Me dei conta que o final da faculdade pra mim foi um luto que eu relutei muito em viver. Lembro nitidamente que no último semestre fiquei muito triste, pois dali há alguns meses tudo aquilo findaria. Foi aí que comecei a criar expectativa sobre a vida profissional que me aguardava ali adiante. Embuti nos meus pensamentos que eu iria salvar o mundo das cáries, que seria podre de rica e usaria isolamento absoluto em todo e qualquer procedimento odontológico que eu realizasse. Chego a gargalhar agora, escrevendo isso. Como fui mirim!!!! Ao invés de chorar no dia da formatura, como era da minha vontade, estampei um baita sorriso de satisfação, afinal, a ocasião pedia! Criei essas expectativas estapafúrdias pra fugir do fato de que o ciclo de Torres, da faculdade, tinha chegado ao final. 

     Hoje eu descobri que a  relação de amor e ódio com a Odontologia, sabiamente citada pela Michele Steiner (outra colega da faculdade) que afeta vários colegas, no meu caso, se deve aos fatores acima citados, ou seja, do luto não vivido pelo final de uma época da minha vida que foi muito legal.  E que saudades que eu sinto daquele tempo, daquele astral, daqueles reagges, daqueles colegas e daqueles isolamentos absolutos que eu fazia tão bem. 

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