sábado, 5 de maio de 2012

O tombo

     Nem sei direito como relatar o que aconteceu hoje. Mas vamos nessa. Eu e o Bruno fomos no Nacional e levamos a Laura na cadeirinha do carro, pra não usar aquelas que tem acopladas nos carrinhos do supermercado, que não são muito limpas e tal. Na saída, peguei a cadeirinha com ela dentro e quando fui abrir a porta do carro, não sei como a cadeirinha escapou da minha mão e caiu com a Laura de rosto no chão. Desvirei a cadeirinha na hora, apavorada, e vi que a Laura estava com o rosto todo sujo do lado direito e chorando. O Bruno veio correndo, desfivelou o cinto e ficou com ela no colo. Enquanto ele me dizia que estava tudo bem, que era pra eu me acalmar, vi que a roupa dela estava suja de sangue. Mais do que rápido, comecei a procurar de onde vinha o sangue. 

     Constatei que ela tinha cortado a boca, e como de boca eu entendo, já examinei e vi onde tinha cortado. Na mesma hora o lábio superior começou a inchar. Viemos pra casa e colocamos gelo na boquinha dela com uma fralda, e ela continuava chorando. Liguei pra Dra. Maria Antonia que me tranquilozou. Repasso porque isso é muito importante: Ela disse que quando a criança bate a boca numa queda assim, significa que não bateu a cabeça. A altura também não foi das maiores, o que isenta a necessidade de radiografia da cabeça. Me receitou uma pomada a base de camomila pra passar no corte da boca e Tylenol infantil pra dor.

     Corri pra farmácia, e quando voltei com os medicamentos, ela continuava chorando no colo do Bruno. Era hora dela mamar e comecei a pensar se por causa do corte e do lábio inchado ela iria conseguir mamar legal. Pro meu alívio, coloquei ela no peito e ela se acalmou instantaneamente e mamou bastante. E aí eu comecei a chorar, chorar, chorar... me achando a pior mãe do mundo, relapsa, irresponsável, desastrada... como eu pude deixá-la cair? O Bruno sentou ao meu lado e tentou me acalmar, dizendo que criança sempre tem os anjos da guarda de prontidão, que não tinha sido nada, que ela já estava bem... e eu continuava chorando. Quando ela terminou de mamar, abriu um sorrisão pra gente com aquele beiço inchado que me deixou com o coração mais apertado ainda, Como é querida!!!! Depois de tudo o que aconteceu, ela ainda sorri pra gente! 

     Tudo se acalmou, coloquei a Laura no acampamento montado no chão e ela brincou bastante, como se nada tivesse acontecido. O Bruno foi trabalhar na Fenasoja e em uma hora ele me ligou 3 vezes pra saber da Laura e de mim, Disse que não era pra eu me sentir culpada e que eu sou uma boa mãe. Chorei ao ouvir isso e comecei a chorar de novo agora, escrevendo isso.

     A Márcia veio aqui depois que contei o ocorrido por telefone pra ela. Conversamos e como sempre, ela me deu muita força, me acalmou contando as proezas que ela tinha feito quando o Tiago e a Bruna eram pequenos,  me disse pra me acostumar, que esse foi só o primeiro de muitos sustos e disse que todas as mães do mundo já se sentiram culpadas por tombos, quedas, fraturas e cortes dos filhos. Depois das risadas, me senti um pouco " menos pior". 

      O lábio desinchou e ela ficou só com um vermelhinho na sobrancelha direita. Acho que raspou no chão na hora da queda. A neninha mamou de novo e agora dorme como um anjo.

     Já fui alertada pela Márcia que hoje não vou dormir bem pra ficar zelando o sono da Laura e verificar se está tudo bem. Minha culpa, minha máxima culpa. Se passar uma noite preocupada e sem dormir direito me eximir um pouco da culpa que eu estou sentindo, tudo bem.



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