quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Frase de efeito

     Na segunda feira, a Laura "matou" aula no período da manhã pra ficar com a vó Lulu e almoçar com ela. A vovó deixou-a na creche depois do meio dia e à tardinha, como sempre, fui buscá-la. Tudo transcorria normalmente: ela veio feliz e contente na minha direção quando me viu na porta da escola, fomos em direção ao carro conversando, coloquei-a no cadeirão, afivelei os cintos, dei partida do carro e, depois de andarmos umas duas quadras, gratuitamente, ela disse, com a cara fechada:

- Eu não gosto de ti, mãe. Só gosto do papai e da vó Lulu.
Me caiu os butiás do bolso. 
- Ah... não gostas de mim?
- Não!
- Tudo bem, então.

     Só consegui responder isso. Olhei pelo retrovisor e vi que ela fechou os olhos, dormindo em seguida.
Fui até em casa pensando sobre o ocorrido. "Mas que desaforo! E pensar que eu faço de tudo por ela... pra escutar ISSO!?" . "Ela não deve estar falando sério... mas e a troco de que me vem com essa conversa agora?" . E continuei com a mente fervilhando depois do comentário da neninha. 

     Cheguei em casa e tive que desabafar com o Bruno. Liguei pra ele e contei sobre a frase fatídica.
- Ah, Deia... por favor! ... E tu acreditou no que ela disse? 
- Mas Bruno...
- Tu tá sendo mais criança que ela! Pai e mãe sempre serão os carrascos. Na casa dos avós tudo é festa, sempre!

     Nem alimentei a conversa lembrando ele da frase completa: "Só gosto do papai  e da vó Lulu.". Depois de uns 20 minutos ela acordou e me tratou normalmente, como se nunca tivesse dito nada daquilo. Vida que segue.

     Sei que em se tratando de maternidade, não devemos esperar nada em troca,que o amor materno é incondicional, etc, etc... já fui devidamente avisada que escutarei certos "eu te odeio!!!" pelos próximos anos.  Mas isso é como o primeiro sutiã: o primeiro a gente nunca esquece. O primeiro " eu não gosto de ti, mãe." eu não hei de esquecer tão cedo.


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