domingo, 8 de julho de 2012

Velhice

     Esse era pra ser um final de semana que eu iria sair na noite. Sábado cheio. Festa de 1 aninho da Camila (filha do Jefe e da Milena), Janta tradicional aqui de Santa Rosa (o Homem na Cozinha) e Cezar Oliveira e Rogério Melo na TAO. 

     Sou fã deles. Canto a maioria das músicas, vibro e até me atrevo a imitar o grito do sapucai. Grávida de 7 meses, fui num show deles e cheguei em casa extasiada, sem voz de tanto cantar (cantei valendo, e só fico sem voz quando gosto muito do som). Foi minha única saída noturna na gestação.  Imagina se eu iria perder o show deles na TAO, podendo tietar a vontade?!!

     Pois perdi. E descobri que minha velhice é maior do que meus prazeres. Não dormi bem de sexta a noite, aí já amanheci de ovo virado (se eu tivesse ovo, certamente ele estaria virado).  Dia frio, mas pensa em frio! Mais um motivo pra me fazer pensar duas, três, quatro vezes antes de sair de casa - sinal de velhice crônica.  Levamos a Laura na festa da Camila e eu saí de lá caíndo de sono. Só fomos no jantar do Homem na Cozinha porque a mãe se abalou de Santo Ângelo pra nossa casa especialmente pra cuidar da Laura, pra podermos aproveitar a noite. Terminada a janta, voamos pra casa pra nos esquentarmos, pois tinha um vento encanado no lugar da janta que fez com que minha rabugentice aflorasse ainda  mais.

     Quando meus pés já estavam descongelando e voltando a ganhar movimento, a Laura acordou pra mamar e queria festa. E meus olhos pareciam cheios de areia. A mãe acordada e o Bruno esperando a luta do Anderson Silva e do enfarento mor do Sonnen.  Acabei de amamentar, deixei a Laura aos cuidados do papai e da vó Mana, dei boa noite e pedi pro Bruno conseguir um DVD ou CD autografado dos gaudérios. Não tinha condições de ver show nenhum. Liguei o lençol térmico e virei as patas, de tanto que dormir.

    Vamos aos demais sinais da minha velhice precoce: odeio som alto, bebedeira em demasia, gritaria de criança (isso é grave se considerar o que me espera...), cachorro histérico definitivamente não é comigo,  enfim, tudo o que ultrapassa os decibéis aceitáveis à uma pessoa idosa e que não apresente problemas auditivos (sim, sim, sei que isso é raro, mas é assim que me sinto...). Show com multidão se empurrando (e me empurrando, principalmente) também dispenso com todo o meu fervor. Passei da idade dessas indiadas...

    Admito que sou velha e chata ainda por cima. Mas no episódio acima citado, sou bem mais de curtir as músicas do Cezar Oliveira e Rogerio Melo no conforto do lar, aquecida (com a minha inseparável bolsa de água quente - outro sintoma indiscutível de velhice!!), num volume aceitável, sem ninguém gritando do meu lado, nem me empurrando nem  pisando nos meus pés.

    Só falta ensinar a Laura a não gritar como a maioria das crianças quando teima com alguma coisa, mas tenho certeza que ela vai saber que não é legal se esganiçar perto da mamãe.

Um comentário:

  1. Essa Déia... concordo contigo, tb tô véia.... a maternidade muda-nos completamente!

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