Essa história de '' fazer o bem não importa a quem'', '' amar e não esperar nada em troca'' é coisa de muito bom samaritano. Acho lindo quem consegue fazer esse o seu lema de vida e ser amigo de tudo mundo, ajudar o próximo mesmo que isso te deixe mal de alguma forma, perdoar quem te fez sofrer ou te sacaneia... beleza. Até tento, mas não consigo fazer menos da metade dessas ações acima citadas. Também não é pra achar que eu sou a pior pessoa do mundo, ok? Claro que sou gente boa, mas de vez em quando espero reconhecimento pelo meu esforço, tanto no trabalho quanto na vida pessoal, amorosa, nas amizades... quem não quer se sentir querida, afagada, importante na vida de alguém??
Fiz toda essa introdução pra dizer o quão feliz me sinto ao ver que a Laura demonstra que sabe quem eu sou. Há pouco tempo ela começou a reagir a minha chegada com sorrisos, gritinhos e braços estendidos em busca do colinho da mãe.
Essa noite aconteceu algo que fez meu coração se aquecer a ponto de derreter, mesmo com toda essa friaca de temperaturas negativas que atinge Santa Rosa. Eu e a Laura estávamos dividindo a mesma cama (em busca de mais calor humano na madrugada gelada), ela já dormindo há horas, eu recém chegada no quarto. Me deitei silenciosamente e fiquei olhando aquele anjinho dormir de bruços (o seu jeito predileto de dormir). Passado uns dez minutos de contemplação, ela acordou, levantou a cabecinha, me viu, sorriu pra mim e segurou o meu pijama com as duas mãozinhas me puxando pra perto dela como se dissesse: ''Vem pra perto de mim, mãe!''. Prontamente nos aconchegamos e dormimos as duas abraçadas.
Naquele momento senti que ela sabe que eu sou a mãe dela. Quer melhor recompensa do que essa na vida?
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