quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Manuais e o tempo: os aliados da maternidade

     Conheço uma arquiteta de Santa Rosa que ainda não tem filhos. Já citei ela aqui no blog: a que salva as fotos da Laura numa pasta denominada "Bebê bonito". Ela é extremamente competente no seu trabalho, determinada, além de possuir outros adjetivos que são comuns à minha pessoa: gosta das coisas planejadas e organizadas. Tanto que por vezes ela disse que quando decidir engravidar, cada uma das mães "bem sucedidas" que ela conhece, vai dar uma palestra referente ao seu tema de sucesso pra ela, com direito a power point e anotações em caderno.

     Entende-se por bem sucedidas aquelas mães que tiram de letra a cesariana, as cólicas do rebento, as rachaduras dos bichos dos seios... e por aí vai.  Coisas que só a maternidade te ensina. Já me propus a dar a minha contribuição pra ela, apesar de já ter esquecido qual foi a área que ela me incumbiu de deliberar.  

     Como também gosto de tudo organizado e planejado, quando eu decidi engravidar, fiz todos os exames pré gestacionais, tomei ácido fólico, e pimba. Assim que li o resultado do exame de laboratório, me muni de livros que as minhas amigas mães me indicaram (O Livro do Bebê do Dr. Delamare, Nana Nenê, do Garry Enzo... entre outros), voltei a praticar yoga (o que virou uma prática que eu não pretendo abandonar nunca mais), tomei banho de sol nos mamilos... a fim de me preparar pro que estava por vir. 

        E veio a Laura. Calminha, tranquila... tudo de bom. Tão bom que achei que ela era surda nos primeiros dias, já que a neninha só dormia e não se pronunciava pro mundo (tudo isso relatado nos primórdios do blog). Consegui seguir o que os livros mandavam, e posso escrever com convicção que me dei bem, tanto que dou um Nana Nenê de presente pra todas as amigas que engravidam. 

     Mas, sinceramente, tem coisas que só o tempo te ensina. Depois que as crianças têm uma certa idade, o que conta é ter paciência, pois cada uma é de um jeito, tem uma personalidade, gostos e temperamento. 

     Um exemplo prático: Passei um dobrado com a história da Laura não querer comer conosco. Me senti uma porcaria de mãe, pois não conseguia alimentar minha própria filha!!! E lá vem o drama! Depois de conversar com o Bruno, com as profes e diretoras da creche, de rezar, chorar, ficar "p" da vida, decidi largar de mão. Ela se alimenta tri bem na creche e está jantando em casa (!!!). 

     O tempo me ensinou que não posso e não tenho como controlar tudo na vida da Laura; nem a comida, nem o bom (ou mau) humor dela, nem se quer consigo domar seus cachos como pretendia. Resumindo: a preparação só ajuda, mas às vezes largar de mão é a melhor saída. Os filhos não são como a gente quer que eles sejam, e cabe à nós enxergarmos isso antes que percamos os cabelos e deixemos de ser amigas dos nossos rebentos.

À minha amiga arquiteta, quando quiseres minha ajuda, estou á tua disposição, seja pra te fazer um manual (que ajuda bastante) ou pra te dizer pra relaxar, que tudo se resolve...



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