quarta-feira, 10 de outubro de 2012

O Eleito

     Uma boa parte das crianças gosta de dormir com algum objeto. Seja segurando, abraçando, cheirando, mexendo... e esses objetos podem variar bastante.  A Greici, minha prima, tinha o "Ciapo", que eu me lembre era um cobertor que ela levava pra onde quer que fosse e não deixava que fosse lavado. Eu tinha o "pano", uma simples fralda de algodão que fazia minha alegria. A Renata, minha amiga de infância, dormia mexendo na ponta da fronha do travesseiro. O Vicente, outro primo, hoje com quase 7 anos, ainda dorme com o amigo  Lúcio, seu boneco de pano que já está com a perna encardida e fininha, de tantos afagos. Já ouvi relatos de gente que gostava de dormir mexendo em uma gola de camisa velha e, pasmem, tem até que não dormia sem abraçar uma peruca velha. 

     Logo que a Laura nasceu, sempre colocava uma fraldinha de algodão nas suas mãozinhas pra que ela se acostumasse a dormir assim. Não rolou fraldinha. Depois de um tempo, lá pelos 6, 7 meses, ela gostava de brincar com o porquinho rosa (já comentado aqui no blog) e com os demais bichinhos de pelúcia que ela tem no quarto. Mas pra dormir mesmo, ela não dava a menor bola pra nenhum deles. Não rolou bichinho de pelúcia.

     Há algumas semanas, ela elegeu um cobertor como fiel escudeiro das suas noites de sono. É um cobertor daqueles modernos, que não são de lã, acho que o material é sintético mesmo, mas muito macio e uma gostosura de segurar. É só abraçar o cobertor que os olhinhos vão fechando, fechando...  Comprado especialmente pra ela, por ser pequeno, foi também eleito por nós pra levarmos pra todos os lugares onde pode-se precisar de algo quentinho pra aquecer a Laura.  Depois que ela "se achou" com o cobertor, ele virou item de primeira necessidade na bolsa da neninha.

     A dúvida que não quer calar é como vai ser a relação do amigo cobertor e da Laura no auge do verão. Cenas para os próximos capítulos.


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