sexta-feira, 10 de julho de 2015

"Quero ser grande"

     Quem conhece eu e o Bruno pessoalmente, sabe que somos um casal compacto. Ele mede 1,68m e eu 1,55m. Combinamos. E nossa filha, consequentemente, é pitoca também. É a mais pequena da turma da creche, mas tem um charme irresistível!

     O maior desejo da Laura, nas atuais circunstâncias, é crescer. Isso se deve, em partes, por conversas que tivemos com ela por causa da hora de dormir e da comida. Outro motivo é o convívio com crianças um pouco mais velha que ela (Martina, por exemplo), que a faz querer tornar-se semelhante, tanto em tamanho quanto nas brincadeiras e no aprendizado. Ela tem se puxado muito em aprender os números (o que ainda está um pouco confuso na cabecinha dela) e está se saindo muito bem nas letras. Seguidamente ganha corações e estrelas desenhadas na mão por acertar a letra do seu nome.

Como anda boa de garfo, sempre que ela deixa o prato vazio, a parabenizamos e exclamamos:
- Que ótimo, filha!! Assim tu vais ter bastante energia pra brincar na escola e vai crescer forte!

     Quando ela se nega a dormir na hora certa, seja devido aos cuidados com as bonecas, ou porque o desenho que ela está assistindo ainda não acabou, contamos a história da Giulia (a minha prima mais alta):
- Sabia que a Giulia é grandona daquele jeito porque ela sempre dormiu cedo quando era criança?
Santo remédio. Ela vai pra cama e de manhã, ao acordar, logo pergunta:
- E aí, mãe! Cresci bastante porque eu dormi cedo ontem, né?

     Um parêntese pra explicar a história da Giulia. Essa história não faz parte das lorotas de mãe, como por exemplo dizer que se o(a) filho(a) comer casca de pão aprende a assoviar, se levantar peso vai criar papo... é real. Ela era baixotinha e gordinha até os 8, 9 anos (que eu me lembre). Em consulta com um endocrinologista, a receita pra ela crescer e emagrecer foi ir pra cama cedo. Seguindo a orientação médica, a Giulia cresceu tanto que, pra eu falar com ela, tenho que levantar a cabeça e olhar lá pra cima. O seu namorido, o Mateus, consegue ser mais alto que ela. Entre primos, tios e agregados, ele é o integrante da família mais alto, disparado. Eles têm um filho, o Enzo, carinhosamente chamado por eles de Enzinho, que fará dois anos agora em setembro. Ele é quase do tamanho da Laura, que tem quase quatro anos. Certamente a genética do Enzinho vai favorecê-lo a ser jogador de basquete.

     Quando o cabelo da Laura precisa ser lavado, tomo banho junto com ela. As comparações nessa etapa de "quero ser grande" são corriqueiras:
- Olha só, mãe! Meu pé tá quase do tamanho do teu!

     Nos restaurantes, raramente ela pede uma cadeira de criança, alegando ter tamanho e discernimento suficientes pra encarar uma "cadeira de gente grande", mesmo que pra isso ela almoce ajoelhada na mesma.

     Essa semana, sentada no vaso sanitário, a exclamação da crespa me arrancou gargalhadas:
- Mãe!!!! Tô quase alcançando os pés no chão!
- Que fantástico, filha!!!!
Torço pra que, ao decorrer da sua vida, ela consiga alcançar os pés no chão quando se sentar em todos os vasos sanitários deste vasto mundo, coisa que eu, por vezes, não consigo.  

     Obviamente que a crespa não tem noção de tamanho, de quem é baixinho ou alto... assim como eu também não tinha quando era criança. O que eu espero é que ela nos ultrapasse em vários centímetros (seria demais pedir que ela cresça a ponto de alcançar o Enzo); mas, se por ventura isso não acontecer (e as chances disso são numerosas), quero mesmo é que ela curta seu tamanho reduzido, assim como eu e o seu pai.





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