segunda-feira, 15 de junho de 2015

Fase meiga, exibicionista e maguary.



     A Laura nunca esteve tão meiga, carinhosa e amável.  "Te amo, mãe", "Te amo, pai", "Amo vocês" e "Amo todo mundo" são frases ditas diariamente, várias vezes. O comportamento com outras crianças melhorou bastante. Já não há mais tanta briga e disputa por brinquedos. Com as pessoas em geral, a Laura tem se mostrado bem simpática, dando bom dia, boa tarde, boa noite e retribuindo sorrisos. Há pessoas que ela simpatiza ha tempos, como a Tati (que trabalha num restaurante onde almoçamos eventualmente e nossa conhecida há anos) e a Têre, a moça eu limpa o prédio. Essas são agraciadas com altos papos, beijos, abraços e alegres cumprimentos.

Meiguice até na hora de dormir.


     Outra característica que venho observando na crespa é a vontade quase que incontrolável de aparecer, se mostrar. Ela dança, canta, conta histórias, desfila. Não é raro estarmos conversando entre nós (eu e o Bruno) ou com outras pessoas e ela diz:
- Tá, agora deixa e falar.
E conta histórias, inventa outras tantas, tagarela sobre todos os assuntos.
Quanto mais ela for o centro das atenções, melhor.
Esse dias ela "concedeu" uma entrevista exclusiva à prima Gabi, com direito á platéia, desfile e abano a lá Miss. 


     E a parte maguary... essa é realmente surpreendente. Primeiramente, vou explicar o que é maguary. Quando ficamos chateados, de cara, magoados com alguma coisa, dizemos que estamos maguarys. Uso esse termo há anos, e ele foi incorporado ao vocabulário do Bruno e consequentemente ao da Laura.

     Quando tenho que repreendê-la por alguma atitude ou ação que não foi legal da parte dela (a isso chamamos educar os filhos...), tenho que falar com ela da maneira mais delicada que consigo, caso contrário, ela enche os olhos de lágrimas e faz uma cara de choro com um beiço que corta o coração. Coisas simples, que antes passava batido (como "Vamos arrumar o quarto"), agora necessitam de todo um modo diferenciado de falar. Pena que escrevendo, me faltam artifícios pra demonstrar o tom de voz, a entonação e o jeito que minhas palavras são ditas nessa fase maguary da crespa.

     Claro que, em certas ocasiões, o lado brabo aparece. Num ensolarado sábado de sol, fomos na casa de um coleguinha de aula da Laura, o Lucas. Os super amigos estavam brincando próximo á uma sacada, com o parapeito baixo. E ali eles resolveram se pendurar. O Gustavo, pai do Lucas, viu a cena e correu até o local, dizendo com voz firme, que eles saíssem dali naquele exato momento, pois era perigoso, etc, etc...
A primeira reação da Laura foi cruzar os braços, armar aquele beiço e falar em alto e bom som:
- Eu NUNCA MAIS venho aqui!
E, se colocando num canto da sala, o lado maguary aflorou. Ela chorou maguadíssima por conta da bronca. em outros tempos,  beiço permaneceria soberano por uns bons 10 ou 15 minutos. Assim, o choro durou menos que 5 minutos e os amigos voltaram a brincar, longe da sacada.

     Na missa de sétimo dia do vô Bruno, ela se comportou exemplarmente. No final de tudo, muitos amigos da família vieram até nós, e ela se encheu o saco de cumprimentar tanta gente. Fechou a cara, armou aquele beiço, franziu a testa e quando alguém lhe perguntava o que tinha acontecido, a resposta estava na ponta da língua:
- Sou braba que nem a minha mãe!

     Nova fase, com características distintas das vividas até agora, mas os "velhos hábitos" aparecem sim. Socorro.

2 comentários:

  1. "Pena que escrevendo, me faltam artifícios pra demonstrar o tom de voz, a entonação e o jeito que minhas palavras são ditas nessa fase maguary da crespa."
    Deia, tu vai fazer a oficina, né, senão vou me juntar a Laura e ficaremos de Maguari até tu se inscrever!! Muito bom acompanhar o blog aqui, dra! Abraços

    ResponderExcluir
  2. querida...coisa boa essas mudanças...terão boas e más mudanças...forte abraço Andréia...

    ResponderExcluir