quinta-feira, 29 de maio de 2014

Mãe de primeira e única viagem?

     Há anos atrás, quando minhas amigas e conhecidas cogitavam a hipótese de engravidar de seus primeiros filhos, eu afirmava que elas eram loucas. Cheguei a anunciar aos quatro ventos que o gene da maternidade não estava em mim. Pois cá estou, exercendo o papel de mãe.

     As amigas e conhecidas que engravidaram naquele tempo, estão com os filhos com 6, 7 anos em média. Depois veio a leva que engravidou praticamente junto comigo. Foi legal saber das gestações, acompanhar as barrigas crescendo... deixei de pensar que essas eram loucas. Simplesmente o gene da maternidade estava se mostrando nelas e em mim.

     Passados pouco mais de dois anos e meio do nascimento da Laura, a leva de amigas e conhecidas que tem filhos quase da mesma idade da crespa, estão grávidas ou querendo engravidar. Tem umas até que estão pensando em partir para o terceiro filho!!!! Meu pensamento voltou a ser o de 6, 7 anos: São completamente loucas.

     A maternidade é uma função que exige além do amor incondicional (presente na totalidade das mães que eu conheço, sejam amigas ou conhecidas), uma dose diária de discernimento, paciência, equilíbrio, calma, carinho... e mais uma série de adjetivos que eu levaria a manhã toda pra citar aqui. Esse parágrafo é pra tentar explicar porque volto a achar que as mães e futuras mães de segunda e terceira viagens são loucas. Acredito que todos os adjetivos acima citados e os outros que ficaram subentendidos habitam em mim também, porém numa dose limitada. 

     Deus me concedeu a graça de me tornar mãe da Laura. Uma criança saudável, esperta, linda, amável, carinhosa, engraçada e com uma personalidade muitíssimo forte. Este último aspecto faz com que toda a minha energia se esvaia nas tratativas diárias. Confesso que meu pavio é curto, o que dificulta mais ainda tais tratativas. Por isso não pretendo repetir a dose. Escutei esses dias que sou muito injusta em dizer que a Laura dá trabalho e que é braba. Que ela é muito querida, uma criança de ouro. Concordo. Mas ainda não nasceu uma criança que não dê trabalho. E lidar com alguém que tenha o gênio tão parecido com o meu é um desafio. 

     Sei que nunca devemos dizer que "dessa água não beberei", mas minha sede está saciada por hora. Quem sabe daqui há algum tempo o gene da maternidade resolva acordar desse sono que eu ando achando ser eterno... cenas para os próximos capítulos. 

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