sábado, 28 de maio de 2016

Verdadeiro ou falso?

     Segue abaixo algumas afirmações que ouço desde sempre e o veredicto aqui de casa, levando em consideração as experiências vivenciadas:

1) Ser criança é ter sempre uma parte do corpo ralada, rocha ou cortada. De preferência tudo junto.

Veredicto: verdadeiro.
     Num intervalo de 5 dias, a Laura ralou os dois joelhos, as mãos, ficou com as pernas roxas e bateu a cabeça de tal forma que conseguiu um galo gigante e um roxo ali também.

2) Criança não mente.
Veredicto: Falso. Depende da idade, sabe mentir; e muito bem.
     Ultimamente a Laura deu de inventar histórias, causos e (eu é que não vou mentir aqui!!!), admito, mentir mesmo, descaradamente. Quando ela viaja muito no relato, a gente dá uma chamada:
- Mas isso aconteceu mesmo?
Até pouco tempo atrás, ela se entregava:
- É de mentirinha! Brincadeira!
Agora, afirma até a chamada mais enérgica:
- Laura... mentir não é legal. Fala a verdade.
- Tá bom, tá bom...

     Semana passada, quando eu estava em Porto Alegre, na especialização, ela falou pra profe e pros colegas que eu estava grávida. Quando voltei de viagem, várias mães de coleguinhas vieram sorridentes me perguntar pra quando era o bebê. E mais!! Quando a profe puxou o assunto da gravidez, se era verdade mesmo, se ela estava feliz em ganhar um(a) maninho(a)..., ela respondeu:
- Eu me enganei, profe. Minha mãe não tá grávida não. Ela vai esperar eu ficar bem grande, aí ela vai ter dois bebês de uma vez só.

3) Ah... se fosse meu filho...
Veredicto: verdadeiro e falso, depende.
     Já escrevi isso aqui, e repito: eu era uma ótima mãe até me tornar uma. 
Certa vez, muito anos antes da Laura, uma grande amiga de uma amiga minha estava ás voltas com a filha de 3 anos e pouco. A menina corria com a chupeta na boca, até que ela se foi pro chão e o bico voou longe. Depois de acalmar a menina, voltamos a conversar e comentei que já tinha passado da hora de tirar o bico, pois a dentição e a face dela já estavam prejudicadas. A resposta da mãe me deixou um tanto desconfortável:
- Espera teus filhos nascerem pra ver se é fácil, aí a gente conversa de novo.

     Não tive dificuldade nenhuma em tirar o bico da Laura, mas confesso que me lembrava sempre das palavras daquela mãe. 

     A cena clássica da criança se atirar no chão do supermercado ou da loja chorando por não ganhar o que quer nunca aconteceu comigo, mas aprendi a não julgar os pais que passam por isso. Vá saber se a Laura não vai sapatear em uma loja algum dia?!

4) .. é fase.
Veredicto: verdadeiro
     Exemplo: desde recém nascida, a crespa dorme com s luzes apagadas. Agora, com 4 anos, temos que deixar uma luz acesa porque ela está com medo do escuro.
Outro exemplo: grude comigo. Tudo é a mãe, com a mãe, pra mãe. Complexo de Édipo ás avessas. Fase.

5) As crianças aprendem com o exemplo dos pais.
Veredicto: totalmente verdadeiro.
     Não adianta falar, falar, falar, dar lição de moral e não colocar em prática o que se diz. Isso vale pra tudo: desde dividir as tarefas em casa, ter uma alimentação saudável, não jogar lixo no chão, respeitar as pessoas, dar valor a tudo o que se tem... entre outras coisas importantes. 

Um exemplo disso: 
     Nossa alimentação é muito saudável: alimentos processados, embutidos, enlatados, refrigerantes, suco de caixinha, suco em pó... definitivamente não têm vez aqui em casa. Um chocolate vez ou outra ainda se acha, mas no mais, é difícil encontrar porcaria por aqui. Dá pra contar nos dedos as vezes que a Laura consumiu refrigerante ( isso merece um post a parte...). Quando ela vê uma criança tomando refri, ás vezes ela nos pede se pode tomar. Respondemos que não e ponto final. Ela toma água e sai brincando feliz da vida. Outras vezes, ela avisa a criança que está tomando a iguaria, que aquilo faz mal pros dentes. 

     Mais um exemplo, que me arrancou gargalhadas:
Geralmente, quando a Laura não quer comer algo que nunca experimentou, segue-se o diálogo:
- Quer vagem, filha?
- Arghh, não gosto disso.
- Mas tu nunca comestes isso!
- Não quero!
-Experimenta! Se não gostar, não precisa comer.

     E assim, ela passou a comer vagem, lasanha de legumes, pão com ghee e melado...

     Numa noite de frio da semana passada, estávamos nós quatro (Bruno, eu, Laura e Bella) debaixo das cobertas, tomando chá quentinho e nos curtindo, quando o Bruno (que adora uma guloseima) tirou de dentro da mochila dele um pacote daquelas balas de gelatina, em forma de gusano, minhoca... uma coisa bem feia e ruim. Prontamente os dois se atracaram a comer aquelas coisas, e a Laura me ofereceu:
- Quer um, mãe?
- Não filha, obrigada. A mãe não gosta dessas coisas.
- Eu sei que é porcaria, mas é bem bom! Experimenta!
- Não quero, filha.
- Experimenta, mãe! Só esse pedacinho aqui, Se não gostar, não precisa mais comer!

      Hahahaha!!!!
Os comedores de gusano.

Arghhh!!!!


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