quinta-feira, 14 de maio de 2015

10 anos de namoro

     Uma crise de enxaqueca fortíssima me fez ser internada no hospital da Caridade ontem de noite. Depois de ser medicada e da dor ter me deixado em paz, me lembrei que há exatos 10 anos o Bruno se tornou oficialmente meu namorado.

     Dia 13 de maio de 2004 embarquei rumo aos EUA pra visitar o Bruninho. Essa história é muito legal, daria um baita filme. Nos conhecemos desde 1994 (!!) e depois de muitos encontros e desencontros o namoro engrenou, mesmo morando em hemisférios diferentes.  Naquela época, eu era fã das novelas da Globo, e estava passando América (pra quem não lembra, a Sol (Deborah Secco) tinha o sonho de ir aos EUA pra trabalhar, e fez "de um tudo" pra poder entrar e depois permanecer na terra do tio Sam.

     A minha história começa meses antes, quando o Bruno pediu que eu fosse visitá-lo. Pedido feito, pedido atendido. Fiz meu passaporte Italiano (a cidadania tinha saído um ano antes), parcelei a passagem em 10 vezes no cartão de crédito (paguei RS 3,15 o dólar aquela vez), juntei uma graninha e me mandei pra lá, com a cara e a coragem.

     Nunca tinha andado de avião, me perdi no aeroporto  de Guarulhos, (fiquei umas 3 horas vagando por lá), viajei mais 10 horas e segui o fluxo na chegada a Newark (achava que o aeroporto de lá era um pouco maior que a rodoviária de Porto Alegre...). O primeiro momento de aflição foi a espera interminável pela minha mala na esteira. Meu pai, quando ficou sabendo da minha "trip", disse que minha mala seria extraviada e que nunca mais eu a veria. Como estava debutando nos aeroportos da vida, fiquei tri feliz ao ver minha mala vindo na minha direção na esteira. Me deu vontade de ligar pra ele e contar a boa nova na hora!

     Fiquei 40 minutos na Imigração, só me lembrando da Sol da novela e pensando: "agora sim... vão me mandar de volta pra casa.". Após um baita chá de banco (eu sem falar quase nada de inglês), o fiscal me perguntou um monte de coisas (entre elas: como eu, com passaporte italiano, vinha de um vôo do Brasil e meu passaporte estava sem nenhum carimbo?; qual era minha ocupação no Brasil?; se eu tinha como comprovar que era dentista...) e finalmente carimbou meu passaporte.

     Quando vi o Bruno abrindo um sorriso pra mim e dizendo um "finalmente!!" todo feliz, esqueci do perrengue da imigração e do cansaço.

     E lá se vão 10 anos de namoro. Como ontem fiquei um tempo deitada, curtindo as primeiras horas sem dor depois de um dia inteiro sentindo minha cabeça latejar sem parar, pude me lembrar dos detalhes daqueles dias. Não foi um jeito tradicional de se comemorar 10 anos de namoro, ambos dividindo uma cama de hospital, cuidando pra não esbarrar no soro no meu braço. O que importa é que estivemos juntos e que eu me lembrei desse dia, já que faz anos que só nos lembramos do aniversário de casamento.

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