domingo, 19 de abril de 2015

O acidente

     Sábado à tarde, um dia lindo de outono. O programa eleito foi passar a tarde no Parque de Exposições da cidade. Estávamos na casa da minha sogra, voltamos pra nossa casa a fim de arrumarmos a sacola com a toalha, os comes e bebes do piquenique e pegarmos a motoca da Laura e a Bella. Antes de irmos definitivamente ao Parque, voltamos até a casa da sogra pra confirmar quantas pessoas iriam ao total.  O Bruno estacionou o carro em frente a garagem da casa, entrou por ali mesmo na casa e a Bella foi atrás. Eu fiquei no carro com a Laura, que estava sentada no cadeirão com o cinto de segurança engatado.

     A casa da D. Lurdinha fica próxima a uma esquina numa avenida bem movimentada. Quem mora naquela volta, está acostumado com a velocidade dos carros. O ideal era instalar um quebra molas, uma lombada eletrônica ou até mesmo uma sinaleira naquele ponto. Mas o negócio aqui na cidade são rótulas.  Quem conhece Santa Rosa sabe a quantidade de rótulas que existe aqui. Em vários cruzamentos, há rótulas: grandes com canteiros e obras de arte, pequenas e até mínimas, sem a menor sinalização. É o caso da mínima rótula que foi instalada na esquina em questão. A avenida obviamente era preferencial, e os carros que andavam pela rua perpendicular, deveriam parar. Repetindo: não há sinalização nenhuma sobre a rótula que colocaram ali.

     Eu estava conversando com a Laura, virada pra trás, quando escutei um barulho forte de pneu cantando, e logo em seguida uma batida mais forte ainda, quando me dei conta, um carro estava vindo  na nossa direção. Ele rodopiou na avenida e bateu num terceiro carro que estava estacionado do outro lado da rua. Isso durou cerca de cinco segundos, mas deu tempo de eu pensar: "Foi na rótula... esse carro vem pra cima de nós!! Tenho que proteger a Laura!!"

     No instante que o carro parou, me dei conta que eu estava tremendo e vi o Bruno correndo na nossa direção. Olhei pra Laura e vi que ela estava com os olhos arregalados.
- O que foi isso, mãe?
- Um acidente filha. Mas tá tudo bem.

     Daí em diante foi uma correria. Fomos em direção aos feridos a fim de ajudá-los enquanto um vizinho ligava pra polícia e pro Samu. Eu seguia tremendo. Começou a juntar gente no local, muitos curiosos, mas alguns querendo ajudar. Todos concordaram que o acidente aconteceu pela falta de sinalização do local. Os comentários se resumiram em: "Quem sabe depois do quinto ou sexto acidente, eles coloquem placas sinalizando que há uma rótula aqui e que a avenida nesse ponto deixou de ser preferencial...". Quando constatamos que as pessoas envolvidas estavam machucadas, mas sem correr nenhum risco, fomos dar atenção á Laura. 

     Ela estava impressionada com o ocorrido, Explicamos o que estava acontecendo e principalmente porque sempre devemos andar de carro com o cinto de segurança afivelado. Chegando no Parque, ela contou a história pros amigos, mas com o passar do tempo, foi esquecendo de tudo.O Bruno, que "reconstituiu" o acidente depois, disse que o carro só não veio pra cima do nosso porque o eixo dele foi quebrado com a pancada, aí ele fez um desvio pro outro lado.

     Antes de dormir, ela me perguntou da moça que tinha se machucado (uma adolescente que não estava usando cinto e bateu a boca no painel do carro, cortando os lábios devido ao aparelhos dos dentes). Tranquilizei a crespa, dizendo que a moça estava bem. Novamente reforcei a importância do cinto.
- Que horror, né mãe?

     Antes de eu dormir, agradeci por estarmos bem e por não termos sido atingidas por aquela baita pancada. E percebi, mas uma vez, que a insistência pelo uso do cinto de segurança com a Laura vale á pena. Acho que depois de presenciar o acidente, ela entendeu a importância do uso do cinto.






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