quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

A mosca

     Onze e tanto da noite, a Laura dormindo profundamente depois de um dia cheio de atividades, a Bella capotada também. Eu e o Bruno assistimos um filme e fomos pra cama, numa das raras noites em que não ligamos o climatizador. Aí já passava da meia noite. Seguiu-se o ritual de apagar a luz, beijinho de boa noite, ajeitar-se na melhor posição pra descansar.
 
     Um ,dois, três, quatro... quatro segundos até a mosca começar a voar sobre a cama. E não era uma mosquinha qualquer. Era uma mosca graúda, daquelas furta cor, barulhenta. O barulho que ela fazia era digno de efeito sonoro de filme.
 
     Contei até dez e decretei:
- Bruno, ascende a luz que eu vou matar essa desgraçada.
Prontamente fui atendida. Ele se sentou na cama e ficou observando minha tática de achatar a mosca com um pé do meu chinelo. Tática essa sem sucesso. Ela foi em direção do banheiro escapando de mim e da minha arma mortal. Abri a porta bem devagar, pra poder concluir meu trabalho, quando a enfarenta voltou pro quarto.  Então peguei minha almofada de pimenta e o Bruno exclamou:
- Agora sim!
 Por vezes não conseguia ver a maldita, e ele me ajudava:
- Ali, ali... perto do guarda roupa!
- Ah... atrás de ti, atrás de ti!!
 
     Mas a mosca estava me dando de relho... eis que meu maior incentivador pegou a primeira coisa que estava ao seu alcance e veio me socorrer. Com o movimento de um super herói, ele foi em direção da mosca furta cor e deu nela com o seu travesseiro. Mais um golpe e ela tonteou. Tonteou mas não se entregou.
 
     Foi quando vi que o Bruno estava mesmo determinado a dar fim na mosca. Ele veio em direção a porta, onde a barulhenta se encontrava, meio tonta e deu com o travesseiro nela com toda a força.
 
- Feito! Tá aí a chatonilda!
Exclamei, vitoriosa. E a mosca ainda se mexia. Dei a chinelada final, juntei seus restos mortais com papel higiênico e limpei meu chinelo. Quando entrei no quarto, vi o Bruno segurando o travesseiro com a fronha rasgada de fora a fora.
- Enroscou na porta e a fronha rasgou...
 
     Resumo da história: melhor uma fronha rasgada do que uma mosca azucrinando na madrugada.
 
 

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