sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Preconceito contra as princesas

     Ouço e leio muita gente discriminando as princesas das histórias infantis. Amigas que se tornaram mãe há pouco tempo dizendo que se negam a ler as histórias de princesa pras gurias, pais reclamando da falta de super heroínas e do excesso de princesas no mundo infantil...

     Ok. Respeito o ponto de vista de cada um. Bem por isso vou expor o meu, relatando um pouco da minha experiência com as moças da realeza. Quando eu era criança, curtia as histórias de princesas, dos personagens que faziam parte das tramas (fadas, ratinhos, louças...), mas achava algumas protagonistas pouco participativas nas histórias (uma comia uma maçã envenenada, outra espetavam o dedo numa roca e caíam durinhas, deixando as fadas e os príncipes com o pesado...). Aí veio a Cinderela, que trabalhava muito e a Bela (da Fera) . Ambas participaram ativamente das tramas. Outra coisa que me deixava com a pulga atrás da orelha, eram os finais desses contos: "E foram felizes para sempre." Aquilo não me deixava confortável. Como assim "felizes para sempre"? Será que tiveram filhos? Moram no mesmo castelo que a rainha e o rei? O príncipe criou barriga? E a princesa, seguiu gata até os 80 anos?

     Depois de adulta, me distanciei das princesas até me tornar mãe da Laura. Sempre li pra ela, tanto as histórias de princesa quanto da Chapeuzinho Vermelho, 3 porquinhos e outras tantas, condizentes com a idade dela. Assisti a todos os desenhos das princesas novamente, junto com a crespa e sigo adorando as louças, peixes, ratinhos... todo o enredo das histórias. Choro em todos. Aí veio a Anna e a Elsa, que eu, particularmente, morro de amores (sou mais fã da Anna). 

     A Laura curte princesas, mas está bem ciente que não vai ser uma. Pra isso acontecer, ela teria que casar com um príncipe. Acredito que isso seja mais difícil que uma fada madrinha aparecer pra ela e transformar a abóbora numa carruagem. Ela curte os vestidos, as músicas, os penteados... e tudo bem.

     Aí eu pergunto: que mal tem em gostar de princesas? Alguém aí vai colocar suas filhas naquela escola de princesas lá de São Paulo? Ou alimentam a ideia de que o príncipe encantado realmente existe pra elas? Ou ainda, assistiram os últimos filmes infantis que têm princesas como protagonistas?? São bárbaros! Então, minha gente! Se elas gostam dos vestidos longos e daquelas coroas de plástico (que teimam em não parar na cabeça, mesmo com mil grampos...), deixem as nossas gurias aproveitarem! Amanhã elas irão estar se arrumando pra sair com os respectivos namorados. O tempo voa. 

     Lembram da Cinderela? Sabiam que ela tem uma série que mostra o depois do "felizes para sempre"? Ela estava infeliz, entendiada, de saco cheio de não fazer nada no castelo. Depois de uma crise existencial ela tomou as rédias da situação e resolveu assumir um papel ativo no reino. Tempos modernos!!!

     Pais e mães: fiquem tranquilos. Nossas gurias serão felizes, gostando de princesas, heroínas ou outro personagem qualquer do mundo infantil. Cabe a nós dar a elas educação, limites, fantasias e coroas de plástico. Porque elas são as nossas princesas, e são reais.

     Deixa para o próximo post: sou princesa, sou real. 



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