quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

O cocô no pote

     Lá em setembro, outubro do ano passado, na campanha nacional de vacinação, a Laura foi super corajosa no posto de saúde. Tomou as gotinhas e na hora na injeção, só fez um "ai!!" e quando percebeu que o "pic" já tinha acabado, estufou o peito de orgulho e saiu dizendo aos quatro ventos:
- Nem doeu!!! Eu não chorei pra tomar o pic!
Gostou tanto da experiência que me perguntou:
- Outro dia eu venho tomar pic no outro braço, né mãe?!

      Em consulta de rotina semana passada, a pediatra da Laura pediu um hemograma e um exame de fezes. O hemograma foi feito assim que saímos da consulta. Explicamos o que iríamos fazer em seguida, mesmo assim rolou medo, choro... o normal pra quem, com tão pouca idade, tem que se deixar picar por uma agulha daquele tamanho. Depois de poucos minutos, a choradeira sessou e ela só se lembrava do episódio do laboratório quando olhava o curativo do bracinho. Na escolinha, a tarde, ela parou a aula de ballet pra contar que tinha feito pic pra tirar sangue, deixando as colegas e a profe Cassi atentas à história.

     O mais difícil foi colher o material pra fazer o exame de fezes. Com o potinho em mãos e sem nunca ter passado por essa experiência com a Laura antes,  expliquei a ela que na próxima vez que ela quisesse fazer cocô, teria que fazer no potinho.
- Mas por que?
- Pra Doutora Maria Antônia saber se está tudo bem contigo.
- Mas por que?
 (Sim, entramos na fase dos porquês, o que me deixa muitas vezes totalmente desprovida de respostas.)
 
     Bom, o fato é que a Laura boicotou totalmente o exame de fezes. Eu andei com o potinho pra cima e pra baixo por dias, e a crespa me omitia todas as vezes que ia ao banheiro evacuar. Não tinha como controla-la por 24 horas, e quando me dava por conta que ela havia ido em direção ao banheiro, mais do que rapidamente, ela dava a descarga e lá se ia o material do exame.
 
     Depois de 3 dias de tentativas frustradas, sentei com ela novamente pra explicar o "causo" do cocô no potinho.
- A doutora precisa ver o teu cocô, filha.
- Por que?
 (... e vem os porquês novamente...)
- Eu não quero fazer cocô no potinho!
 - Então vamos combinar uma coisa: quando tu tiveres vontade de fazer cocô, vais no teu penico que  depois a mamãe dá um jeito de colocar ele no potinho. Tá bom?
- Por que?
(...)
 
     Mais um dia que ficamos com o pote vazio. Até que recebi uma resposta convincente do porquê a negação em "cagar no pote".
 
- Não posso fazer cocô no potinho porque minha bunda é muito grande! E esse potinho é muuuito pequenininho, mãe!!
 
     Consegui colher a dita amostra do cocô segunda feira, no consultório. Peguei a crespa na hora em que ela avisou que iria até o banheiro.
- O que tu tá fazendo aí, mãe?
- Nada!
- Mas então tira a mão de dentro do vaso! O que tu tá segurando aí?
- Nada, Laura! ... Pronto!
- É o meu cocô? Como ele foi parar aí nesse copo?
- É pra tia Maria Antônia olhar.
- E o que ela vai fazer com ele depois?
( Mais uma sessão de porquês...)
 
      Usei um copo descartável e depois sim,  transferi o seu conteúdo pro recipiente apropriado e levei até o laboratório. Acho que da próxima vez não irei me estender nas explicações; só posicionar o pote no local estratégico e esperar.
 
 

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