terça-feira, 7 de maio de 2019

Mãe vegetariana e filha figura

     Quando a Laura tinha quase 2 anos, comecei o processo do vegetarianismo. Foi uma mudança gradual e consciente. Aos poucos fui diminuindo o consumo de carne, aprendendo a substituir a proteína animal por outros alimentos e mudando meus hábitos alimentares, prepararando pratos diferentes e nutritivos (aí entra o consumo de produtos orgânicos e frescos, eliminando os industrializados).  Se é fácil? Não. A pergunta que eu mais ouço é: "Mas e o que tu come então?". 

     Aqui em casa, o respeito prevalece. Até preparo alguns pratos com proteína animal pro Bruno e pra Laura, mas é muito de vez em quando. Quem acompanha o blog desde os primórdios, sabe que a alimentação da Laura sempre foi pauta, e como ela sempre come as mesmas coisas (ao menos até a consulta com a Caro Preilser), quem come verdadeiramente o que eu faço é eu e o Bruno.

     No início do ano, inscrevi a Laura numa oficina de comida vegetariana da Joseida, minha amiga que é fera nesse tipo de alimentação. O objetivo era que a crespa se envolvesse na cozinha, independente de ter ou não carne. Claro que a Joseida explicou os paranauês dos maus tratos com os animais e tals durante a oficina, além de ensinar pratos deliciosos pras crianças.

     Quando fomos buscá-la, perguntei como tinha sido a experiência.

- Foi bem legal! Aprendi a fazer um monte de coisas boas!
- Que bom! Então tu vais cozinhar comigo agora?
- Sim! Ai, mãe. A Joseida contou como os animais sofrem quando vão morrer. E que as pessoas dão remédio pras vacas darem mais leite. Coitadinhas... Sabe que eu chorei nessa parte.
- É filha... triste, né?
- Triste mesmo... mas eu gosto de carne.

Bueno... fazer o que?? Não vou proibi-la de comer carne. Quem sabe a consciência dela desperte daqui por diante.

Oficina de rangos vegetarianos com a Joseida

Montando o hamburguer de lentilha, integrante co cardápio aqui em casa!


     A Laura passou alguns dias na casa dos meus pais em Santo Ângelo na semana da Páscoa. Segundo a Vó Mari, a crespa ficou impressionada de como o Vô passa o tempo todo assoviando.
- Vó, o Vô G assovia até no banho!!
- Claro! Ele é um home feliz!
- É... ele é um homem feliz mesmo... Porque tu faz comida boa pra ele.
A mãe riu. E ela seguiu com o raciocínio:
- Meu pai não é feliz.
- Por que não, Laura?!
- Porque a minha mãe só faz aquelas comidas "vegetarianas" lá em casa.
O "vegeratianas" saiu com aquela cara de enfarenta, virando os olhos...
A mãe, contendo o riso, respondeu:
-Ah, Laura! Tua mãe faz umas comidas bem boas! 
Dando o braço a torcer ela respondeu:
- É... não é tão ruim assim.

Confesso que quase rachei no meio de tanto rir quando a mãe me contou essa história. Mas garanto que já fiz muita gente feliz com as minhas comidas vegetarianas! Quem comeu faça o favor de se pronunciar! 

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