Uma brincadeira que a Laura gosta bastante é de "vizinha". Consiste em eu bater na porta, ela abrir e começarmos com o diálogo (que pode se estender por até 10 minutos...):
- Oi vizinha!
- Oi!! Tudo bem contigo?
Trocamos os beijinhos na bochecha.
- O chimarrão tá pronto?
- Sim!! E fiz bolo pra gente comer!
A conversa segue adentrando os mais variados assuntos: filhos, trocas de fraldas, trabalho... foi numa dessas variações de assunto que ela me saiu com uma esses dias que, juro, se eu soubesse o que iria acontecer, colocaria uma câmera escondida pra filmar a expressão da crespa. Perguntei do marido da vizinha:
- Ele tá trabalhando. Foi pagar umas contas...
- E como é o nome dele, Dona Laura?
- É Bruno. Ah! Ele chegou!
Aí ela olhou pro além, franziu a testa e olhou profundamente pro pseudo marido, lhe dizendo, incisivamente, com voz firme e alta:
- Marido, vem cá!!!
Ri, mas como eu ri!! Ao ver minha reação, ela riu também, provavelmente não entendendo minhas gargalhadas diante de um simples diálogo com o "marido". Autenticidade, firmeza e olhar penetrante; essas foram as características que eu vi ao presenciar a crespa dizendo aquela frase.
Não sei se consigo passar com veracidade algumas situações e diálogos que acontecem com a Laura, por isso a minha vontade de filmar as coisas. Aí entra outra questão: se eu filmar, não vou aproveitar nem curtir todos os momentos com ela. Prefiro viver tudo e escrever da melhor forma que conseguir aqui, depois.
Se algum dos leitores do blog ficar na dúvida quanto a entonação da voz, olhar ou trejeitos que por acaso eu não consiga reproduzir por meio de palavras, eu enceno ao vivo e a cores, sem problemas.